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Eleições 2024

Com IPTU Verde, Luiz Paulo quer água, energia e internet mais baratas em Vitória

Candidato foi entrevistado no EStúdio 360 e apresentou as principais propostas que fazem parte do plano de governo municipal

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Luiz Paulo Vellozo falou sobre as principais propostas. Foto: Fernanda Côgo

Luiz Paulo Vellozo falou sobre as principais propostas. Foto: Fernanda Côgo

O candidato à Prefeitura de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas foi o entrevistado desta quarta-feira (04) da série de entrevistas do Programa EStúdio 360, da TV Capixaba/Band. Na conversa, conduzida por Andressa Missio e Vitor Vogas, Luiz Paulo destacou em seu plano de governo a proposta de criar o IPTU Verde, através de um consórcio que deixaria os serviços de água, energia elétrica e internet mais baratos na capital capixaba.

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Vitor Vogas: Candidato, minha primeira pergunta é baseada na sua propaganda de TV. A sua propaganda eleitoral o apresenta, literalmente, como um “visionário”, o candidato mais capaz de colocar Vitória no futuro. No entanto, para confirmar esse suposto visionarismo”, apresentam-se feitos da sua administração, do seu governo, como o Projeto Terra. E é um governo muito antigo, realizado muito tempo atrás, certamente um governo importantíssimo, mas começou em meados dos anos 90 e acabou em 2004, há 20 anos. Minha pergunta, portanto, é: como conciliar passado e presente? Como o senhor pretende convencer o eleitorado de Vitória que é de fato o candidato mais talhado para colocar Vitória no futuro, numa condição mais moderna, tendo governado tanto tempo atrás?

Luiz Paulo Vellozo Lucas: Obrigado, Vitor, pela pergunta. Eu vou começar citando a música do Paulinho da Viola: “Quando eu penso no futuro, não esqueço do passado”. Quando eu me refiro ao impacto transformador da minha primeira experiência como prefeito de Vitória, é para mostrar o que que é ser transformador. Governar bem não é gastar o dinheiro do Tesouro no ano da eleição, nomear os amigos e demitir os inimigos. Governar bem é liderar a cidade na direção do progresso, da prosperidade, do aproveitamento das suas potencialidades. O papel nobre do prefeito é fazer essa liderança, é fazer com que todos remem na mesma direção: as forças do mercado, junto com as políticas públicas. Isso é que é fazer transformação. Então, a minha referência é essa. A minha motivação para ser candidato agora, Vitor, com 67 anos, aposentado do BNDES… Eu me aposentei e voltei a estudar, voltei para a universidade, eu fiz mestrado em Desenvolvimento Sustentável. Eu fiz uma dissertação de Mestrado sobre Governança Metropolitana. Quando eu saí da prefeitura, eu escrevi um livro chamado “Qualicidades”. Eu trabalho no setor público e na política há 50 anos. Então eu preciso me apresentar para quem não me conhece. Quem viveu o período em que eu fui prefeito sabe o que eu fiz. Mas muita gente nova, muita gente que veio morar aqui há pouco tempo, Andressa, né, veio lá do Paraná… Então eu sou novidade na política deste ano, porque estou há muito tempo fora, mas comprometido em fazer neste momento uma administração transformadora.

Vitor Vogas: Mas então como aplicar no presente esse visionarismo atribuído ao senhor?

Luiz Paulo Vellozo Lucas: Pois é, meu slogan é: “Sonhar, acreditar e realizar”. Eu pretendo junto com o Victor [Ricciardi], meu vice, e com os partidos que estão em torno, que estão conosco na nossa coligação, fazer uma administração transformadora. Desde o primeiro dia, utilizar as melhores técnicas gerenciais disponíveis, conceitos de planejamento estratégico, qualidade total, que eu usei na minha primeira administração. Administração de recursos humanos séria, responsável, motivadora, trabalho com muito diálogo com as prefeituras da Região Metropolitana e com o Governo do Estado. A tarefa de fazer uma administração transformadora é grande demais para ser feita só com os recursos da prefeitura. É preciso capacidade de dialogar e trazer junto o setor privado, as forças de mercado, os demais setores de governo, é assim que eu quero trabalhar.

Andressa Missio: Vamos esmiuçar um pouquinho o seu plano de governo. A gente olhou com cuidado e o senhor fala em ampliar, em adotar o IPTU verde. Como seria esse IPTU Verde? Quem seria beneficiado com esse IPTU verde?

Luiz Paulo Vellozo Lucas: Olha, Andressa, eu penso que o desafio que a gente tem hoje na cidade de Vitória é colocar a agenda climática, a agenda ambiental, também nas áreas mais pobres da cidade. Eu acho que água, esgoto, energia elétrica e internet deveriam ser uma tarifa social só. Eu acho que nas 15 poligonais do Projeto Terra, que nós vamos retomar com o nome de Terra Verde, eu quero levar a agenda ambiental para essas poligonais. Eu quero fazer com que a distribuição de água, aliás, a Cesan já começou a fazer isso lá no São Benedito, fazer uma caixa d’água em cima do morro para fazer a distribuição por gravidade. Isso combate as perdas, combate os gatos, mas no Brasil e aqui também esses serviços são caros. Eu pretendo trazer as concessionárias desses serviços urbanos para atuar em consórcio nas áreas mais pobres para baratear esses serviços e para introduzir também tecnologias ambientalmente mais adequadas, por exemplo, geração fotovoltaica, reaproveitamento de água da chuva, reuso da água…

Andressa Missio: Então quem tiver esse sistema pagaria menos IPTU…

Luiz Paulo Vellozo Lucas: Para isso, as associações de moradores nesses bairros precisam funcionar como se fossem condomínios. Eu acho que uma parte do IPTU gerado nesse lugar deve ser administrada pelas próprias comunidades.

Vitor Vogas: O senhor, candidato, tem uma preocupação histórica com a agenda da integração da Região Metropolitana. Inclusive, até abril, no atual governo Casagrande, o senhor ocupava no governo o cargo de subsecretário de Estado de Desenvolvimento e Integração Regional…

Luiz Paulo Vellozo Lucas: É isso!

Vitor Vogas: Bem, em termos de consórcios, mobilidade urbana… O que o senhor propõe especificamente para fomentar de fato essa integração entre os municípios da Grande Vitória?

Luiz Paulo Vellozo Lucas: Foi o tema da minha dissertação de mestrado, né? É governança metropolitana. Eu acho que nós precisamos começar pelo PDUI (Plano Diretor Urbano Integrado). A Grande Vitória tem PDUI, foi a primeira região metropolitana a fazer PDUI, em 2017. É um trabalho técnico muito consistente, bem feito, liderado pelo Instituto Jones [dos Santos Neves]. Virou até lei estadual, mas ninguém conhece. Na verdade, não é um plano de verdade, que orienta as políticas públicas. Eu acho que a gente deveria fazer uma revisão do PDUI, porque já tem algum tempo que ele foi elaborado, em 2017. Já está na hora de fazer uma revisão. No PDUI tem tem que ter plano de mobilidade e sistema viário da Região Metropolitana e tem que ter um consórcio para os PDUs, os planos diretores urbanos do sete municípios da Região Metropolitana compartilharem e fazerem de forma conjunta a política de uso e ocupação do solo. Hoje, cada município faz o PDU de forma isolada. É preciso que eles conversem e conversem tendo o PDUI como integrador. No Estatuto da Metrópole, fala que deveria ser criada uma autarquia e tal. Eu sou contra criar qualquer novo órgão público. Eu acho que o Instituto Jones Santos Neves tem capacidade técnica para fazer isso. As prefeituras podem integrar esse consórcio. Já existem outras experiências no Brasil. Eu acho que a gente deve começar por aí, mas na sequência a gente deve ir para o transporte coletivo. Acho que a Ceturb, que é uma empresa estatal estadual, precisa ter a participação, talvez no capital, mas certamente na gestão, das prefeituras. As prefeituras precisam gerir o transporte metropolitano junto com o Governo do Estado.

Andressa Missio: Eu gostaria de perguntar sobre o turismo. O senhor propõe transformar Vitória no Centro Turístico Internacional. Como o senhor fará isso? O  senhor fala também em criação de marinas públicas, atracadouros, lojas, mirantes… Explica um pouquinho desse projeto para a gente.

Luiz Paulo Vellozo Lucas: Eu acho que o turismo não é um setor da economia, né? O turismo é a resultante das ações visando a qualidade de vida, autoestima, cultura e história local, que fazem aquele lugar ser atrativo para as pessoas visitarem. Ninguém vai visitar um lugar que as pessoas não tenham orgulho daquele lugar, que não vivam bem ali. Nizan Guanaes esteve aqui no Espírito Santo há pouco tempo e falou: “Vitória é linda, pena que tem um ‘pacto com a invisibilidade’. Ninguém conhece, ninguém sabe onde está, não conhece o Espírito Santo. E eu acho que esse é o maior ativo do Estado, e Vitória é a capital do Espírito Santo inteiro. Um milhão de turistas é o início de uma caminhada para sermos destino turístico nacional e internacional. É evidente que isso não pode ser feito pela prefeitura, nem pelo Governo do Estado sozinho. Têm que estar junto o trade turístico, os empresários, o empreendedorismo local e o aproveitamento dos ativos que tem disponível para serem transformados em atrativos. Vitória tem o Parque da Fonte Grande, a Baía de Vitória, que é compartilhada com Vila Velha, com Cariacica, junto do mercado imobiliário. Isso é um plano de transformação estrutural da economia local. Hoje eu não sei direito o número, nós nem temos essa estatística, nós recebemos um percentual muito pequeno de visitantes de fora. E não estamos preparados para nada disso. Essa caminhada em direção a esse objetivo maior é o meu plano de desenvolvimento econômico principal. Vitória não tem espaço para crescer, não pode trazer novas indústrias, mas tem muito para crescer e qualificar o seu território.

Vitor Vogas: Candidato, falando em economia, o senhor é servidor de carreira do BNDES…

Luiz Paulo Vellozo Lucas: Fui, aposentado…

Vitor Vogas: O senhor tem conhecimento e também uma grande preocupação com o tema do desenvolvimento econômico. E nós temos aí uma reforma tributária batendo à porta com uma perda contratada, que deve impactar profundamente a capacidade de arrecadação tributária de Vitória, principalmente a partir do ano de 2029. O que o senhor pretende fazer, se eleito, para preparar Vitória para compensar esse impacto nas finanças do município?

Luiz Paulo Vellozo Lucas: Olha, Vitória já foi já teve 23% do ICMS destinado aos municípios. Hoje é 10%. Aliás, na atual administração, caiu de 15% para 10%. A redução do dinamismo econômico de Vitória vem acontecendo nos últimos anos, mesmo antes da reforma tributária. Os municípios da Grande Vitória, a Serra hoje desponta como a grande líder econômico da Região Metropolitana, mas mesmo na área cultural, por exemplo, Vila Velha vem recebendo eventos que eram em Vitória. Vitória está se esvaziando economicamente, fruto da mesmice – desculpe falar dessa forma – da ação da atual administração. Eu respondi isso na questão anterior, falando de turismo. A única maneira de o Espírito Santo se preparar para a reforma tributária é tendo uma estratégia decidida e agressiva e ousada na área do turismo. Só com visitantes de fora nós aumentaremos o nosso consumo. Nós temos um pouco mais de 4 milhões de habitantes e nós só vamos consumir mais se trouxermos visitantes de fora para, com eles, aumentar a atividade econômica do Estado. E Vitória tem que ser a locomotiva dessa estratégia. Quem for pra Pedra Azul vai passar por Vitória, quem for pra Pancas ver a tirolesa vai ter que vir por Vitória, quem for subir o Pico da Bandeira, é Vitória. Vitória é a capital de todos os capixabas, do Espírito Santo inteiro. Essa é a nossa verdadeira vocação.

Andressa Missio: O senhor fala em identificar ilhas de calor e adotar medidas de resfriamento urbano. Como será feito?

Luiz Paulo Vellozo Lucas: Parques e área verde. Na minha primeira administração, eu aumentei mais de quatro vezes a área verde de Vitória. Nós deixamos Vitória com mais de 1 milhão e meio de metros quadrados de área verde. Nós implantamos 16 parques na minha administração. Onde tinha uma área degradada, abandonada, virava parque dentro dos bairros. E nós temos um grande parque, que é o Parque da Fonte Grande, que é o centro de Vitória. Quando você vê o mapa de Vitória, você vê o Parque da Fonte Grande e vê o manguezal. São as duas áreas verdes mais importantes da cidade e são ativos ambientais. Eu defendo que a gente faça um acesso ao Parque da Fonte Grande, às torres das televisões, começando do Centro da cidade, da Rua Sete de Setembro, da Graciano Neves, ali perto de onde tem a quadra da Unidos da Piedade, ali tem previsto um portal e uma estrada que vai até lá em cima. Aí tem que ter restaurante, você tem que botar jovens para serem guias turísticos. Lá em cima tem que ter um Museu Histórico e Geográfico, porque Vitória começou ali, ali foi a primeira fazenda. Isso tudo vai fazendo com que a cidade se prepare para ser um destino atrativo, para o turismo nacional e internacional.

Vitor Vogas: Candidato, eu quero lhe fazer duas perguntas que estão conectadas porque são relacionadas ao tema da segurança pública. Em primeiro lugar, no seu plano de governo, o senhor propõe reorganizar a Guarda Municipal. Quero saber o que significa isso exatamente. E uma outra proposta específica, que está conectada, é a criação da Secretaria Municipal de Políticas Públicas para a Mulher, para combater a violência doméstica. Explique para a gente, por favor, como isso vai funcionar.

Luiz Paulo Vellozo Lucas: A segurança pública é o maior problema da cidade de Vitória e também do Espírito Santo e também do Brasil. Faz a pessoas terem medo, ficarem indignadas com os fatos de violência e criminalidade do dia a dia da cidade. A primeira questão é que esse problema não pode ser enfrentado de forma superficial, demagógica e populista. Ele precisa ser enfrentado de forma estrutural, com respeito à complexidade do problema. Ninguém que prometa que vai resolver o problema da noite para o dia está falando a verdade, está só querendo votos fáceis. A colaboração entre as instituições permanentes da segurança pública é fundamental. É o ponto de partida. A Guarda Municipal, a Polícia Militar, a Polícia Civil, a Polícia Federal, o Judiciário, todos eles formam, vamos dizer assim, uma rede, um ecossistema do policiamento e do sistema judicial. Ele precisa trabalhar de forma conjunta como, aliás, o Governo do Estado vem fazendo há vários anos com o Programa Estado Presente. É um sistema de gerenciamento intensivo dessas ações, mas é preciso também ação preventiva. A Guarda Municipal foi criada na minha primeira administração. Fui eu que criei a Guarda. Não para substituir a Polícia Militar, mas para fazer um trabalho complementar, um trabalho vinculado ao policiamento ostensivo, que é preventivo da violência e que reprime os delitos mais usuais do dia a dia da cidade, naquela linha da “janela quebrada” lá de Nova York, né? Reprime os pequenos delitos que aí a sensação de impunidade se reduz. Agora, tem uma outra coisa sobre violência pública, que é a ideia do Projeto Terra. A presença do Estado nas áreas mais vulneráveis, do ponto de vista socioeconômico e territorial, não pode ser só na hora de a polícia subir lá em cima para trocar tiro com bandido. O Estado tem que estar presente o tempo todo para corrigir as desigualdades que existem nesses territórios.

Andressa Missio: O senhor fala em construir novas escolas e creches…

Luiz Paulo Vellozo: Ah, eu não falei da questão da Secretaria de Mulher, né?

Andressa Missio: Pode falar.

Luiz Paulo Vellozo Lucas: É porque eu acho tão importante essa questão, Andressa, muito importante. Eu acho que a violência doméstica e a violência contra a mulher são a coisa que mais revolta nesse quadro geral da violência, da violência moderna urbana, digamos assim. Bom, depois da violência ocorrida, tem que acolher, tem que punir o perpetrador, tem um monte de coisa para fazer, mas eu também estou interessado em reforçar o trabalho preventivo: as visitas e as campanhas educacionais. Informação qualificada salva vidas. E é preciso também que os líderes políticos deem um exemplo, contra a cultura da violência e do ódio. Eu fico revoltado quando eu vejo um político xingando o outro, ofendendo, partindo para as vias de fato, contribuindo para a violência da sociedade e essa visão que “tiro, porrada e bomba” resolve os conflitos e os problemas. Eu pretendo, como prefeito, dar o exemplo pessoal da cultura da paz contra a cultura da violência.

Andressa Missio: O senhor tem só mais um minuto. Eu comecei a perguntar sobre escolas e creches e também sobre o cursinho pré-Enem gratuito. Você pode resumir tudo isso em um minuto e dar um tchau, por favor.

Luiz Paulo Vellozo Lucas:  É difícil, Andressa, eu agradeço a pergunta. Vitória já foi a melhor capital do Brasil para crianças de zero a seis anos, tem uma rede muito boa. Já fomos também a rede de ensino municipal mais bem avaliada do Brasil. Podemos voltar a ser. Vou trabalhar para que isso aconteça. Vou trabalhar fortemente com implantação do ensino integral e a agenda em tempo integral, principalmente nos últimos anos do ensino fundamental. Essa é uma prioridade que a gente vai dar. Além disso, precisamos também melhorar a política em relação aos servidores. O ambiente de trabalho é muito ruim, precisa melhorar.

Andressa Missio: Tá certo. Muito obrigada, candidato, pela presença aqui no EStúdio, por responder às nossas perguntas.

Luiz Paulo Vellozo Lucas:  Eu que agradeço. Desculpe se eu fiquei sem conseguir explicar todas as ideias, mas aproveito para pedir o seu voto no 45.

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