TV Capixaba
Agosto Branco: alerta para os riscos do cigarro eletrônico
A doutora Maria Cristina Alochio explica os perigos do cigarro eletrônico, que tem atraído jovens e crianças e aumentado os casos de doenças respiratórias
O câncer de pulmão é uma doença devastadora que torna a respiração, a atividade mais simples do ser humano, uma luta constante. Segundo dados da Organização Pan-Americana de Saúde, são registrados aproximadamente 2,5 milhões de novos casos por ano, resultando em quase 2 milhões de mortes globalmente. A principal causa desse câncer, responsável por mais de 90% dos casos, é o tabagismo.
A campanha Agosto Branco
Para combater esse problema, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou a campanha Agosto Branco. A iniciativa visa conscientizar a população sobre os perigos do cigarro e promover a redução do tabagismo. Em entrevista ao EStúdio 360, a doutora Maria Cristina Alochio de Paiva, pneumologista e presidente da Sociedade de Pneumologia do Espírito Santo, destaca a importância dessa campanha e os desafios atuais enfrentados na luta contra o tabagismo.
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Nos últimos tempos, o sucesso na redução do uso do cigarro convencional está ameaçado pelo crescimento do uso do cigarro eletrônico, especialmente entre os jovens. Crianças a partir de sete anos já estão experimentando o vape, atraídas pelos sabores e aromas agradáveis. Esse dispositivo, que parece inofensivo, possui alta concentração de nicotina e pode causar dependência em poucos dias.
Perigos causados pelo uso de cigarro eletrônico
O cigarro eletrônico é comercializado como uma alternativa segura ao cigarro tradicional. No entanto, estudos mostram que ele pode conter até 100 vezes mais nicotina. Isso aumenta significativamente o risco de dependência. Um paciente relatou que, ao usar vape, passou de um maço de cigarros por semana para quase dois por dia. Esse aumento alarmante na ingestão de nicotina é extremamente preocupante.
Apesar do pouco tempo de uso, o vape já está associado a várias doenças graves, incluindo o EVALI, uma lesão pulmonar severa que pode levar à intubação e até à morte. Nos Estados Unidos, há vários relatos de mortes causadas pelo EVALI. No Brasil, embora ainda não haja mortes confirmadas, os casos da doença estão aumentando.
Retrocesso na luta contra o tabagismo e impacto social
O Brasil era um exemplo de sucesso na redução do tabagismo, diminuindo a prevalência de fumantes de 40% para 10% da população. Isso foi alcançado por meio de campanhas eficazes, proibição de propagandas e alertas nas embalagens de cigarro. No entanto, o cigarro eletrônico está revertendo esse progresso, apresentando-se como uma alternativa aparentemente inofensiva.
O vape não apenas prejudica o usuário, mas também aqueles ao seu redor. A fumaça do cigarro eletrônico contém nicotina, afetando as pessoas próximas ao fumante. Isso é particularmente perigoso em ambientes fechados, onde a exposição à nicotina passiva pode ser significativa.
Ações necessárias para combater o vape
Para aqueles que já estão viciados, é crucial buscar ajuda médica. Pneumologistas, cardiologistas e psiquiatras podem oferecer suporte para parar de fumar. No Sistema Único de Saúde (SUS), existem ambulatórios de tabagismo que fornecem tratamento adequado, incluindo adesivos de nicotina, chicletes e medicações específicas.
Praticar esportes é uma das estratégias recomendadas para liberar serotonina e competir com a nicotina, ajudando a reduzir o desejo de fumar. Identificar os gatilhos que levam ao uso do cigarro eletrônico e encontrar alternativas saudáveis para ocupar as mãos e a mente também são passos importantes. Atividades como bordar, pintar ou jogar podem ajudar a superar a vontade de fumar.
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