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Solidariedade

Família TEA: associação acolhe pais de autistas no Espírito Santo

Inspirado no amor pelo filho, Emanuele Vassoler lidera o coletivo Família TEA, que promove acolhimento, informação e inclusão para famílias de autistas em sete municípios capixabas

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O Família TEA transforma a realidade de famílias de crianças com autismo no Espírito Santo. Foto: Reprodução/ Instagram: @familiatea2022

O Família TEA transforma a realidade de famílias de crianças com autismo no Espírito Santo. Foto: Reprodução/ Instagram: @familiatea2022

Quando Emanuele Vassoler, 42 anos, recebeu o diagnóstico de autismo de seu filho Gustavo, hoje com 15 anos, enfrentou um cenário de pouca informação e apoio em Guarapari. “Na época, ele tinha 7 anos, e falar sobre autismo era algo raro na nossa cidade”, relembra. Esse desafio inspirou a criação do coletivo Família TEA, formado há três anos por um pequeno grupo de mães.

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Com foco em informação, acolhimento e inclusão, o coletivo cresceu e se tornou uma referência no Espírito Santo, alcançando sete municípios. Entre suas conquistas está a participação na elaboração da política pública SERDIA (Serviço de Reabilitação para Deficiência Intelectual e Autismo), que viabiliza clínicas multidisciplinares para tratamento pelo SUS. “Essa política já é realidade em cidades como Piúma e Anchieta, e lutamos para que seja implantada em Guarapari também”, destaca Emanuele.

O coletivo promoveu eventos marcantes, como seminários com especialistas renomados, parcerias para capacitação de professores e projetos voltados ao desenvolvimento de crianças autistas. Além disso, o Bazar Família TEA financia diversas ações e é um pilar do movimento.

Apesar das vitórias, os desafios são imensos. “A falta de apoio do poder público em Guarapari é um dos maiores obstáculos. Não há médicos, medicamentos ou atendimento especializado. Ainda enfrentamos preconceito e o desconhecimento da sociedade sobre o autismo”, desabafa Emanuele.

Mesmo diante das dificuldades, ela reforça a importância do engajamento coletivo. “A comunidade pode ajudar de várias formas, seja colando adesivos de prioridade nos caixas, participando das nossas ações ou educando os filhos sobre respeito às diferenças. Pequenos gestos fazem a diferença.”

O próximo passo do Família TEA é se formalizar como associação, consolidando-se como a maior organização de pais de autistas do estado. Com isso, o grupo pretende ampliar sua atuação com palestras, formações e projetos que desmistifiquem o transtorno e incentivem o diagnóstico precoce. “Os primeiros anos de vida são fundamentais para o desenvolvimento de uma criança autista. É nesse período que precisamos agir”, reforça Emanuele.

Para ela, a luta vai além de Gustavo: “Eu sempre digo que ninguém nos prepara para ser pais de crianças com deficiência. O meu papel é transformar o luto pós-diagnóstico em aceitação e força. Ver mães empoderadas ajudando outras famílias é a maior recompensa.”

Com um olhar no futuro, Emanuele conclui: “O Família TEA é um movimento de amor, informação e inclusão. Nosso objetivo é construir uma sociedade que acolha e respeite todas as crianças e suas famílias.”

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