País
Parlamentares querem investigação sobre gastos do governo com alimentos
Representações foram apresentadas ao Tribunal de Contas da União e à Procuradoria Geral da República; gastos com leite condensado passaram de R$ 15,6 milhões

Meme dos gastos do governo com leite condensado criou o “Moçanaro”. (Reprodução: Twitter)
O deputado David Miranda (PSOL-RJ) protocolou uma ação pedindo que o procurador-geral da República, Augusto Aras, investigue o gasto de R$ 1,8 bilhão do governo federal em alimentos e bebidas no ano de 2020. Em ação parecida, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e os deputados Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES) pedem que o Tribunal de Contas da União se debruce sobre dados revelados pelo portal “Metrópoles”. Segundo o portal, no último ano, todos os órgãos do executivo pagaram, juntos, mais de R$ 1,8 bilhão em alimentos. É um aumento de 20% em relação a 2019.
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David Miranda solicita que o órgão apure o ocorrido e responsabilize o presidente Jair Bolsonaro. A ação também é assinada pelas deputadas Sâmia Bomfim (PSOL-SP), Fernanda Melchionna (PSOL-RS) e Vivi Reis (PSOL-PA). “Bolsonaro gastou mais de R$ 1 bilhão 800 milhões de reais em mercado. Isso só em 2020. O Brasil não estava quebrado? Quantos cilindros de oxigênio esse valor compraria? Isso é lavagem? Superfaturamento?”, questiona o deputado à coluna.
Entre os produtos adquiridos estão R$ 15 milhões em leite condensado e R$ 2,2 milhões em gomas de mascar. Também há R$ 5 milhões na compra de uvas passas, R$ 1 milhão em alfafa, R$ 15 milhões em açúcar, R$ 16,5 milhões em batata frita embalada e R$ 14,8 milhões em temperos, R$ 4,5 milhões com água de coco, R$ 14 milhões em café, R$ 3,2 milhões em caldas doces para recheios e coberturas, R$ 1,7 milhões em chantili, R$ 6,7 milhões em chuchu, R$ 1,8 milhão em geleia de mocotó e R$ 2,2 milhões em chicletes.
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Na representação ao TCU, os parlamentares alegam que, “em meio a uma grave crise econômica e sanitária, o aumento de gastos apontado pelas matérias é absolutamente preocupante, tanto pelo acréscimo de despesas como pelo caráter supérfluo de muitos dos gêneros alimentícios mencionados”.
Em sua defesa, a pasta comandada por Paulo Guedes afirmou à publicação que a maioria dos gastos vinha do Ministério da Defesa, por conta da alimentação de tropas das Forças Armadas.
