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Um desafio invisível para a saúde das mulheres

A cirurgiã plástica e confudadora do Instituto Lipelife, Patricia Lyra fala sobre um desafio invisível para a saúde das mulheres: o lipedema

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Um desafio invisível para a saúde das mulheres. Foto: Reprodução

Um desafio invisível para a saúde das mulheres Quantas vezes julgamos e apontamos o dedo para mulheres, acusando-as de preguiça ou negligência em relação ao próprio corpo, sem sequer imaginar o que realmente se passa com elas? O que não enxergamos pode ser uma doença chamada lipedema, que é silenciosa e debilitante, e afeta principalmente o público feminino.

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Caracterizada pelo acúmulo doloroso e desproporcional de gordura nas pernas e nos braços, essa condição é frequentemente confundida com obesidade. No entanto, o lipedema provoca um sofrimento físico intenso e um impacto emocional devastador. Apesar de sua alta prevalência, a doença continua a ser subdiagnosticada e negligenciada, perpetuando um ciclo de dor e desinformação.

Estima-se que cerca de 11% das mulheres no mundo possam sofrer de lipedema. Este dado alarmante revela a necessidade urgente de mais reconhecimento e compreensão da doença pela comunidade médica. A falta de diagnóstico adequado impede que muitas recebam o tratamento necessário, agravando o sofrimento físico e emocional. Os efeitos do lipedema vão além das questões estéticas.

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As pacientes que convivem com a condição enfrentam dor intensa, sensação de peso, hematomas frequentes e extrema sensibilidade ao toque. Com o tempo, a progressão da doença pode levar a mobilidade reduzida e até incapacidade, afetando significativamente a qualidade de vida. As dificuldades em realizar atividades cotidianas e a limitação na prática de atividades físicas agravam ainda mais o quadro.

A constante comparação com padrões estéticos irreais pode intensificar o sofrimento, levando a sentimentos de inadequação e isolamento social. O impacto psicológico do lipedema é profundo. As mulheres frequentemente enfrentam estigma e preconceito, sendo muitas vezes vistas como “preguiçosas” ou “negligentes” em relação ao próprio corpo. Esse julgamento injusto, aliado à frustração de dietas e exercícios que não reduzem as áreas afetadas, pode resultar em baixa autoestima, ansiedade e depressão.

Além disso, a patologia pode afetar negativamente a vida profissional e os relacionamentos, pois a dor e a limitação física dificultam a manutenção de uma rotina de trabalho regular e a participação em atividades sociais. Diante dessa realidade, é fundamental que as pacientes busquem informações e apoio. A primeira etapa é procurar um especialista que tenha conhecimento sobre o lipedema, como um endocrinologista, cirurgião plástico ou angiologista. Um diagnóstico correto é essencial para iniciar um tratamento adequado, que pode incluir terapia compressiva, drenagem linfática manual e, em alguns casos, até lipoaspiração especializada.

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Na internet, muitas vezes são vendidas “curas mágicas” para o lipedema, prometendo resultados rápidos e fáceis. É crucial que as pacientes sejam céticas em relação a essas promessas, pois seguir tratamentos não comprovados pode agravar a condição. Consultar sempre um profissional de saúde qualificado é a melhor maneira de evitar complicações e obter orientações seguras. Além do tratamento médico, as mulheres devem investir em autocuidado e práticas que possam aliviar os sintomas. A adoção de uma dieta anti-inflamatória, rica em alimentos que combatem a inflamação, pode ajudar a reduzir o desconforto. Manter uma rotina de atividades de baixo impacto, como caminhadas, natação ou ioga, também pode ser benéfico. Esses exercícios ajudam a melhorar a circulação e a mobilidade, sem causar dor adicional, mas devem ser orientados por um profissional que compreenda a doença.

Para aumentar a conscientização sobre a doença, é essencial que as pacientes e suas famílias se informem e eduquem outros sobre o assunto. Neste mês de junho, período de conscientização sobre o lipedema, é ainda mais importante que as mulheres com a condição, os profissionais de saúde e os familiares compartilhem dados e falem sobre a doença. Aumentar a visibilidade desse problema de saúde pode estimular pesquisas e o desenvolvimento de melhores tratamentos.

As mulheres com lipedema devem lembrar que sua luta por um diagnóstico e tratamento adequados é legítima. Buscar conhecimento, apoio e tratamento é fundamental para melhorar sua qualidade de vida e promover seu bem-estar. Com uma abordagem integrada e empática, podemos garantir que essas mulheres recebam o cuidado e o respeito que merecem.


 

*Patricia Lyra é cirurgiã plástica e confudadora do Instituto Lipelife

 

 

 

 

 

 


Plural. Foto: Freepik

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