Plural
Inteligência Artificial (IA) no serviço público
O presidente do Prodest, Marcelo Cornélio, faz uma análise sobre como a inteligência artificial ajuda em processos da Administração Pública
Acompanhar a transformação digital tem sido uma das principais metas da Administração Pública nos últimos anos. Um dos motivos é que os cidadãos exigem respostas mais rápidas para as demandas. Além disso, é cada vez menor a tolerância a práticas contrárias à transparência e à desburocratização dos serviços.
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Em busca de um atendimento mais rápido e eficiente, órgãos públicos têm buscado suporte em serviços de Tecnologia da Informação (TI). Essa ação prioriza garantir aumentar a segurança dos dados dos cidadãos e expandir a capacidade de atender às expectativas da população em várias áreas (saúde, educação, meio ambiente, entre outras).
Com base nessa tendência, a adoção da Inteligência Artificial (IA) no setor público tem se espalhado em diversos esferas de Poder e países. Um exemplo marcante de como essa tecnologia ajuda no combate a fraudes é o programa Bolsa Família, do Governo Federal.
Por meio da inteligência artificial, é viável analisar uma enorme quantidade de dados e constatar falhas no cadastro dos beneficiários. Com isso, é possível não apenas recuperar recursos públicos desviados, mas também direcioná-los para aqueles que realmente necessitam do benefício.
A IA também está viabilizando a expansão das cidades inteligentes. Prova disso é o programa Smart City, implantado em Barcelona, na Espanha. Por meio dessa iniciativa, são usados sensores inteligentes para acompanhar os níveis de poluição, o tráfego de veículos e o consumo de energia elétrica na cidade espanhola.
A partir dos dados coletados, fica mais simples formular políticas públicas e tomar decisões sobre como reduzir o impacto ambiental da poluição, o que é muito importante para melhorar a qualidade de vida da população.
A adoção da inteligência artificial no setor público também engloba as políticas de saúde. Em Cingapura, é usado um software com IA para acompanhar a rotina de pacientes idosos nas próprias casas. Assim, os profissionais de saúde têm mais condições de intervir em situações de emergência ou de identificar quando é necessário atuar para garantir o bem-estar do paciente.
Outro exemplo de aplicação da IA na saúde está no Reino Unido, onde o Sistema Nacional de Saúde usa essa tecnologia para aperfeiçoar o diagnóstico e o tratamento de pacientes. Essa atividade é possível por meio de algoritmos de aprendizado de máquina, que permitem avaliar as imagens de raios X e constatar eventuais problemas de saúde nos indivíduos.
Na Administração Pública, a disseminação da inteligência artificial tem como um dos fatores mais positivos o aumento na capacidade e na agilidade do processamento de dados. Dessa forma, é possível analisar, de maneira mais consistente, as ações necessárias para aprimorar o atendimento à população.
A automação de processos e a melhoria da comunicação por meio de chatbots são outros aspectos que reforçam os benefícios da inteligência artificial no setor público. Logicamente, é necessário haver um cuidado no uso da tecnologia para gerir os dados dos cidadãos, dentro dos parâmetros estabelecidos pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
*Marcelo Cornélio é presidente do Instituto de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Espírito Santo (Prodest). Formado em Sistemas de Informação pelo Centro Universitário São Camilo, onde também fez o curso de MBA em Gestão Empresarial. No setor público de TI, Cornélio ocupou os cargos de gerente de Tecnologia da Informação da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) e de diretor de Tecnologia da Informação da Companhia de Tecnologia da Informação de Cachoeiro de Itapemirim (Dataci).
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