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Pai de 73 anos inspira filha a estrear na corrida de rua aos 45 anos

Aos 73 anos, engenheiro aposentado caminha 8 km por dia e é exemplo para os filhos, que herdaram a paixão pelos esportes

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Fabrício Nascimento Ribeiro, major engenheiro aeronáutico, ao lado do pai Geraldo em corrida realizada em São José dos Campos (SP), há 13 anos

Fabrício Nascimento Ribeiro, major engenheiro aeronáutico, ao lado do pai Geraldo em corrida realizada em São José dos Campos (SP), há 13 anos. Foto: Arquivo Pessoal

No Dia dos Pais, a história de Geraldo Batista Ribeiro, engenheiro aposentado de 73 anos, mostra que paternidade e esporte podem caminhar lado a lado por toda a vida. Morador de Bento Ferreira, ele mantém a rotina de caminhar cerca de 8 km por dia, de segunda a sábado, mesmo após uma cirurgia na coluna que o afastou da corrida. Além disso, ele foi o grande incentivo para a filha Ludmila Nascimento, jornalista, correr os 5 km da Maratona de Vitória.

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Maratonista veterano… antes do Garmin

Antes mesmo de assessorias esportivas se popularizarem ou de relógios com GPS entrarem em cena, Geraldo já fazia da corrida um hábito. Ludmila lembra que ele saía do bairro Dório Silva e corria até Jacaraípe nos finais de semana, ainda nos anos 1980. “Ele já corria quando a gente era criança. Mantinha anotações no papel, numa época em que não existia Garmin nem aplicativos”, conta.

Geraldo passou por uma cirurgia na coluna há dois anos. Desde então, teve que abrir mão da corrida, mas não do movimento. Assim que foi liberado pelo médico, retomou a rotina com caminhadas diárias e também começou a praticar pilates. Hoje, sua média é de 8 km por dia, com um ritmo que Ludmila descreve como “quase um trote”.

Construindo memórias e saúde

A constância é admirável. Mesmo com o tempo fechado ou dias mais corridos, ele sai cedo de casa para completar o trajeto entre Bento Ferreira e outros bairros da capital. Na última terça-feira (5), Ludmila aproveitou o horário livre do trabalho para acompanhá-lo no início do percurso. Ela, que mora em Jardim Camburi, convidou o pai para ir de carro até sua casa e, de lá, seguir caminhando de volta. “Papai na caminhada dele consegue me alcançar, porque a caminhada dele é um trote forte”, brinca a filha.

Ela ainda relembra as tentativas da família para convencê-lo a parar de correr após a cirurgia. “Foi difícil. Como faz parar de correr se ele correu a vida inteira? Desde que eu era pequena — e hoje tenho 45 anos — ele pratica exercícios”.

Inspiração que atravessa gerações

O estilo de vida do pai contagiou os filhos. Fernanda, Fabrício e Ludmila, cada um à sua maneira, também se exercitam. Fabrício, que é engenheiro aeronáutico e mora em São José dos Campos (SP), virá ao Espírito Santo para participar da Corrida Garoto, enquanto Ludmila está em fase de estreia nas ruas. No próximo dia 30 de agosto, ela vai correr sua primeira prova oficial — os 5 km da Maratona de Vitória. “Desde que comecei o kickboxing no ano passado, já perdi 9 kg. Agora, com a corrida, estou me apaixonando pela modalidade”, afirma.

A motivação vai além do preparo físico. Está na lembrança das tardes em Jacaraípe, nas passadas firmes do pai pela BR, nos papos de incentivo e no exemplo diário. “Ele sempre falou pra gente que o importante é manter o corpo em movimento.”

Corpo atlético, mente ativa

Apesar da idade, Geraldo mantém o corpo enxuto. Em uma viagem ao Sesc de Aracruz, conta Ludmila, a família riu ao ouvir duas senhoras comentarem sobre “a barriga chapada daquele vovô”. Hoje, além das caminhadas, ele também tem levado o irmão, José Antônio, como parceiro de treino. “Meu tio está adorando e disse que até a pressão dele melhorou com as caminhadas diárias”, relata.

Em uma época em que a saúde e o bem-estar são cada vez mais valorizados, a história de Geraldo é mais que um exemplo de longevidade ativa. É um lembrete, neste Dia dos Pais, de que o amor também se constrói no passo a passo — literalmente — de uma vida compartilhada entre inspiração, disciplina e afeto.

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