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Peito de Pombo: cirurgia de tórax por vídeo corrige deformação

A nova tecnologia permite que mais pessoas tenham acesso a cirurgia, que agora pode ser feita de forma mais rápida, segura e confortável para o paciente

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Peito de pombo. Foto: Divulgação

Peito de pombo. Foto: Divulgação

 

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Você já ouviu falar em peito de pombo? A condição é conhecida cientificamente como Pectus carinatum. Trata-se de uma malformação rara que pode causar muito desconforto e constrangimento. Mais comum em meninos, o problema pode passar despercebido. No entanto, dependendo do grau de alteração, pode se tornar um verdadeiro motivo de constrangimento.

A primeira vez que Pedro* – nome fictício – se sentiu confortável sem camisa foi no começo do mês de março. Ao contrário dos amigos, o adolescente de 14 anos nunca gostou de ficar sem camisa. Mesmo nos dias de calor ou durante a prática de atividades físicas, ele sempre preferiu se manter vestido. A camisa escondia uma deformação genética no tórax, alvo de muitas piadas por parte dos colegas. Pedro tinha o peito de pombo, condição que ocorre quando o osso esterno é empurrado para frente e, como resultado, o peito se curva para fora.

Essa alteração do contorno do peito, em geral é corrigida sem cirurgia. Mas há casos em que nenhum tratamento é suficiente, e a cirurgia se faz necessária. O procedimento era feito de forma aberta, com um corte longo, semelhante a cirurgia do coração. A cirurgia de Pedro, no entanto, foi a primeira no Brasil realizada com equipamentos brasileiros, feita por vídeo e tendo como resultado apenas duas pequenas cicatrizes de cada lado do tórax. A médica Yara Lopes Diaz, cirurgiã de tórax do Vitória Apart Hospital explica como a cirurgia foi feita:

“A técnica que nós utilizamos foi desenvolvida por um cirurgião da Coreia do Sul, que se dedica ao tratamento das deformidades congênitas do tórax. No Espírito Santo nós já havíamos utilizado essa técnica por mais de uma dúzia de vezes nos últimos seis meses com resultados excelentes para o peito escavado (pectus excavatum), em que o tórax se encontra afundado, empurrado para dentro. No caso do Pedro*, utilizamos a técnica para a correção do peito de pombo, que é feita por vídeo cirurgia e com um material semelhante ao coreano, porém adaptado no Brasil pelo grupo de cirurgiões de pectus do Incor São Paulo. Apesar dessa técnica já ter sido utilizada com sucesso pelo cirurgião coreano em pelo menos mil pacientes, essa foi a primeira vez que foi realizada no Brasil, aqui no Vitória Apart Hospital. A cirurgia foi um sucesso, graças ao apoio de toda a equipe do centro cirúrgico”, conta a médica.

A nova tecnologia permite que mais pessoas tenham acesso a cirurgia, que agora pode ser feita de forma mais rápida, segura e confortável para o paciente. “A vantagem dessa nova técnica, com o uso de materiais produzidos no Brasil, é o maior acesso dos pacientes nas redes públicas e privadas. A cirurgia tradicional era dolorosa, pois quebrava e remodelava as cartilagens e os ossos do tórax. Agora a cirurgia é realizada por vídeo, de forma menos agressiva, com mais conforto, menor tempo de internação e menos dor, com um resultado estético muito melhor”, explica.

Melhora na autoestima

De acordo com a cirurgiã de tórax do Vitória Apart Hospital, estudos já comprovaram que crianças e jovens com alterações na parede torácica sofrem com problemas de autoestima e dificuldade escolar. Ao corrigir o problema, a cirurgia traz qualidade vida para o paciente.

“Nem sempre os pacientes são levados à cirurgia por falta de ar, compressão cardíaca ou pulmonar causadas pela deformidade. A maioria das cirurgias acontece por necessidade de correção estética, porque ter o peito de pombo ou peito escavado pode alterar a autoestima e impossibilitar o desenvolvimento socioemocional e profissional do paciente. O Pedro, por exemplo, tinha muita vergonha de ficar sem camisa e escutava comentários dolorosos dos colegas. Com a cirurgia ele ganhou dois pequenos cortes de cada lado do tórax, com cicatriz pouco aparente, e uma autoestima recuperada. O paciente ficou quatro dias no hospital e agora se sente mais seguro, se aceita melhor e não tem vergonha do próprio corpo, já está animado até para voltar às aulas”, conclui.