Coluna Vitor Vogas
Lauriete: digo ao povo (de Deus) que fico
E mais: a nova sigla de Luzia Toledo; o destino de Marcos Madureira; militares com o Tenente Assis; o “efeito Moro” no Podemos-ES; as operações de emergência do governo Casagrande para ajudar a chapa do Podemos e fortalecer a do PDT

Deputada Lauriete fica no PSC. Foto: Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados
Candidata à reeleição, a deputada federal e cantora gospel Lauriete respondeu à coluna uma das grandes dúvidas que pairavam nestes instantes finais da janela para trocas partidárias: ela fica no Partido Social Cristão (PSC) ou muda de agremiação? “Permaneço no PSC, sem intenção de sair”, disse a deputada, taxativa.
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Lauriete era muito assediada por dirigentes de outros partidos, como o Progressistas (PP). Dirigentes partidários em geral estão encontrando grandes dificuldades para montar suas chapas de deputados estaduais e federais e, principalmente, para cumprir a cota de gênero exigida pela legislação eleitoral: neste ano, cada chapa federal pelo Espírito Santo pode ter até 11 candidatos, sendo no mínimo quatro mulheres.
Luzia no Republicanos
Falando em mulheres na política, a ex-deputada estadual Luzia Toledo desfiliou-se nesta sexta-feira (1º) do MDB, depois de muitos anos e mandatos exercidos pelo partido, e entrou no Republicanos, legenda do presidente da Assembleia, Erick Musso, pré-candidato a governador. Luzia tentará voltar à Assembleia Legislativa.
Madureira continua no PP
E, falando em “Dia do Fico”, o deputado estadual Marcos Madureira (ex-Patriota) comunicou à coluna sua decisão de continuar no PP, partido ao qual se filiou no último dia 11. Houve um “princípio de mal-estar” gerado pela chegada posterior de outro deputado estadual à chapa do PP: Theodorico Ferraço (ex-União Brasil). Mas a situação foi apaziguada. Ambos tentarão a reeleição.
Tenente Assis com o apoio dos militares
No plebiscito realizado na noite de ontem (31) pelo Projeto Político Militar (PPM-ES), o Tenente Assis foi escolhido como único representante do movimento na eleição a deputado federal pelo Espírito Santo, tendo obtido 1.037 votos dos seus pares.
Outros escolhidos
Os bombeiros e policiais militares que participam do PPM também escolheram três representantes na eleição a deputado estadual. Pela Região Norte do Estado, o escolhido foi o soldado PM Olmir Castiglioni. Representando o Sul, o vencedor do plebiscito foi o coronel PM Weliton. Como representante da Grande Vitória, quem levou a melhor foi o cabo PM Jackson Eugênio Silote. Ele derrotou por poucos votos o coronel Wilian, dos Bombeiros.
Como são militares da ativa, o Tenente Assis e o Cabo Jackson Eugênio ainda não podem estar filiados. Podemos adiantar, porém, que Assis vai concorrer à Câmara pelo PTB.
Dia nervoso no Podemos
Este último dia para deputados trocarem de partido e penúltimo para a filiação de pré-candidatos é de extrema tensão para os agentes políticos em geral, mas em especial para os dirigentes partidários. No Podemos, pelo que apuramos, esta reta final para a montagem de chapas ganhou um ingrediente extra de nervosismo, devido à notícia-bomba da véspera no noticiário político nacional: a decisão de Sergio Moro de trocar a pré-candidatura à Presidência pelo Podemos pela de deputado federal por São Paulo, no União Brasil.
O efeito Moro
A defecção de Moro sem aviso prévio gerou um abalo sísmico no Podemos com amplitude nacional, pegando de surpresa os dirigentes estaduais da sigla. No Espírito Santo, segundo especulações da “Bolsa Eleitoral de Valores”, a chapa federal do partido poderia sofrer algumas deserções de última hora por conta da decisão de Moro e, no limite, não conseguir se manter de pé.
Gilson e Ramalho
A chapa de federais do Podemos conta com Gilson Daniel (presidente estadual da sigla) e com o Coronel Ramalho, mas, se perder outros nomes competitivos, pode ficar ameaçada de não alcançar o quociente eleitoral para fazer pelo menos um deputado federal. No limite, isso poderia levar à “implosão da chapa”, forçando Ramalho e o próprio Gilson a optar por outro caminho até amanhã.
Gilson: “Pura fofoca”
Atendendo à coluna no início desta tarde, o próprio Gilson Daniel afirmou que tudo não passa de fofoca, que o Podemos não está sofrendo baixas e que a chance de ele sair do próprio partido é “zero”. Por volta das 17 horas, Gilson enviou para contatos, via aplicativo de mensagem, uma foto em que aparece com o prefeito e o vice-prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo e Victor Linhalis, entre outros, dizendo: “@Podemos19 unido. O resto é fake news”.
Ramalho: “Hoje permaneço”
Indagado pela coluna, o Coronel Ramalho (filiado ontem e ausente na dita foto) respondeu com uma frase: “Hoje permaneço no Podemos”.
Amanhã…
Vai ser outro dia?
Victor Linhalis: “Analisando”
Já o vice-prefeito de Vila Velha, Victor Linhalis, também pré-candidato a deputado federal pelo Podemos, respondeu assim ao nosso questionamento no meio desta tarde: “Estou analisando as chapas”. Ou seja, alguma incerteza, há.
Operação Salvamento
Pelo que a coluna apurou, o Palácio Anchieta colocou em marcha, com atuação pessoal do governador Renato Casagrande (PSB), uma operação política para preservar a chapa do Podemos. Uma das ideias na mesa é remanejar para o partido de Gilson Daniel alguns pré-candidatos que estavam na chapa do pequenino Pros. A operação poderia compensar eventuais baixas na chapa do Podemos, dando sustentação a Gilson e Ramalho. Nesse caso, o que vai implodir é a chapa do Pros.
Operação Socorro a Vidigal
Outra operação em curso que conta com a intervenção pessoal de Casagrande é a de auxílio a Sérgio Vidigal, no PDT. Conforme mostramos aqui, o PSB do governador já deslocou o ex-vice-prefeito Sérgio de Sá para reforçar a chapa de federais do PDT – fortalecendo, assim, as chances de retorno à Câmara da esposa do prefeito, Sueli Vidigal.
Remanejamento à vista
De hoje para amanhã, o governo ainda pode “remanejar” mais alguém para o PDT – mas de outra sigla que não o PSB – de modo a atender aos anseios da família Vidigal. Outra possibilidade seria a “subida” do deputado estadual Luiz Durão (PDT), pré-candidato à reeleição, para a chapa federal do partido.
Desafio pessoal de Casagrande
Neste momento, o desafio pessoal de Casagrande é conseguir promover o tão almejado “equilíbrio” das chapas e a pacificação de seus muitos aliados políticos. É, digamos, efeito colateral inevitável quando se governa à frente de uma coalizão partidária tão larga, que junta gregos e troianos numa “unidade política”.
Vice e Vicente
Falando em candidatos a federal na aliança governista, na tarde desta sexta-feira, durante a prestação de contas de Marcus Vicente (que deixa a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano), a vice-governadora Jaqueline Moraes (PSB) assumiu ter votado nele em eleições anteriores e disse saber cantar o jingle até hoje. Detalhe: tanto a vice como Vicente são pré-candidatos a deputado federal, logo concorrentes eleitorais este ano.
Caldeira no PSDB
Enquanto isso, o presidente da Câmara da Serra, Rodrigo Caldeira, filiou-se ao PSDB. Também vai disputar um lugar na Câmara dos Deputados.
Scaramussa no Podemos
Já o advogado Lucas Scaramussa filiou-se ao Podemos para postular uma vaga na Assembleia Legislativa. Ele ficou em segundo lugar, atrás de Guerino Zanon, na última eleição a prefeito de Linhares, em 2020.
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