Repórter conta experiência de “jantar às cegas” com estranhos

O repórter Josué de Oliveira viveu a experiência de jantar com desconhecidos. Foto: Divulgação

Seis pessoas desconhecidas que decidiram se encontrar para jantar na última quarta-feira (3) em um restaurante da Praia do Canto, em Vitória. Pode parecer estranho, mas essa é uma realidade que vem ganhando cada vez mais adeptos por meio da plataforma Timeleft que chegou à capital do Espírito Santo há menos de um mês. 

O primeiro passo para viver essa experiência um tanto quanto antropológica é fazer o cadastro. O repórter Josué de Oliveira, do portal ES360, se inscreveu no aplicativo e explica que as suas informações foram cruzadas com pessoas com o mesmo interesse para formar o encontro. 

Entre as perguntas, estão idade, signo, profissão, orientação sexual, hobbies e até posicionamento político. No entanto, esse tema foi evitado para evitar polêmicas. 

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No “jantar às cegas” os participantes só ficam sabendo onde será o restaurante no dia do encontro. E assim as pessoas vão chegando e sentam à mesa já previamente reservada pela Timeleft. 

Aos poucos os desconhecidos foram chegando e se apresentando. O grupo do repórter era formado pela advogada Adriana Alves; o engenheiro Eberson Teixeira; a personal trainer Silvana Oliveira; a economista Luci Costa e a bancária Vanessa Dias. Uma pessoa cancelou em cima da hora e não compareceu. 

Todos são de classe média, metade é divorciada, tem filhos e a maior parte deles não são do Espírito Santo e vieram de estados como São Paulo, Porto Alegre e Goiás.  

O repórter deixou para informar que seria feita uma reportagem apenas no final do encontro para não alterar o clima proposto pela ferramenta e nem a espontaneidade. Aos poucos, os desconhecidos foram se apresentando e descobrindo afinidades entre uma taça de vinho e outra. 

O que todos concordam é que o Timeleft não é um aplicativo para encontros amorosos, inclusive, eles não podem nem ouvir a expressão “Tinder da Gastronomia”, comparação que já foi feita pela imprensa com outro aplicativo de relacionamento. 

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A economista Luci Costa no início acreditou que era um aplicativo de namoro e fez o cadastro acreditando que fosse encontrar um novo companheiro, já que estava recém separada. Os planos mudaram, ela conheceu o atual namorado, mas continua indo aos jantares em busca de novas amizades, fazer network e também conhecer novos restaurantes. 

O primeiro encontro realizado pela plataforma em Vitória, coincidentemente, foi no último 12 de junho, Dia dos Namorados. De lá para cá, já aconteceram quatro reuniões. E no final de cada uma delas as pessoas são adicionadas em um grupo de whatsapp que já tem 89 integrantes onde as amizades podem ganhar força e, quem sabe, até virar um namoro. 

Mas a bancária Vanessa Dias, uma espécie de organizadora informal do grupo, faz questão de explicar que o foco principal não é “pegação”. “Se acontecer é apenas uma consequência”, destacou. 

Depois das apresentações “oficiais” e do jantar, que é pago pelo próprio participante, o aplicativo promove um encontrão com todas as pessoas que se reuniram no mesmo dia e que estavam em restaurantes diferentes, todos na região da Praia do Canto. 

Depois do jantar, os participantes são convidados para um after em algum barzinho. Foto: Divulgação

O after aconteceu em um bar também na região. Alguns já se conheciam de outras oportunidades, já que no aplicativo é possível adquirir pacotes que dá direito a participar de novos jantares. 

O clima é de total descontração e realmente são poucas as pessoas que estão com o objetivo principal de encontrar um namorado ou namorada, embora o repórter do ES360 tenha presenciado um flerte entre dois participantes que não sabemos se evoluiu para algo mais além da amizade. 

Avaliação sobre o jantar 

“A minha expectativa para esse encontro foi grande. A sugestão é para quem for participar faça o cadastro próximo de alguma quarta-feira, dia em que acontece o encontro. É que com isso você evita esperar muito tempo para saber quem são os demais convidados e o local escolhido. Eu que sou ansioso sofri um pouco (risos). 

Confesso que fiquei apreensivo de chegar em um restaurante sem conhecer as pessoas, mas como em Vitória todo mundo se conhece tinha quase certeza de que encontraria alguém conhecido. O que não aconteceu. Ao chegar, o garçom me informou qual a mesa estava reservada e dois participantes já tinham chegado. 

Realmente o Timeleft não é um aplicativo de “pegação”. O clima é de total descontração, mesmo quem é tímido consegue interagir, já que no próprio aplicativo tem um jogo para quebrar o gelo, uma espécie do conhecido “verdade e consequência”. Ali todo mundo já relaxa e no final já está marcando outros encontros fora da plataforma. 

O encerramento é a parte mais interessante para quem está solteiro e não descarta um relacionamento. Todas as pessoas que participaram dos encontros naquele dia são convidadas para um after com uma bebida grátis. O meu aconteceu no Barraco, na Praia do Canto, mas não é obrigatório. Vai quem quer. Mas é lá que a chance da paquera fica mais acentuada. Minha dica é: vivam essa experiência!” 

Saiba mais sobre o Timeleft

O primeiro passo para quem quer participar é fazer o cadastro. Ao entrar no site ou aplicativo (disponível para iOS e Android), a primeira etapa consiste em responder um questionário que visa mapear sua personalidade.  Depois de responder as perguntas, você seleciona a cidade e a data que gostaria de participar do jantar. No Espírito Santo, somente Vitória está disponível.

Os encontros acontecem sempre às quartas-feiras, às 20h. Para efetuar a reserva, é preciso pagar R$ 39,99 de taxa de serviço (existem também pacotes de R$ 59,90 por mês, R$ 119,90 por três meses) e R$ 199,90 por seis meses. A organização dos jantares é feita de forma remota pela equipe do Timeleft, em parceria com os restaurantes.

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