Diversão
Filmes e séries que mergulham no universo das apostas
Do glamour dos cassinos às consequências trágicas do vício, obras audiovisuais retratam diferentes perspectivas sobre o mundo das apostas e seus impactos na vida dos personagens

Personagens complexos e apostas arriscadas: o audiovisual revela os bastidores do vício e do poder. Foto: Reprodução/ Montagem Ester Tavares
O fascínio pelos jogos de azar tem sido uma constante no cinema e na televisão. Com narrativas que oscilam entre o luxo dos cassinos de Las Vegas e o drama de vidas devastadas pela compulsão, filmes e séries vêm explorando, há décadas, o universo das apostas, seja em cartas, roletas, corridas ou esportes. Em tempos de legalização das apostas esportivas online, inclusive no Brasil, essas obras ganham novo fôlego e relevância.
> Quer receber as principais notícias do ES360 no WhatsApp? Clique aqui e entre na nossa comunidade!
Disponíveis em plataformas como Netflix, Prime Video, Globoplay e HBO Max, essas produções retratam personagens ambíguos e tramas recheadas de tensão, estratégia e riscos. Não se trata apenas do jogo em si, mas dos bastidores: as motivações psicológicas, os dilemas morais e as consequências, que são muitas vezes destrutivas, de uma aposta errada.
Cassinos, fraudes e apostas altas: o jogo na tela grande
Entre os clássicos do cinema está Cassino (1995), de Martin Scorsese, que mergulha na máfia por trás dos jogos em Las Vegas nos anos 1970. Com Robert De Niro e Sharon Stone no elenco, o filme mostra como o controle dos cassinos era disputado por organizações criminosas, e como o poder e o dinheiro podem levar à ruína.
Outro exemplo é Rounders (1998), estrelado por Matt Damon, que acompanha um jovem jogador de pôquer tentando equilibrar sua vida acadêmica com as tentações do submundo das apostas. Já Uncut Gems (Joias Brutas, 2019), da dupla Safdie, apresenta um retrato frenético de um joalheiro viciado em apostas, interpretado por Adam Sandler, cuja busca incessante por lucro o leva a situações perigosas e caóticas.
A Grande Aposta (2015), embora foque no colapso do mercado imobiliário americano, mostra como um grupo de investidores lucrou apostando contra o sistema financeiro, revelando que o espírito do jogo também está presente nas engrenagens da economia global.
Apostar para sobreviver: a lógica de Kakegurui

Filmes e séries abordam o universo das apostas como metáfora das relações de poder e risco na sociedade contemporânea (Yumeko Jabami – Kakegurui: Bet). Foto: Reprodução/Netflix
Fora do eixo ocidental, o universo das apostas também ganha destaque em produções orientais, como a série japonesa Kakegurui: Bet, live-action da Netflix inspirado no anime de mesmo nome. Embora o título possa remeter aos populares sites de apostas online, a narrativa vai por um caminho totalmente diferente e bem mais distópico.
A história se passa na escola Hyakkaou, uma instituição fictícia de elite onde estudam os filhos das pessoas mais ricas e influentes do Japão. Lá, os jogos de azar são parte da rotina escolar, mais do que estimulados, eles definem o status social dos estudantes. Quem perde dinheiro também perde prestígio, e alunos endividados podem se tornar “empregadinhos” de seus adversários, como parte de uma hierarquia cruel, aceita como natural dentro do colégio.
A protagonista, Yumeko Jabami, é uma nova aluna de rosto angelical e raciocínio afiado, que logo se revela viciada em apostas. Para ela, o dinheiro é sinônimo de vida, e apostar significa experimentar uma forma extrema de existência. Ao longo da série, assim como no anime original, exibido entre 2017 e 2019, Yumeko enfrenta seus colegas nos mais variados jogos de azar, usando inteligência estratégica, senso de observação e uma pitada de sorte para vencer.
Kakegurui expõe de forma exagerada, mas simbólica, como o poder, a manipulação e a sede de adrenalina estão entrelaçados no ato de apostar. E mesmo em uma escola, as apostas não são apenas um passatempo: são a base da estrutura de poder.
Séries ampliam o debate sobre vício e ética
Na TV ocidental, outras séries também abordam o tema. Em Ozark (Netflix), a família Byrde lava dinheiro para um cartel mexicano por meio de um cassino flutuante, levantando questões sobre o uso da estrutura legal dos jogos para fins criminosos. Já Las Vegas (2003–2008), embora mais leve, mostra os bastidores de um cassino de forma cômica e dramática ao mesmo tempo.
Produções como Poker Face (2023) mesclam mistério e estratégia, enquanto Bet (2022), série nacional do Globoplay, mergulha no mundo das apostas esportivas, popular entre brasileiros de diferentes idades. A obra brasileira destaca como o fácil acesso às plataformas de jogo pode abrir caminho para problemas sérios, como o vício e o endividamento de jovens.
Mais do que sorte: um reflexo da sociedade
Essas produções não apenas entretêm, mas também funcionam como crítica social. Ao retratar o vício, o desespero e a ganância, elas nos fazem refletir sobre o que motiva as pessoas a arriscarem tudo — e o que elas têm a perder. Seja no glamour de Las Vegas, nas mesas de pôquer clandestinas ou no ambiente escolar distorcido de Kakegurui, o jogo é sempre uma metáfora da vida: arriscada, desigual e imprevisível.
LEIA MAIS!
- CineMaterna: Lilo & Stitch para famílias com bebês em Vila Velha
- Do rock ao carimbó: Formemus traz 13 artistas para shows gratuitos no ES
- Festa de São Pedro terá shows e procissões na Praça do Papa
