fbpx

Diversão

Após reforma, sítio histórico de Queimado abre para visitação

A obra custou mais de R$ 3 milhões. As visitas ao sítio histórico de Queimado já podem ser agendadas

Publicado

em

O sítio histórico de queimado está aberto para visitação em Serra. Foto: Divulgação (prefeitura)

As obras de restauração do Sítio Histórico e Arqueológico de São José do Queimado, iniciadas no final de 2022, foram concluídas. A intervenção, conduzida pela Secretaria Municipal de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer (Setur) de Serra, custou mais de R$ 3 milhões e representa a segunda etapa da revitalização do local, que agora se transformou em um museu a céu aberto.

> Quer receber as principais notícias do ES360 no WhatsApp? Clique aqui e entre na nossa comunidade!

O sítio foi palco da maior revolta de escravizados do Espírito Santo, ocorrida durante a inauguração da igreja em 19 de março de 1849. O local abriga as ruínas do templo católico de São José e um cemitério.

Entre as melhorias entregues, destaca-se a construção de um ponto de apoio administrativo com funcionários que fornecerão informações históricas e arqueológicas aos visitantes. Também foram instalados uma sala de exposição, um saguão, uma área de serviço e banheiros acessíveis.

O sítio histórico de Queimado foi reformado e virou verdadeiro museu a céu aberto. Foto: Divulgação (prefeitura)

Além disso, o novo sítio histórico conta com área de estacionamento, calçadas com pedra portuguesa ligando os espaços, nova iluminação em LED, bancos, paisagismo, nova pintura nas ruínas da igreja de São José, restauração do cemitério e uma rede de abastecimento de água e fossa filtro.

Primeira Reforma

Iniciado em 2019, o primeiro processo de recuperação da igreja de São José do Queimado durou cerca de um ano e envolveu trabalhos arqueológicos e reconstruções de estruturas do século XIX. O custo foi de R$ 1,3 milhão, fruto de uma parceria entre a Prefeitura da Serra e o Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidor do Espírito Santo (Sincades). A Prefeitura complementou com mais R$ 1,5 milhão para instalar energia elétrica e postes de iluminação até as ruínas.

Com os trabalhos de restauro, a construção agora apresenta a estrutura da igreja original, incluindo um mirante no segundo pavimento. As ruínas, que perderam algumas paredes e a torre principal ao longo dos anos, receberam uma estrutura metálica para suporte, em um projeto coordenado pelo Instituto Modus Vivendi.

Para Erika Kunkel, presidente do Instituto Modus Vivendi, responsável pelo restauro da igreja e pelas pesquisas arqueológicas e históricas na primeira etapa, a intervenção da Prefeitura da Serra adequou plenamente o local para uso da população, ressignificando-o sem perder o vínculo com os acontecimentos históricos ali ocorridos. “O projeto objetivou resgatar o monumento, que guarda a sofrida história de segregação e desumanidade de Queimado, transformando-o em um museu a céu aberto. Hoje, quase dois séculos após a trágica ruína dessa esperança de liberdade, o monumento passa a ser um local educador, que conta uma história e nos permite refletir sobre a necessidade de sermos seres humanos melhores”, destacou.

Visitação

As visitas serão feitas por agendamento. Interessados devem entrar em contato com a Secretaria Municipal de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer (Setur) da Serra pelo telefone (27) 3251-6822, de segunda a sexta, das 8h às 17h. Um monitor da Setur estará disponível no local para acompanhar os visitantes e apresentar informações sobre a história e as descobertas arqueológicas.

O que foi a Insurreição de Queimado?

O sítio histórico restaurado foi palco do principal movimento contra a escravidão no Espírito Santo, a Insurreição de Queimado. Em 19 de março de 1849, escravizados de São José do Queimado, na Serra, se revoltaram após a promessa não cumprida do frei italiano Gregório José Maria de Bene de conceder-lhes alforria em troca da construção da igreja de São José. Mais de 300 pessoas, entre homens, mulheres e crianças, participaram da rebelião, liderada por Chico Prego, João da Viúva, Elisiário e outros.

Para conter o movimento, as autoridades recorreram a forças da província do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. Os rebelados foram presos e julgados, com cinco condenações à morte. Elisiário escapou da cadeia e se refugiou no Morro do Mestre Álvaro, nunca sendo recapturado. Chico Prego foi capturado e enforcado em 11 de janeiro de 1850. Hoje, ele é homenageado com uma estátua no centro de Serra e dá nome à Lei de Incentivo Cultural do município.

Todos os anos, em 19 de março, Queimado é ocupado por entidades antirracistas, coletivos de movimentos negros, bandas de congo da Serra e representantes de religiões de matriz africana para celebrar a memória daqueles que lutaram por liberdade em 1849.

Serviço:

  • Sítio Histórico e Arqueológico de São José do Queimado
  • Visitação por agendamento: (27) 3251-6822 (segunda a sexta, das 8h às 17h).
  • Endereço: Distrito de Queimado, região rural a 16 km de Serra Sede.

Valorizamos sua opinião! Queremos tornar nosso portal ainda melhor para você. Por favor, dedique alguns minutos para responder à nossa pesquisa de satisfação. Sua opinião é importante. Clique aqui