Diversão
5 ruínas no ES que são cenários incríveis para fotos e turismo
Igrejas, fazendas e construções antigas que resistiram ao tempo e hoje são ruínas fascinantes para explorar, fotografar e conhecer histórias
Vestígios do passado, cenários imponentes e histórias que resistem ao tempo. No Espírito Santo, ruínas históricas guardam memórias de diferentes períodos e ainda oferecem paisagens que encantam visitantes e fotógrafos. De antigas igrejas a fazendas jesuíticas, esses locais misturam arquitetura, natureza e cultura, sendo opções para quem busca um passeio diferente. Confira cinco ruínas no estado que podem ser o cenário perfeito para sua próxima visita:
1. Igreja São José do Queimado – Serra

Ruínas de São José do Queimado, na Serra. Foto: Everton Nunes/Secom-PMS
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Localizado a cerca de 25 quilômetros da capital, Vitória, o sítio histórico do Queimado foi palco do principal movimento contra a escravidão no Espírito Santo, a Insurreição do Queimado.
Em 19 de março de 1849, escravizados da localidade de São José do Queimado, na Serra, se revoltaram devido a uma promessa do frei italiano Gregório José Maria de Bene: se construíssem a igreja de São José, ganhariam a alforria, mas isso não aconteceu.
Mais de 300 homens, mulheres e até crianças participaram da rebelião, capitaneada por Chico Prego, João da Viúva, Elisiário e outros líderes, que articularam a luta pela liberdade com as próprias mãos.
A insurreição foi tão forte que, para contê-la, foram necessárias forças vindas do Estado do Rio de Janeiro, além das capixabas.
Os rebelados foram presos e julgados, e cinco deles foram condenados à morte. Um dos líderes da revolta, Elisiário, escapou da cadeia e refugiou-se nas matas do Morro do Mestre Álvaro, nunca mais sendo recapturado. Chico Prego foi capturado e enforcado em 11 de janeiro de 1850. Hoje, ele dá nome à Lei de Incentivo Cultural do Município da Serra.
2. Ruínas do Rio Salinas – Anchieta

Ruinas do Rio Salinas, em Anchieta. Foto: TripAdvisor/Leonardo V.
Às margens do Rio Salinas, em Anchieta, encontram-se as enigmáticas Ruínas do Rio Salinas. Essas antigas estruturas de pedra são vestígios de um passado desconhecido que intrigam os arqueólogos e encantam os visitantes. Rodeadas pela beleza natural da região, as ruínas oferecem uma oportunidade única de explorar um mistério arqueológico em um ambiente sereno e intocado.
Para chegar ao local, o turista é convidado a fazer um passeio pelo Rio Benevente até entrar em seu afluente, o Rio Salinas. As 32 colunas que formam as ruínas são feitas de pedra, conchas e óleo de baleia.
O percurso pelos rios dura, em média, 40 minutos. Em 2019, foi realizada a reconstrução da passarela de 150 metros, a construção de um novo píer, que serve de apoio às embarcações, e a criação de um portal. O local também conta com diversos cantinhos perfeitos para tirar lindas fotos.
3. Ruínas de Dona Marta – Vila Velha

Ruínas de Dona Marta, em Vila Velha. Foto: Capixaba da Gema
As ruínas no pé do morro Jaburuna, em Vila Velha, são vestígios da primeira fábrica de sabão do Espírito Santo. Inicialmente, a fábrica distribuía seus produtos para várias cidades do estado e para estados vizinhos. Com o tempo, a produção cessou e o local foi utilizado como depósito de produtos inflamáveis e, posteriormente, como depósito de areia monazítica. Essa areia era transportada para uma fábrica de beneficiamento na Praia do Suá e exportada. O local também está associado ao primeiro Porto de Vila Velha, o Porto de Sal, embora haja poucas informações sobre esse período de atividades.
Atualmente, o local é conhecido como Ruínas de Dona Marta, pois, segundo moradores da região, esse era o nome da senhora que por muitos anos residiu nessa construção abandonada. Para chegar lá, siga até a última pracinha da Glória, próxima a Itaipava. Em seguida, pegue a rua à direita e continue até a Prainha da Glória, onde ficam localizados os estaleiros. Ao chegar, na área que seria a areia da praia, você encontrará uma trilha. Siga em frente por essa trilha até alcançar as ruínas, que estão precedidas por uma pequena praia. O acesso é por uma trilha de dificuldade fácil, com apenas dois pontos onde há risco de escorregar nas pedras. É importante estar atento a esses dois pontos, pois a passagem é feita por pedras e há risco de escorregar e cair no mar, embora não seja algo extremamente perigoso.
4. Igreja Velha – São Mateus

Ruína da Igreja Velha, em São Mateus. Foto: Site da Ufes
Em São Mateus, a Igreja Velha é uma ruína do que seria a maior de todas as igrejas do município. Trata-se de uma construção no estilo Colonial Português, datada da metade do século XIX. Por falta de recursos do Tesouro Municipal, a Câmara decidiu, por ato de 6 de agosto de 1853, paralisar a obra.
Segundo a Ata da Câmara Municipal da época, que determinou o encerramento da construção, a Igreja Matriz da Praça do Campo, como era conhecida na época, demandava mais de 40 contos de réis e aproximadamente 50 anos para ser concluída. Já a Igreja Matriz da Praça de São Mateus, que já estava com as obras adiantadas, demandaria não mais que 8 contos de réis para a conclusão. Por esse motivo, as obras foram encerradas.
A alvenaria utilizada era de pedras e uma argamassa feita de óleo de baleia e cal. As pedras utilizadas vinham nos lastros dos navios que atracavam no Porto de São Mateus, e a cal era retirada dos sambaquis, facilmente encontrados na região de Barra Nova. Muitas dessas pedras dos alicerces da Igreja Velha foram posteriormente utilizadas pelos moradores na construção de edificações no município.
5. Igreja Nossa Senhora de Belém – Viana

Igreja de Nossa Senhora de Belém, em Viana. Foto: Divulgação/Prefeitura de Viana
Conhecida como “Ruínas de Belém”, a Igreja de Nossa Senhora de Belém foi construída pelos jesuítas no século XVIII e apresenta características das igrejas erigidas nas grandes fazendas de cana-de-açúcar.
Sua construção, iniciada em 1780 por Torquato Martins de Araújo, foi interrompida por um incêndio que ocorreu quando a edificação completava 100 anos. As tentativas de restauração foram realizadas em 1942 e 1951. Em novembro de 1993, as ruínas foram tombadas pelo Conselho Estadual de Cultura.
Embora não ostente a imponência que tinha antes do incêndio, as Ruínas de Belém ainda mantêm seu charme e atraem visitantes, tanto turistas quanto moradores locais, sendo frequentemente utilizadas para ensaios fotográficos. Em 2014, a Prefeitura de Viana pavimentou o acesso ao monumento e implementou paisagismo ao seu redor.
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