Dinheiro
Trump recua e abre exceções para tarifaço contra o Brasil
Em decreto, Trump considera o Brasil uma ameaça incomum e extraordinária à segurança dos EUA

Trump assinou o decreto que impõe tarifaço sobre produtos brasileiros. Donald Trump. Foto: Reprodução/Facebook
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) uma ordem executiva que estabelece uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil. A medida, que passa a valer em sete dias, foi justificada como resposta a uma “ameaça incomum e extraordinária” à segurança nacional, à política externa e à economia dos EUA. A alíquota inclui exceções, como suco de laranja, produtos agrícolas, petróleo e derivados, metais e peças de aeronaves.
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De acordo com a Casa Branca, a decisão se baseia na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional, de 1977, e tem como alvo as “políticas e ações” do governo brasileiro, que, na avaliação americana, causam prejuízos a empresas e cidadãos dos Estados Unidos.
O comunicado menciona diretamente o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), qualificando o processo como uma “perseguição politicamente motivada” e acusando autoridades brasileiras de cometer “abusos graves de direitos humanos”.
Entre os alvos apontados está o ministro do STF Alexandre de Moraes, que foi sancionado nesta quarta. Trump o acusa de “coagir arbitrariamente empresas norte-americanas a censurar discurso político, fornecer dados de usuários e modificar políticas de moderação de conteúdo”, sob ameaças de multas, processos criminais, bloqueio de bens ou expulsão do mercado brasileiro.
“Ao impor essas tarifas para enfrentar as ações imprudentes do governo do Brasil, o presidente Trump está protegendo a segurança nacional, a política externa e a economia dos Estados Unidos de uma ameaça estrangeira”, afirma a nota oficial.
Ainda segundo o governo norte-americano, a medida também visa “preservar e proteger a liberdade de expressão” dos cidadãos americanos e “defender empresas dos EUA de censura forçada”.
O anúncio agrava a já delicada relação entre os dois países, que desde julho enfrentam uma escalada de tensão comercial e diplomática. O governo brasileiro classificou a nova medida como “chantagem” e afirma que não aceitará pressões políticas relacionadas ao julgamento de Bolsonaro.
