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Inclusão no trabalho ainda é desafio para mais de 51 mil autistas no ES

Apesar de superarem a média nacional em número de diagnósticos, capixabas com TEA ainda enfrentam barreiras para conquistar vagas

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No Brasil, famílias de pessoas com autismo travam batalhas judiciais contra planos de saúde para garantir terapias essenciais, em um cenário em que o direito à saúde, assegurado pela Constituição, segue sendo negado na prática. Foto: Freepik

Autismo. Foto: Freepik

A cada 100 moradores do Espírito Santo, pelo menos um tem diagnóstico de autismo. São 51.328 pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), segundo o Censo Demográfico 2022. Mas, apesar da representatividade, a realidade no mercado de trabalho segue marcada por barreiras, preconceito e oportunidades ainda restritas.

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O especialista em Inovação e Gestão de Projetos Júlio Diógenes, que é autista, avalia que muitas companhias tratam a inclusão como filantropia, e não como valor. Para ele, o caminho é adaptar ambientes e funções, aproveitando habilidades específicas de autistas, como foco e atenção a detalhes.

Opinião semelhante tem o analista de TI Luiz Welligton Ribeiro Chilimbergui, também autista. Ele afirma que diversas empresas ainda eliminam candidatos apenas por terem TEA, sem considerar a qualificação técnica. Segundo ele, a deficiência invisível exige ajustes no ambiente, assim como já acontece para garantir acessibilidade física.

Impacto para a sociedade

A inclusão profissional vai além da oportunidade individual. Ela amplia autonomia, melhora a qualidade de vida e fortalece vínculos sociais. Para as empresas, representa diversidade de perspectivas, inovação e maior produtividade. Já para a economia, significa redução de custos sociais, geração de renda e aumento no consumo.

Preconceito é a principal barreira

A procuradora do Trabalho Fernanda Barreto Naves, da Coordigualdade, lembra que o maior obstáculo ainda é a barreira atitudinal — o preconceito. Ela explica que campanhas vêm sendo promovidas para conscientizar empresas e romper estigmas, mas reforça que a mudança depende da sensibilidade da sociedade como um todo.

Cenário capixaba

Os dados do Censo mostram que o Espírito Santo tem proporção maior de autistas do que a média nacional. Apenas nos quatro principais municípios da Grande Vitória, vivem 26.369 pessoas com TEA: Serra (8.807), Vila Velha (7.936), Cariacica (5.086) e Vitória (4.540).

O levantamento reacende o debate no Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, celebrado em 21 de setembro, e destaca a urgência em transformar números em inclusão real.

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