Dinheiro
Crise de energia: Entenda como foi o racionamento em 2001
Governo determinou redução do consumo em 20% para todos os consumidores, reduziu iluminação pública e vetou até eventos à noite

Linhas de transmissão de energia, energia elétrica. Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil
Vinte anos depois, o risco do apagão volta a rondar o Brasil. Com a escassez de chuva, a crise hídrica é considerada a pior em 91 anos e para evitar colapso do sistema elétrico brasileiro o governo federal determinou a criação de uma taxa extra acima da bandeira vermelha, o que deve aumentar o valor das contas de luz para os consumidores em até 7% pelos próximos seis meses.
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Esse patamar foi criado para custear com recursos da bandeira tarifária os custos excepcionais do acionamento de usinas térmicas e da importação de energia. O pedido de redução de consumo também tem o objetivo de garantir água nos reservatórios das hidrelétricas nos próximos meses.
O país está diante de um drama semelhante ao vivido em 2001. Na época, o então presidente Fernando Henrique Cardoso anunciou diversas medidas para evitar um colapso no abastecimento em todo o país. Na época o Brasil dependia praticamente da geração de energia pelas hidrelétricas. Uma das medidas foi o racionamento de energia, com determinação de reduzir o consumo em 20% para todos os consumidores. As ações foram voltadas para as regiões Sudeste, Norte e Centro-Oeste e começaram a valer em 17 de maio daquele ano.
O governo na época também recorreu a blecautes programados e tomou medidas como cortes de até 35% na iluminação pública e até fornecimento de energia para novas empresas. Houve proibição de fornecimento de luz para eventos noturnos, como shows e partidas de futebol. Monumentos e outdoors também não podiam ter iluminação.
Campanhas de racionamento de energia foram criadas para reduzir o consumo e havia bônus para quem economizasse e punição para quem não diminuísse gastos como sobretaxa na conta de luz de 30% nas residências do país e até corte de energia.
Uma das consequências do racionamento foi a queda na atividade econômica e aumento do desemprego. Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), de 2009, mostrou que o apagão elétrico gerou prejuízo de R$ 45,2 bilhões.
O racionamento foi suspenso a partir de 19 de fevereiro de 2002, com a recuperação das chuvas. E para prevenir novos problemas de geração de energia elétrica – quase 90% era gerada pelas hidrelétricas – o governo iniciou investimento em usinas termelétricas, movidas a gás, carvão e óleo combustível que não dependem do ciclo das águas.
