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Dinheiro

Com safra maior, café pode ficar mais barato ainda em 2025

Mesmo ainda caro no mercado, queda nas cotações no campo indica possível redução gradual de preços nos próximos meses

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café, xícara de café

Café acumulou mais de 80% na inflação nos últimos 12 meses. Foto: Freepik

O café ainda pesa no bolso, mas há sinais de que o alívio pode estar próximo. Com a colheita em ritmo forte no Brasil e uma safra mais favorável no Sudeste Asiático, os preços no campo começaram a cair. Se não houver novos problemas climáticos, o movimento deve chegar ao consumidor até o fim do ano.

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Em junho, o café moído foi o segundo item que mais influenciou a inflação, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística  (IBGE). Em 12 meses, o aumento acumulado é de 81,6%. Ainda assim, a inflação do café vem perdendo força desde março, o que indica uma possível mudança no mercado.

A cotação do café arábica, o mais consumido no Brasil, caiu 17% desde fevereiro. Esse recuo sinaliza o começo de uma queda nos preços pagos aos produtores. A expectativa é que o preço da saca continue diminuindo com o avanço da colheita, que vai até setembro.

Repasse será lento

Por outro lado, o impacto no varejo será lento. O café passa por várias etapas entre a colheita e o mercado: secagem, beneficiamento, torrefação e distribuição. Isso costuma levar semanas, o que traz uma demora para o repasse ao consumidor final.

Apesar da demora, analistas acreditam que a queda chegará ainda neste ano. Em um prazo de até 90 dias, os efeitos da nova safra devem começar a ser sentidos nas prateleiras. No entanto, os preços só devem cair com mais força a partir de 2026, quando é esperada uma safra maior no Brasil.

O recuo atual também é impulsionado por fatores externos. Países como Vietnã e Indonésia devem ter colheitas melhores neste ano. Além disso, o consumo doméstico de café caiu, reflexo do próprio encarecimento do produto.

A produção de café robusta no Brasil deve crescer 28%, de acordo com estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Esse avanço ajuda a aumentar a oferta e a conter os preços. Já o arábica, afetado pela seca, deve ter queda de 6,6%. Ainda assim, o volume total será suficiente para reequilibrar o mercado.

Os preços dispararam no início de 2025 por uma combinação de fatores. O Brasil exportou acima do normal, os estoques caíram, e a tensão no Oriente Médio afetou a logística global. Com rotas bloqueadas, a Europa comprou mais do Brasil, elevando os preços no mercado interno.

Além disso, empresas anteciparam importações por receio de uma nova lei europeia contra o desmatamento. Embora a regra tenha sido adiada para 2025, a incerteza já havia provocado uma corrida às compras. Com os preços futuros abaixo dos atuais, a indústria reduziu os estoques para evitar perdas.

Com o mercado se ajustando, a perspectiva é de queda nos preços ao consumidor. No entanto, isso vai acontecer aos poucos. O café ainda será caro em 2025 mas a partir do segundo semestre, o consumidor pode sentir algum alívio na xícara.

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