Dinheiro
CEO Meeting debate futuro do trabalho e crescimento no ES
Evento do IBEF-ES reuniu empresários e especialistas para debater desafios, anunciar investimentos e propor ações para o desenvolvimento capixaba

IBFE-ES promoveu mais uma edição do CEO Meeting. Foto: Divulgação
O Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo (IBEF-ES) promoveu mais uma edição do CEO Meeting, reunindo líderes empresariais, representantes do poder público e especialistas em economia, gestão e desenvolvimento para debater temas estratégicos para o futuro do Espírito Santo.
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Na abertura do evento, o presidente do IBEF-ES, Alecsandro Casassi, agradeceu a presença de todos os participantes e destacou o apoio dos mantenedores Diamante — Apex, ArcelorMittal, Banestes, Cesan, Medsênior, Sicoob e Vale. Em sua fala, lembrou o papel apartidário e propositivo do IBEF, que contribui com a sociedade por meio da produção e divulgação de conteúdo técnico em veículos como TV Vitória, TV Gazeta, TV Tribuna, TV SIM e RedeTV! ES. “O IBEF constrói um legado baseado em conteúdo qualificado, servindo como fonte confiável de informação”, pontuou Casassi, que também agradeceu à equipe interna pela realização do encontro.
O diretor de Conteúdo Técnico do Instituto, Everson Fraga, ressaltou que o CEO Meeting nasceu da necessidade de provocar discussões profundas sobre o desenvolvimento do estado. “Temas como qualificação da mão de obra, retenção de talentos, diversidade geracional e transformação digital são centrais para que o Espírito Santo continue gerando valor social e econômico”, afirmou.
Um dos pontos altos do evento foi o anúncio de investimentos históricos no Espírito Santo. O presidente do Instituto Jones dos Santos Neves, Pablo Lira, apresentou dados que apontam um crescimento do PIB capixaba de 3,45% em 2024, com geração de empregos, aumento de renda e destaque nacional em indicadores como competitividade e transparência. O estado projeta R$ 98 bilhões em investimentos distribuídos pelas 10 microrregiões, com destaque para setores como petróleo e gás, urbanização, café e infraestrutura, incluindo a chegada de aeroportos regionais e o Terminal de Granéis Líquidos de Praia Mole, com investimento de R$ 340 milhões.
O presidente da Cesan, Munir Abud, apresentou o plano de investimentos da companhia, que prevê a universalização do saneamento básico até 2033. Destacou a recente realização de leilão para a concessão do esgotamento sanitário em diversas cidades e os avanços em Guarapari, onde a empresa conseguiu atender toda a população com água potável mesmo no pico do verão. Abud anunciou ainda a construção da maior usina de dessalinização do Brasil, a ser implantada no estado.
Representando o setor mineral, Sérgio Mileipe, diretor de Operações da Samarco, falou sobre os avanços no processo de repactuação das indenizações do rompimento da barragem de Mariana. A empresa já investiu R$ 38 milhões na Fundação Renova e anunciou R$ 100 bilhões em recursos para as pessoas atingidas. “Nosso compromisso é com a excelência, com retomada gradual e mão de obra local para garantir que os investimentos gerem emprego e renda no Espírito Santo”, destacou.
O economista Orlando Caliman, diretor da Futura, apresentou um panorama do mercado de trabalho capixaba, alertando para as dores atuais — como a falta de mão de obra qualificada — e futuras, que começam na base educacional. Ele defendeu políticas estruturantes e educação de qualidade para evitar gargalos em um cenário de crescimento.
Durante o painel sobre força de trabalho, moderado por Pedro Chieppe Ferraço, vice-presidente do IBEF-ES, representantes de grandes empresas compartilharam suas estratégias para lidar com os desafios de capacitação e diversidade. Jorge Oliveira, da ArcelorMittal, destacou parcerias com entidades como o Sesi e programas de integração. Rodrigo Ruggiero, da Vale, apontou a importância de adaptação às novas gerações e ao uso da tecnologia. Já André, da Suzano, alertou sobre a canibalização da mão de obra por empresas de fora e destacou a valorização de trabalhadores indígenas e venezuelanos.
No encerramento, Paulo Wanick reforçou a importância de um crescimento com integridade e criticou os excessos do assistencialismo. “Vamos consolidar todas as reflexões do evento em uma carta que será entregue ao governador. O Espírito Santo precisa crescer com dignidade”, afirmou.
