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Casagrande prefere cautela à reciprocidade ao tarifaço de Trump

O governador Renato Casagrande afirmou que a Lei de Reciprocidade ao tarifaço de Trump deve acontecer apenas em último caso

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Casagrande afirmou que a Lei de Reciprocidade deve ser adota em último caso. Foto: Divulgação (Governo)

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, classificou como “inaceitável” a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, como aço, rochas ornamentais e café.

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Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (10), Casagrande voltou a dizer que a medida não tem base técnica, carece de bom senso e representa uma ameaça à soberania do Brasil.

“É uma decisão sem debate, sem fundamento técnico e baseada em um argumento político e ideológico. Pela primeira vez, vemos surgir no radar econômico global uma justificativa ideológica para o estabelecimento de tarifas”, criticou o governador.

Segundo Casagrande, o governo federal e os brasileiros precisam reagir com firmeza a qualquer tentativa de interferência externa. “É preciso manter o respeito, a soberania e a força das nossas instituições e da democracia brasileira. Uma forma de reagir é não aceitar interferências”.

O governador disse que o Espírito Santo adotará uma posição de cautela diante do cenário e manterá diálogo com o governo federal. “Cabe a nós observar, sugerir, falar com a opinião pública e buscar, do presidente, uma postura equilibrada na condução da política econômica”, explicou.

Casagrande relatou que conversou com lideranças empresariais capixabas e que os setores mais geram procupação são o de aço e o de rochas ornamentais. Atualmente, cerca de 30% da produção do Espírito Santo vai para os Estados Unidos.

“Uma forma de reagir e não aceitar a interferência à nossa soberania. A outra é reagir com racionalidade, ter paciência e conversar com os setores da economia. Temos um prazo até 1° de agosto. Se é prejuízo para nós, também pode ser para os EUA por que exportamos produtos que podem encarecer a vida do americano em alguns setores”. 

Para Casagrande, se essa tarifa se consolidar, pode haver retração da atividade econômica. As empresas capixabas terão que buscar novos mercados. “Isso afeta o ânimo dos empreendedores e da população”, alertou.

Apesar das críticas, Casagrande defende que o Brasil reaja com inteligência. “Não se trata de um duelo. A lei de reciprocidade não significa que vamos usar a mesma tarifa. O governo pode ou não aplicá-la. O mais importante neste momento é ouvir os setores produtivos e ter paciência.”

Por fim, o governador voltou a criticar o caráter político da decisão americana: “Essa medida penaliza o brasileiro. O Brasil sempre manteve as relações comerciais acima das ideologias. Somos o único país a ser taxado com esse percentual, o que mostra que os argumentos não são sustentáveis por muito tempo. Espero que seja apenas uma fumaça, que logo se dissipe.”