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Black Monday? Entenda a crise no mercado financeiro desta segunda

O temor de uma recessão nos EUA está levando investidores a reconsiderar suas apostas, migrando seus recursos para opções mais seguras

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Dados dos Estados Unidos gerou caos no mercado financeiro. Foto: Jcomp/Freepik

Dados dos Estados Unidos gerou caos no mercado financeiro. Foto: Jcomp/Freepik

O mercado financeiro tem enfrentado turbulências após a divulgação dos dados de emprego nos Estados Unidos, na última sexta-feira (2). A criação de vagas abaixo do esperado pode mostrar uma forte desaceleração na economia norte-americana.

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Embora seja um assunto interno, suas consequências são globais. O temor de uma recessão nos EUA está levando investidores a reconsiderar suas apostas, migrando seus recursos para opções mais seguras. Esse movimento provoca quedas nas bolsas americanas e internacionais nesta segunda-feira (5).

Outro fator de tensão é o aumento dos conflitos geopolíticos no Oriente Médio. Na semana passada, o líder do grupo terrorista Hamas, Ismail Haniyeh, foi morto em Teerã, Irã, gerando promessas de retaliação.

O Japão também enfrenta desafios econômicos. Em uma tentativa de conter a inflação, o banco central japonês aumentou as taxas de juros, desmantelando posições que se beneficiavam dos juros extremamente baixos. Como resultado, a bolsa de Tóquio registrou seu pior desempenho desde a ‘segunda-feira negra’ de 1987. Mercados de diversos países, tanto desenvolvidos quanto emergentes, também sofrem com as incertezas econômicas.

Impacto

O relatório de emprego dos Estados Unidos, conhecido como payroll, revelou a criação de 114 mil vagas não agrícolas em julho, bem abaixo das 175 mil vagas esperadas pelo mercado financeiro. O setor privado contribuiu com 97 mil desses postos de trabalho, a segunda menor marca desde dezembro de 2020. Como resultado, a taxa de desemprego subiu para 4,3%, comparada aos 4,1% anteriores.

Esses dados foram divulgados apenas dois dias após o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, decidir manter suas taxas de juros inalteradas por pelo menos mais 45 dias. Atualmente, a taxa básica de juros está entre 5,25% e 5,50%, o maior nível em 21 anos. Juros altos encarecem o crédito e o financiamento para pessoas e empresas, tendendo a reduzir a atividade econômica e o consumo da população, podendo levar a uma recessão.

Recessão

Uma recessão nos Estados Unidos gera uma série de impactos no mercado financeiro. O efeito mais direto é a redução dos lucros das empresas, levando à desvalorização de suas ações devido à expectativa de resultados piores.

Além disso, há consequências indiretas: a perspectiva de menor faturamento faz com que as empresas reduzam investimentos, enfrentem mais dificuldades para honrar dívidas e, em casos extremos, realizem demissões ou enfrentem processos de falência.

Os investidores, diante desse cenário, abandonam a expectativa de grandes lucros e se retraem, transferindo seus recursos da bolsa de valores ou de investimentos diretos para ativos mais seguros. Um exemplo clássico são os títulos de dívida americana (Treasuries), considerados os mais seguros do mundo.

E a bolsa do Japão?

A Bolsa de Tóquio encerrou a sessão de segunda-feira (5) com a maior queda em pontos de sua história, impactada por um clima global de aversão ao risco e pela significativa valorização do iene.

A moeda japonesa se apreciou de 162 ienes por dólar em julho para 141,73 ienes por dólar nesta segunda-feira, um patamar não visto desde janeiro. Essa valorização foi impulsionada pelas recentes decisões políticas do Banco Central do Japão, que, na semana passada, elevou suas taxas de juros pela segunda vez em 17 anos e indicou a possibilidade de novos aumentos em breve.

A valorização do iene é resultado de uma estratégia conhecida como “carry trade”. Segundo analistas, a desvalorização do iene anteriormente havia gerado inflação no Japão, levando o Banco Central a adotar medidas corretivas. “O movimento envolveu um aumento das taxas de juros e a venda de US$ 35 bilhões para valorizar o iene”, explica um analista.

Além disso, a alta do iene prejudica os exportadores japoneses, pois encarece os produtos do país para compradores estrangeiros, tornando-os menos atraentes.

O índice Nikkei 225, principal indicador da bolsa japonesa, que já havia registrado uma queda de 5,8% na sexta-feira, despencou mais 12,4% nesta segunda-feira, estabelecendo um recorde de baixa histórica que remete ao “crash” de 1987.


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