Dia a dia
Você sabe o que a cor da bengala de um cego indica?
Cores branca, verde e vermelha indicam diferentes níveis de deficiência e ajudam na identificação e no acolhimento dessas pessoas

Bengala branca é utilizada por pessoas com cegueira total, que não identificam luz, formas ou movimentos. Foto: FreePik
Nem toda bengala que vemos nas mãos de pessoas com deficiência visual tem o mesmo significado. As cores utilizadas nesse instrumento de apoio indicam diferentes graus de comprometimento da visão — e, em alguns casos, também da audição. Por isso, saber o que cada uma representa é essencial para oferecer ajuda de forma respeitosa e adequada.
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O sistema de sinalização por cores é adotado em diversos países e também no Brasil. A ideia é permitir que a sociedade compreenda melhor a condição das pessoas com deficiência visual, evitando julgamentos ou interpretações equivocadas sobre o comportamento de quem, por exemplo, utiliza celular ou consegue andar sem ajuda em certos momentos.
Bengala branca: ausência total de visão
A bengala branca é a mais conhecida e usada por pessoas que vivem com cegueira total. Esses usuários não conseguem perceber luz, formas ou movimentos. A perda da visão pode ter origem congênita (desde o nascimento) ou ter sido adquirida ao longo da vida, por doenças, traumas ou outras causas.
Bengala verde: baixa visão
Já a bengala verde sinaliza que a pessoa tem baixa visão, também chamada de visão subnormal. Nesses casos, mesmo com a função visual comprometida, ainda é possível realizar tarefas com algum grau de autonomia. Essas pessoas podem identificar luzes, vultos e, em alguns casos, reconhecer objetos ou rostos. A condição pode variar entre os níveis leve, moderado ou profundo.
Essa é a bengala que, muitas vezes, gera confusão: ao ver alguém com deficiência visual mexendo no celular, por exemplo, algumas pessoas podem questionar a legitimidade do uso da bengala. A sinalização correta evita esse tipo de julgamento.
Bengala vermelha e branca: surdocegueira
A terceira combinação, com as cores vermelha e branca, é usada por pessoas com surdocegueira — uma condição que envolve comprometimento, em diferentes níveis, tanto da visão quanto da audição. Nesses casos, a comunicação pode ser feita por meio de técnicas táteis, como o sistema Tadoma, também conhecido como “Braille Tátil”. Nele, o contato com o rosto e a garganta de quem fala permite compreender as palavras por meio das vibrações e movimentos.
Informação que gera inclusão
Segundo especialistas em acessibilidade, conhecer o que cada cor representa contribui para uma sociedade mais preparada para oferecer apoio com empatia. Além disso, amplia a compreensão sobre as diferentes formas de deficiência e evita suposições erradas.
A orientação é que, sempre que for necessário ajudar uma pessoa com bengala, o contato seja feito com respeito, oferecendo apoio de forma gentil e com consentimento.
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