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Você conhece a angolana que libertou centenas de escravizados no ES?

Trazida para o estado após sequestro, Zacimba Gaba foi responsável por ataques que visavam garantir a liberdade de escravizados que chegavam pelo Atlântico

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Mosaico em homenagem a Zacimba Gaba na Ufes de São Mateus. Foto: Ufes/Reprodução

Mosaico em homenagem a Zacimba Gaba na Ufes de São Mateus. Foto: Ufes/Reprodução

Em meio aos mais de 300 anos de escravidão que aconteceram no Brasil, personagens negros que faziam rebeliões e tentavam fugir das senzalas são comuns de serem encontradas em meio as histórias. Entretanto, a história da princesa Zacimba Gaba é uma das que mais chamam atenção e ainda é pouco conhecida pelos capixabas.

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Nascida no século XVII, Zacimba era uma princesa do Reino de Cabinda, atual região da Angola. O local foi praticamente dizimado quando portugueses invadiram a capturaram centenas de homens e mulheres para serem enviados como escravizados para o Brasil.

Em meio a eles por volta de 1690, Zacimba foi sequestrada e trazida para ser escravizada. Ao chegar no Porto de São Mateus, norte do Espírito Santo, ela foi comprada por um influente fazendeiro da região, José Trancoso, junto com 12 outros súditos.

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Com o passar do tempo, ficou perceptível que o tratamento que os negros davam a Zacimba era diferenciado, o que chamou atenção dos senhores da fazenda. Por conta disso, ela foi levada à Casa Grande e foi torturada até confessar quem realmente era.

Quando foi descoberta, ela foi estuprada por Trancoso e proibida de sair da Casa Grande para evitar rebeliões. Entretanto, quando os outros escravizados descobriram o que havia acontecido, passaram a criar um plano para matar Trancoso e libertar a princesa.

Por um certo tempo, eles colocaram pó da cabeça de uma cobra venenosa torrada em meio a comida do Senhor e alguns meses depois ele morreu por intoxicação. Após conseguirem concluir o plano, Zacimba ordenou uma invasão a Casa Grande e os negros foram colocados em liberdade.

Após ficar livre, Zacimba Gaba fundou um quilombo na região de Itaúnas, onde passou mais de uma década governando. Para conseguir ajudar seu povo, que ainda era trazido como animais em meio aos navios negreiros, ela pediu que montassem um posto de observação para atacar os navios e libertar quem chegava para ser escravizado.

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Os ataques eram tão eficazes que as rotas dos navios precisaram ser alteradas, o que incomodou a elite branca fazendeira da época. Zacimba acabou morrendo em uma emboscada feita para conseguir assassiná-la. Em um falso navio negreiros, soldados portugueses conseguiram atrair a atenção da princesa e matá-la.

A história de Zacimba Gaba é pouco conhecida no Espírito Santo e tudo que se sabe é graças ao relato do Mestre Balduíno, um ex-escravizado que deixou registros que foram publicados anos depois por Marciel de Aguiar.


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