Dia a dia
Ufes identifica 308 áreas de risco com impacto em casas na Serra
O levantamento abrange 58 bairros da Serra, entre eles Jardim da Serra, Feu Rosa, Serra Dourada, Eldorado e José de Anchieta
O Laboratório de Geomorfologia e Gestão de Redução de Risco de Desastres (LabGR2D) da Ufes identificou 308 setores de risco na Serra, município da Grande Vitória, que abrange áreas com grande número de residências. As zonas de risco, classificadas com graduações de médio, alto e muito alto, incluem locais vulneráveis a deslizamentos de terra, quedas de blocos, enchentes e erosões, afetando diretamente a vida de milhares de moradores. O trabalho é coordenado pelo professor Celso Goulart e faz parte de um projeto do Ministério das Cidades para mapeamento de riscos em diversas cidades do país.
> Quer receber as principais notícias do ES360 no WhatsApp? Clique aqui e entre na nossa comunidade!
O levantamento abrange 58 bairros da Serra, entre eles Jardim da Serra, Feu Rosa, Serra Dourada, Eldorado e José de Anchieta. Além disso, o mapeamento foi feito por meio de drone, cobrindo uma área de aproximadamente 1.500 hectares e utilizando tecnologias como ortofotomosaicos. Segundo Goulart, as condições climáticas recentes, como as chuvas intensas da última semana, que não eram registradas há quase dez anos, podem alterar os resultados, especialmente nas áreas de Central Carapina e José de Anchieta, onde a vulnerabilidade é maior devido ao número de setores de risco e à grande densidade populacional.
Plano de redução de riscos
Este mapeamento é parte do Plano Municipal de Redução de Riscos (PMRR), que visa não apenas identificar as áreas mais críticas, mas também desenvolver ações para mitigar os riscos. O professor Goulart destaca que o plano é um instrumento de gestão fundamental para a definição de prioridades para intervenções públicas e privadas, como ações estruturais e não estruturais, com foco nas comunidades periféricas.
O PMRR é dividido em quatro etapas: planejamento, mapeamento e oficinas comunitárias, implementação das ações e a divulgação do relatório final. Em sua fase inicial, a comunidade foi envolvida por meio de oficinas para discutir a vulnerabilidade local e realizar um levantamento de riscos junto aos moradores. Agora, propostas de intervenções estão sendo elaboradas com base nesse diagnóstico.
A expansão urbana e os riscos elevados
O professor ressalta que os setores de risco estão diretamente ligados ao crescimento urbano da Serra, com destaque para as áreas de encostas íngremes e fundos de vales, locais propensos a desastres naturais devido a terrenos instáveis, como planícies de inundação e margens de córregos.
Com uma população superior a 500 mil habitantes, distribuídos por aproximadamente 130 bairros, a Serra é o município mais populoso da Região Metropolitana de Vitória. A urbanização desordenada tem ampliado a vulnerabilidade em áreas com infraestrutura deficiente, principalmente nas regiões de expansão residencial.
Equipe da Ufes e parcerias técnicas
O projeto conta com a participação de 14 profissionais da Ufes, incluindo professores, doutorandos, mestres e graduandos, além da colaboração com a Secretaria Nacional de Periferias do Ministério das Cidades. A iniciativa integra uma série de cooperações técnico-científicas em 20 cidades do país, com o objetivo de subsidiar as administrações locais em seus planos de prevenção e mitigação de riscos.
O mapeamento e as ações do PMRR devem contribuir significativamente para melhorar a segurança e qualidade de vida das populações da Serra, ajudando na definição de políticas públicas que possam reduzir os impactos de desastres naturais.
Valorizamos sua opinião! Queremos tornar nosso portal ainda melhor para você. Por favor, dedique alguns minutos para responder à nossa pesquisa de satisfação. Sua opinião é importante. Clique aqui