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Tumulto durante protesto deixa feridos na Serra

Trabalhadores terceirizados que atuam em uma empresa na Serra pedem equiparação de benefícios; PM usou bombas e spray de pimenta

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Protesto termina em tumulto na ArcelorMittal - Polícia usa bomba e spray de pimenta

Protesto termina em tumulto na ArcelorMittal – Polícia usa bomba e spray de pimenta. Foto: Reprodução

Um protesto de trabalhadores terceirizados do setor de limpeza terminou em tumulto na manhã desta quarta-feira (23), na portaria da ArcelorMittal, no município da Serra. Segundo o Sindilimpe-ES, sindicato que representa a categoria, a manifestação cobrava equiparação de benefícios como vale-alimentação, vale-transporte, cesta natalina e participação nos lucros e resultados (PLR).

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O ato ocorre em meio a uma greve iniciada na última segunda-feira (21). Desde então, os trabalhadores têm realizado protestos em frente às empresas onde prestam serviço, incluindo indústrias do polo metalúrgico da Grande Vitória.

Conflito começou após interdição da via

De acordo com a Polícia Militar, os manifestantes atearam fogo em pneus e pedaços de madeira, interditando a via pública e impedindo o fluxo de trabalhadores. Policiais informaram à liderança do protesto que a passagem precisava ser liberada para a atuação do Corpo de Bombeiros. No entanto, segundo a corporação, a liderança se recusou a liberar a via, deitou-se no chão para bloquear o caminhão dos bombeiros e ainda incitou os manifestantes contra os policiais.

“Ao ser ordenada a se retirar, a liderança não obedeceu, e os manifestantes passaram a se comportar de forma agressiva”, informou a PM. Diante da resistência, foi utilizado spray de pimenta para dispersar o grupo.

Ainda segundo a corporação, após o uso do spray, os policiais foram atacados com pedras, paus e garrafas. Como resposta, foram efetuados disparos de bala de borracha e granadas. Com a ação, foi possível abrir caminho para os bombeiros apagarem o fogo e liberarem o trânsito.


Manifestações se espalharam por outras vias
Após a dispersão inicial, grupos de manifestantes se deslocaram para outras vias próximas e, segundo a PM, voltaram a interditar ruas e a arremessar objetos contra os militares. Novamente, foi necessário o uso de balas de borracha. O Batalhão de Missões Especiais (BME) foi acionado para reforçar o patrulhamento e impedir novos bloqueios.

Até o fechamento desta reportagem, a PM informou que ninguém ficou ferido e não houve detidos.

Sindicato nega confronto e fala em repressão


O Sindilimpe-ES repudiou a ação da Polícia Militar e negou que tenha havido agressões por parte dos manifestantes. Em nota, a entidade classificou a ação como violenta e disse que vídeos divulgados por trabalhadores e pela imprensa mostram que não houve hostilidade prévia.

“O que vimos foi um processo de criminalização das lutas trabalhistas e repressão a um ato legítimo. A ArcelorMittal se omite diante da violência contra trabalhadores que garantem seu funcionamento”, declarou o sindicato.

A entidade cobrou apuração dos fatos, responsabilização dos policiais envolvidos e retomada das negociações com mediação do Ministério Público do Trabalho.

ArcelorMittal diz que não é responsável


Procurada, a ArcelorMittal informou que o protesto envolve a categoria representada pelo Sindilimpe-ES e que cabe ao sindicato e à entidade patronal tratar do tema. A reportagem ainda busca contato com o sindicato patronal.

Nota da PMES na íntegra:

Na manhã desta quarta-feira (23), policiais militares foram acionados para verificar a informação de que ocorrida uma manifestação na portaria de uma empresa no bairro Cidade Continental, Serra, que bloqueava a via pública com queima de pneus e pedaços de madeira, cerceando o direito de ir e vir das pessoas.

Foi informado a uma das lideranças que a via precisava ser desobstruída para que o fogo fosse apagado pelo Corpo de Bombeiros para que os trabalhadores, que quisessem, entrassem na empresa. Também foi informado que a manifestação poderia continuar sem obstruir a via, contudo, mesmo após ser orientada, a liderança informou que continuaria no local, atirando-se no chão para impedir que o caminhão do Corpo de Bombeiros chegasse ao foco das chamas e começou a incitar os manifestantes contra os policiais, que se aproximaram e cercaram as equipes.

Foi dada ordem para que a liderança saísse do local, contudo não foi obedecida.

Neste momento os manifestantes evoluíram para uma turba agressiva, se aproximando e hostilizando os policiais, desacatando as ordens para se afastarem, sendo necessário o uso de spray de pimenta para dispersá-los.

Após este fato, foram arremessadas várias pedras, garrafas e paus na direção dos militares, sendo necessário efetuar disparos de bala de borracha e granada.

Com a utilização dos materiais de menor potencial ofensivo, os militares conseguiram afastar a turba, possibilitando que o Corpo de Bombeiros pudesse apagar as chamas, liberando a via, voltando o fluxo normal do trânsito.

Após saírem das proximidades da empresa, os manifestantes se dividiram em grupos, fechando várias vias ao mesmo tempo e voltando a agredir os policiais arremessando pedras e garrafas. Houve, novamente, a necessidade de efetuar disparos de borracha para dispersar as pessoas e restabelecer a fluidez da via.

Foi acionado o Batalhão de Missões Especiais (BME) para prestar apoio aos militares. As equipes iniciaram o patrulhamento para impedir novos focos de interdição das vias.

Não foi informado aos militares que alguém tivesse ficado ferido. Não houve detidos.

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