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Terminal de Itaparica coloca usuários em risco, diz Crea-ES

Os fiscais encontraram na estrutura do Terminal de Itaparica danos e avarias e sugeriu a imediata substituição da cobertura

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O Crea-ES encontrou diversos danos e avarias na estrutura do Terminal de Itaparica, em Vila Velha. Foto: Divulgação (CREA-ES)

Após apresentar vários problemas na sua estrutura, os fiscais do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES) fizeram uma vistoria na lona que cobre o Terminal de Itaparica, em Vila Velha. A estrutura sempre cede em casos de chuvas fortes. Só esse ano foram quatro ocorrências.

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Segundo o órgão, durante a vistoria foi identificado que a cobertura do terminal encontra-se com diversos danos e avarias. “Estes danos e avarias necessitam de imediata correção ou mitigação pois representam riscos aos usuários e funcionários que trabalham no local”, diz um trecho do relatório.

> Reparo na lona do Terminal de Itaparica custará R$ 2,5 milhões

No documento, feito a pedido da Comissão de Infraestrutura da Assembleia Legislativa, foram constatados vários danos e avarias em diversos pontos das membranas da cobertura do terminal. Entre eles, rompimentos, furos, rasgos e descolamentos;

Além disso, “foram identificados e registrados pontos que denotam necessidade de tensionamento em virtude de presença de ondulações e enrugamentos não desejáveis na membrana”.

A equipe observou e registrou pontos de corrosão em parafusos e grampos que fixam cabos de aço. O volume acumulado de água das chuvas projeta uma carga aproximada de 5 toneladas o que tem causado mais risco à estrutura.

O Crea-ES recomenda que a Ceturb-ES faça um estudo com proposta que avalie possibilidade de substituição total ou parcial da cobertura do terminal por outro material ou layout de drenagem, que garantam sua eficiência e segurança para os usuários e funcionários.

Veja as principais recomendações:

● Realizar e apresentar laudo estrutural que demonstre, com memorial de cálculo, que a estrutura metálica (incluindo mastro, anéis metálicos e cabos de aço) suporta cargas adicionais que estão ocorrendo com a formação de bolsões de água em previsões máximas de acúmulo;
● Realizar vistoria, ajuste e manutenção, contínuos, enquanto não ocorrer solução definitiva para os problemas identificados;
● Apresentar todos os projetos, da concepção à execução, com memorial de cálculo e suas respectivas Anotações de Responsabilidade Técnica;
● Apresentar laudo de aterramento elétrico da estrutura e de seus componentes passíveis de contato com os usuários do local;
● Apresentar histórico de manutenção realizados desde sua inauguração.
● Todos os projetos e serviços deverão ser executados por empresa e/ou
profissionais legalmente habilitados e registrados;

O que diz a Ceturb-ES

Os apontamentos que constam no relatório divulgado pelo Crea-ES a respeito da cobertura do Terminal de Itaparica são os mesmos que já constam no estudo técnico, contratado pela Ceturb-ES.

Este estudo está sendo utilizado para guiar o trabalho de reparo de toda a cobertura. A obra está dentro do prazo de execução, que é de 90 dias. Além dos reparos que estão sendo feitos em toda a estrutura, a Ceturb-ES também fará a licitação para contratar o serviço de manutenção periódica, preventiva e corretiva da cobertura, o que manterá o bom estado das membranas que compõem a estrutura.

Chuvas

Por quatro vezes a lona que cobre o terminal não suportou o volume das chuvas e desabou, deixando as plataformas do terminal alagadas. A última vez que o problema aconteceu foi no fim do mês passado.

Veja o vídeo do momento em que a lona cede com as chuvas na semana passada: 

Outros casos no Terminal de Itaparica

A primeira vez que a lona não suportou o volume de chuvas foi em 2021, quando a estrutura tinha acabado de passar por uma obra. Em janeiro de 2023, o problema se repetiu e a lona mais uma vez cedeu por conta das chuvas. 

Na época, a empresa especializada na estrutura divulgou que o novo teto do Terminal de Itaparica poderia durar até 40 anos.  A estrutura é feita a partir de uma lona tensionada, amplamente utilizada em estações de trem e ônibus da Europa. Porém, para que a vida útil do equipamento atinja sua capacidade máxima, é recomendada a higienização periódica de toda a estrutura.

Segundo as informações oficiais, “o material utilizado na cobertura é uma tecnologia que suporta muito peso, não pega fogo e absorve até 92% de raios UV em altas temperaturas”. De acordo com o DER-ES (Departamento de Estradas de Rodagem do Estado), o equipamento pode durar até 25 anos. A previsão, portanto, diverge daquela feita pela empresa responsável pela estrutura.

Além das constantes reparações, o terminal custou aos cofres públicos o dobro do projetado. O governo do estado investiu inicialmente R$ 12,2 milhões para construir o terminal. A obra foi entregue em 2009. Foi interditado em 21 de julho de 2018 devido ao risco de desabamento da nave central, constatado em um laudo que apontou falhas no projeto e na execução da obra. Só para reformá-lo, foram investidos outros R$ 12 milhões. Além do custo, a reforma impressionou pela demora: o terminal levou três anos para ficar pronto e só foi reaberto em 202o.


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