Dia a dia
Terço semelhante ao do Convento da Penha já foi alvo de polêmica em Portugal
Uma artista plástica portuguesa instalou o mesmo símbolo, com características semelhantes, no Santuário de Fátima

Terço de Fátima. Foto: Site Espalha Factos
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O Terço Gigante, um dos símbolos tradicionais da Festa da Penha e que ganha destaque todo ano entre as palmeiras do Convento da Penha, em Vila Velha, já causou grande polêmica em Portugal. É que uma artista plástica portuguesa instalou o mesmo símbolo, com características semelhantes, no Santuário de Fátima, para comemorar o centenário da aparição da Virgem, em 2017.
Na época, o terço de Joana Vasconcelos foi inaugurado à entrada da Igreja da Santíssima Trindade. A obra havia sido encomendada pelo templo para as comemorações do Centenário das Aparições. A peça, denominada “Suspensão”, foi feita de contas brancas, tinha 26 metros e foi iluminada para a visita do papa Francisco. Na época, começaram a circular nas redes sociais fotografias do terço idêntico erguido desde 1998, em Vila Velha.
A artista plástica chegou a afirmar que “desconhecia” o terço brasileiro, e que os dois terços “não tinham nada a ver um com o outro”. Ela também afirmava que o terço criado por ela era único, por ter uma “interação no espaço”. Ele era iluminado à noite, com uma luz fluorescente, típica das estátuas da Nossa Senhora em Portugal. “À noite fazia um efeito que só existe em Fátima”, alegou a artista na época. Apesar das argumentações, Joana Vasconcelos foi bastante criticada no período.
TERÇO GIGANTE DA FESTA DA PENHA

Terço Gigante 2022 da Festa da Penha. Foto: Fernando Ribeiro
Em 1998, o médico Osmar Sales decidiu erguer um terço suspenso em duas palmeiras junto ao Convento da Penha, em Vila Velha. De lá para cá, o terço é erguido um dia antes do início do oitavário, que homenageia a padroeira do Espírito Santo, Nossa Senhora da Penha. A cada ano, o objeto tem uma nova versão.
A ideia de erguer um terço no Convento nasceu em 1998. O Terço Gigante tem cerca de 20 metros de comprimento e pesa aproximadamente 50 quilos, ele fica pendurado entre duas palmeiras centenárias localizadas no Campinho do Convento da Penha e é instalado tradicionalmente na manhã do Sábado de Aleluia. Há 24 anos quem está à frente desse trabalho é o médico Osmar Sales, que conta com a ajuda de voluntários na produção e montagem do terço.
Osmar lembra que o primeiro “Terço Gigante” foi montado na tentativa de criar um terço semelhante ao grande terço da missa celebrada pelo então Papa João Paulo II, quando esteve no Rio de Janeiro, em 1997. A tradição que se mantém viva. A ideia é sempre passar um ensinamento ou uma tradição católica, uma espécie de “catequese”.
Nesta 453ª edição da Festa da Penha, o terço, que começou a ser produzido há cerca de um mês, será comemorativo aos 25 anos e será todo confeccionado para brilhar em tons prateados revestindo as contas. Serão mais de 11 mil peças em materiais como o acelato.
A medalha será produzida pela artista plástica Vivian Chiabay, que criou uma peça em camadas sobrepostas, causando um efeito 3D. “A peça tem traços bem geométricos é uma ‘continuidade’ de uma arte que já faço, porém ela está sendo feita em uma escala completamente diferente”, diz a artista plástica.
A mensagem do terço, segundo Osmar, é sobre o poder de oração, que é eficaz. “O devocional mariano é forte, isso está no dia a dia das pessoas que usam o terço para proteção pessoal e vivenciam o mistério da salvação”, diz.
