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Suspeitos de matar motorista de app pediam corridas “por fora” para fazer vítimas

Quatro pessoas foram presas pelo assassinato do motorista de aplicativo Cleber Sales Lopes, encontrado morto próximo à Rodovia do Contorno, na Serra, nesta segunda-feira (25)

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Local próximo à Rodovia do Contorno, na Serra, onde foi localizado o corpo de Cleber Sales Lopes

Local próximo à Rodovia do Contorno, na Serra, onde foi localizado o corpo de Cleber Sales Lopes. Foto: Divulgação/PC

A Polícia Civil realizou a prisão de quatro pessoas pelo assassinato do motorista de aplicativo Cleber Sales Lopes, encontrado morto próximo à Rodovia do Contorno, no município de Serra, nesta segunda-feira (25). A vítima estava desaparecida desde o último dia 18 de novembro.

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Maycon Vinicios Santos Silva, 21, suspeito de assassinar o motorista de app Cleber Sales Lopes. Foto DivulgaçãoPC

Maycon Vinicios Santos Silva, 21, suspeito de assassinar o motorista de app Cleber Sales Lopes. Foto: Divulgação/PC

Foram presos pelo crime Maycon Vinicios Santos Silva, de 21 anos, e Ana Rilery Chaves Alves, 19. Dois adolescentes, que também teriam participado do crime, foram apreendidos.

As investigações revelaram que o grupo preso pela morte do motorista agia sempre da mesma forma: solicitava uma corrida pelo aplicativo, utilizava o chat para entrar em contato com a vítima e propunha que a corrida fosse feita fora do app, para que saísse mais barata para o suposto cliente e, em contrapartida, para que o motorista também saísse em vantagem, por não precisar pagar a taxa do aplicativo.

Mas a aparente vantagem era, na verdade, uma armadilha para que o grupo pudesse assaltar a vítima sem deixar rastros. Segundo a polícia, quatro dias antes do assassinato de Cleber, o grupo utilizou o mesmo artifício para assaltar um outro motorista de aplicativo.

Na ocasião, Ana teria solicitado uma corrida e cancelado logo em seguida, e esse rastro foi seguido pelas investigações. Mas a vítima anterior a Cleber não foi assassinada. Quando a família de Cleber notificou o desaparecimento dele, a polícia começou a ligar os dois crimes.

Latrocínio

Segundo as investigações, Cleber foi vítima de latrocínio, que é quando o crime de roubo resulta na morte da vítima. No dia 18, ele recebeu uma solicitação de corrida pelo aplicativo, solicitada por Ana. A corrida seria da Enseada do Suá, em Vitória, até Praia Grande, em Fundão. Pelo chat, a suspeita fez a proposta: realizar a corrida por fora do app. Cleber teria aceitado.

Ana Rilery Chaves Alves, 19, suspeita de envolvimento no assassinato do motorista de app Cleber Sales Lopes. Foto DivulgaçãoPC

Ana Rilery Chaves Alves, 19, suspeita de envolvimento no assassinato do motorista de app Cleber Sales Lopes. Foto: Divulgação/PC

Chegando em Fundão, Maycon anunciou o assalto e deu um soco na vítima, que desceu do carro e saiu correndo. Maycon correu atrás dele e desferiu diversas facadas no pescoço de Cleber, que caiu. Enquanto isso, Ana e os dois adolescentes permaneciam no veículo. Maycon teria colocado a vítima no porta-malas e deixado o corpo em uma área de mata na região da Rodovia do Contorno, na Serra.

Antes de deixar o local, Maycon ainda teria dado outros golpes de faca e atingido a cabeça da vítima com uma pedra. O grupo fugiu do local levando o veículo da vítima.

Prisão

Na última quinta-feira (21), o veículo de Cleber, que estava com restrição de roubo, foi parado por policiais militares na Avenida Leitão da Silva, em Vitória. Quem conduzia o veículo era Maycon, que acabou preso porque era foragido do presídio, onde respondia por outros crimes. Ele foi liberado para uma saída temporária e não retornou.

Os outros três suspeitos foram capturados em uma operação no Morro do Macaco, também em Vitória. Inicialmente, os suspeitos negaram o crime, mas posteriormente acabaram confessando.

Ficha

Maycon tem uma extensa ficha criminal na Justiça. Ele já respondia por tráfico de drogas, roubo, furto e receptação, entre outros crimes. Mesmo assim, teve direito a saída temporária. “Agora que nós fizemos a nossa parte, a gente pede que a Justiça o mantenha preso. Porque esse homem, se ele sair novamente, ele vai matar novamente. Ele tem compulsão por matar. A gente não pode permitir que determinados tipos de seres humanos convivam em sociedade”, defendeu o delegado-geral da Polícia Civil (PCES), José Darcy Arruda.

Dica

O titular da Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos, delegado Luiz Gustavo Ximenes, deixa uma orientação aos motoristas de aplicativos. “Não realizem corridas fora do aplicativo. O app foi criado para que você tenha uma segurança de informações. Se alguém solicitou uma corrida, não cancele porque você vai conseguir algum benefício de algum preço mais barato. O modus operandi desse quarteto era justamente esse.”

Motivação

Em depoimento à polícia, Maycon disse que matou o motorista porque a vítima teria “passado a mão” em uma das jovens que estavam no veículo, que seria namorada do suspeito. Mas a polícia não acredita nessa versão. “A gente tem duas versões. As duas meninas disseram que estavam na praia no dia dos fatos, e Maycon havia comentado que teria que matar uma pessoa porque o santo havia lhe dito que ele teria que praticar um crime de roubo e matar uma pessoa. E a gente tem essa justificativa dele, que eu não acredito”, detalhou o delegado Ximenes.


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