Dia a dia
Sistema que identifica Parkinson pela voz é desenvolvido no ES
Tecnologia usa inteligência artificial para detectar sinais precoces da doença e pode ajudar no diagnóstico antes dos sintomas motores

Parkinson. Foto: FreePik
Pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) desenvolveram um sistema que utiliza inteligência artificial para identificar precocemente a doença de Parkinson por meio de sinais de voz. O estudo, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica (PPGEE) da universidade, emprega um modelo de otimização computacional para selecionar atributos vocais e distinguir padrões entre pessoas saudáveis e aquelas com a doença.
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De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Parkinson afeta cerca de 4 milhões de pessoas no mundo, sendo 200 mil no Brasil. A doença neurodegenerativa costuma se manifestar com maior frequência a partir dos 60 anos e, apesar de não ter cura, um diagnóstico precoce pode retardar sua progressão e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
O autor do estudo, Peter Garcez, explica que os primeiros sinais da doença geralmente se manifestam na voz, antes mesmo dos sintomas motores. “Alterações vocais ocorrem em cerca de 90% dos casos. A identificação precoce pode indicar ao médico a necessidade de acompanhamento antes da progressão para sintomas mais graves”, afirma. Ele destaca ainda que a tecnologia pode ser útil no monitoramento remoto de pacientes, reduzindo a necessidade de deslocamento para consultas presenciais.
Os testes foram realizados com um banco de dados turco, e os resultados apontaram a relevância de determinados parâmetros vocais para a identificação da doença. O próximo passo da pesquisa será criar um banco de dados com falantes nativos de português, permitindo uma análise mais precisa das características vocais em pacientes brasileiros.
A fase de testes com voluntários deve ocorrer durante o doutorado do pesquisador, após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Ufes. Um acordo com uma neurologista do ambulatório da universidade, em Maruípe, permitirá o acesso a pacientes com diagnóstico confirmado.
A pesquisa faz parte do Laboratório de Computação e Sistemas Neurais (LabCisne) da Ufes e recebe financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
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