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Robôs, pets e carrinhos: o cuidado que emociona nos hospitais do ES

Iniciativas de humanização transformam o ambiente hospitalar e ajudam crianças e adultos a enfrentar o medo e a dor com mais acolhimento

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Com lacinho rosa e jogos interativos, a robô Maria T21 conquista o coração das crianças durante as terapias no Cetea, em Vila Velha

Com lacinho rosa e jogos interativos, a robô Maria T21 conquista o coração das crianças durante as terapias no Cetea, em Vila Velha. Foto: Divulgação

O que um robô com lacinho rosa, um carrinho elétrico infantil e cães terapeutas têm em comum? Todos eles são ferramentas de acolhimento e cuidado emocional que vêm ganhando espaço em hospitais do Espírito Santo, transformando o ambiente hospitalar com leveza, afeto e até diversão.

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Em Vila Velha, a simpática robô Maria T21 agora integra a equipe do Centro Especializado em Transtorno do Espectro Autista (Cetea), no Hospital Evangélico. Desenvolvida por pesquisadores da Ufes, Maria é programada para interagir com crianças com autismo e Síndrome de Down. Ela participa das terapias por meio de jogos e exercícios que estimulam a memória, a coordenação motora e a comunicação.

Com seu laço rosa e mochila nas costas, Maria não passa despercebida pelos corredores. “As crianças ficam maravilhadas. Ela ajuda muito na interação e no desenvolvimento dos nossos pacientes”, afirma Camyla Batos, gerente da equipe multidisciplinar. A robô foi adquirida com recursos próprios e já está sendo utilizada em sessões terapêuticas.

Cirurgia com sorriso no rosto

Carro motorizado no centro cirúrgico do Hospital Municipal Materno Infantil (HMMI)

Com sorriso no rosto, pequenos pacientes do HMMI agora seguem para a cirurgia a bordo de um carrinho motorizado, em clima de brincadeira. Foto: Divulgação

Já no Hospital Municipal Materno Infantil (HMMI), na Serra, o clima também é outro: crianças que precisam passar por cirurgias eletivas agora chegam ao centro cirúrgico a bordo de um carro motorizado em miniatura. O trajeto é feito sob o controle da equipe de enfermagem, e o destino é um espaço iluminado com uma luminária em forma de “céu”, que torna o ambiente mais lúdico e acolhedor.

A iniciativa é das profissionais Ruthmere Serafim e Kenia Carla Arvelos Almeida, que contaram com apoio do grupo de anestesistas do hospital. “Queremos que a criança se sinta acolhida. O carrinho e as luzes encantam e ajudam a reduzir o estresse pré-cirúrgico”, explica Kenia.

Afeto em quatro patas

Cães treinados ajudam a levar conforto, afeto e leveza aos pacientes do Hospital Dr. Jayme durante as sessões de Pet Terapia

Cães treinados ajudam a levar conforto, afeto e leveza aos pacientes do Hospital Dr. Jayme durante as sessões de Pet Terapia. Foto: Divulgação/Sesa

No Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves, o afeto vem em forma de patas e rabos abanando. A unidade voltou a receber o projeto Pet Terapia, que já virou parte da rotina da instituição. Os cães terapeutas visitam pacientes e acompanhantes levando conforto, sorrisos e aquele respiro emocional tão necessário em meio à internação.

Segundo a psicóloga Luiza Azevedo, os efeitos vão além da emoção do momento. “A presença dos cães reduz o estresse e a ansiedade, desperta sentimentos de segurança e pode até melhorar o sono e o bem-estar”, afirma. A coordenadora da equipe multidisciplinar, Nívia Pereira, lembra que a diferença pode ser sutil, mas é transformadora: “O acolhimento também é parte essencial do cuidado”.

Todos os cães passam por treinamento específico e seguem protocolos rígidos de higiene e segurança. As visitas são acompanhadas por profissionais da equipe, reforçando o compromisso com a humanização do atendimento.

Em comum, essas iniciativas mostram que, dentro dos hospitais, a tecnologia, a criatividade e o carinho também salvam — ainda que não no sentido clínico. E fazem do cuidado algo mais leve, mais próximo, mais humano.

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