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Prefeitura no Rio de Janeiro operou fraude em dados de Bolsonaro, diz PF

Os dados foram inseridos para que fossem validados e pudessem ser usados para viagens ao exterior. A defesa disse que não vai se manifestar

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Bolsonaro diz que irá restabelecer 'mais verdades' sobre vacina durante transmissão semanal. Foto: Isac Nóbrega/PR

Ex-presidente Bolsonaro é alvo de investigação da Polícia Federal. Foto: Isac Nóbrega/PR

Operação da Polícia Federal investiga a retirada de informações do sistema do Ministério da Saúde relacionadas a vacinação contra a Covid-19 de autoridades políticas. Segundo a investigação, a chefe da central de vacinação de Duque de Caxias (RJ), Cláudia Helena da Costa Rodrigues, foi a responsável por excluir os dados, que haviam sido adicionados ao sistema do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de sua filha Laura, do tenente-coronel Mauro Cid e de dois familiares do ex-ajudante de ordens da Presidência República. Cláudia Helena foi ouvida pela Polícia Federal nesta quarta-feira (3).

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Os dados foram inseridos para que fossem validados e pudessem ser usados para viagens ao exterior, mas foram excluídos em seguida para que o registro não ficasse visível no sistema. Cláudia teria excluído as informações no dia 27 de dezembro, poucos dias depois de terem sido inseridos. A cidade de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, foi uma das que mais acelerou as primeiras fases da vacinação contra a covid-19, por não seguir a ordem de prioridades sugerida pelo Ministério da Saúde. Na época, o prefeito do município era Washington Reis (MDB), um dos principais aliados do ex-presidente.

Procurada, a defesa de Cláudia Helena disse que não vai se manifestar sobre o caso.

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A operação da Polícia Federal nesta quarta-feira também resultou na prisão do secretário de Governo de Caxias, João Carlos Brecha. Além disso, o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ), irmão do ex-prefeito da cidade, também foi alvo da ação. A PF cumpriu um mandado de busca e apreensão em um endereço do parlamentar no Rio de Janeiro, enquanto ele se encontrava em Brasília. Advogados da prefeitura de Caxias se recusaram a comentar sobre o caso, que está em sigilo.

De acordo com a Polícia Federal, os investigados teriam tentado inserir dados falsos no sistema do Ministério da Saúde entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, com o objetivo de emitir certificados de vacinação para viajar aos Estados Unidos. A investigação identificou duas tentativas de inserção de dados falsos, sendo a última para constar que o presidente e outros beneficiários teriam sido vacinados. A PF afirma que o grupo investigado buscava manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, que incluíam ataques à vacinação contra a covid-19.

Gutemberg Reis se manifestou em nota, afirmando que colaborou com a Polícia Federal e que está tomando conhecimento dos detalhes da investigação. O deputado ressaltou que recebeu todas as doses da vacina e incentivou a imunização da população por meio das redes sociais, colocando sua carteira de vacinação à disposição.

Os Estados Unidos exigem a apresentação de comprovante de vacina contra a Covid-19 para viajantes, uma obrigatoriedade que será encerrada no próximo dia 11, com exceção de pessoas em viagens diplomáticas ou oficiais de governos estrangeiros. A Embaixada dos EUA alerta que fraudar documentos para tentar entrar no país é crime que pode ser punido com multa ou prisão.