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Portugal reconhece culpa por genocídio e escravidão no Brasil

“Temos que pagar os custos (pela escravidão) […]. Vamos ver como podemos reparar isso”, declarou o presidente de Portugal

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O presidente de Portugal admitiu erros cometidos contra o Brasil. Foto: PR / Rui Ochôa

O presidente de Portugal admitiu erros cometidos contra o Brasil. Foto: PR / Rui Ochôa

Numa declaração histórica, o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, reconheceu a responsabilidade do país por crimes cometidos durante a era da escravidão e defendeu a necessidade de medidas reparatórias. Esta é a primeira vez que um presidente português admite oficialmente essa responsabilidade, marcando um momento significativo na história do país.

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Durante uma conversa na noite de terça-feira (23) com correspondentes estrangeiros, Rebelo de Sousa também mencionou que propôs ao seu governo a ideia de realizar reparações pela escravidão. Ele afirmou que Portugal “assume total responsabilidade pelos danos causados”, incluindo os massacres aos indígenas, a escravidão de milhões de africanos e o saque de bens.

“Temos que pagar os custos (pela escravidão). Há ações que não foram punidas e os responsáveis não foram presos? Há bens que foram saqueados e não foram devolvidos? Vamos ver como podemos reparar isso”, declarou.

Fruto de cobranças

Após o presidente admitir crimes cometidos por Portugal durante a escravidão transatlântica e a era colonial, e também indicar reparação, a ministra brasileira da Igualdade Racial, Anielle Franco, afirmou que seria importante lembrar que essa posição do país é “fruto de séculos de cobrança da população negra”.

A ministra avalia que, a partir de agora, a declaração precisa vir junto com medidas concretas para a reparação. Ela considerou “muito importante” e “contundente” a declaração desta quarta-feira (24) feita pelo presidente de Portugal. “Pela primeira vez, a gente está aqui fazendo um debate dessa dimensão a nível internacional”.

A ministra chamou a atenção para o fato que a declaração de Marcelo Rebelo ocorrer uma semana depois do Fórum Permanente de Pessoas Afrodescendentes da Organização das Nações Unidas, na Suíça. “Inclusive, várias organizações do movimento negro cobraram a postura mais firme de Portugal justamente sobre esse tema”, lembrou.

*Com informações da Agência Brasil.


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