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PF divulga vídeo de reunião entre Bolsonaro e ministros. Confira

Sigilo da reunião entre o então presidente e os ministros foi retirado após determinação do ministro Alexandre de Moraes

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Bolsonaro se reuniu com ministros para debater os detalhes da eleição. Foto: Reprodução

Bolsonaro se reuniu com ministros para debater os detalhes da eleição. Foto: Reprodução

Um vídeo apreendido pela Polícia Federal na operação da última quinta-feira (08) mostra uma reunião entre Bolsonaro e os ministros em que o então presidente fazia ataques relacionados a confiabilidade das eleições e pedindo que os ministros disseminassem informações falsas antes das eleições. O vídeo foi encontrado no computador de Mauro Cid.

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Na reunião, Bolsonaro dizia que os ministros não poderiam deixar “acontecer o que está pintado”, fazendo provável referência à vitória do presidente Lula. “Nós não podemos, pessoal, deixar chegar as eleições e acontecer o que está pintado, está pintado. Eu parei de falar em voto imp… e eleições há umas três semanas. Vocês estão vendo agora que… eu acho que chegaram à conclusão. A gente vai ter que fazer alguma coisa antes.”, falou.

Por conta disso, Bolsonaro determinou que houvesse a divulgação de informações fraudulentas para tentar reverter a situação. Em certo momento, ele ainda questiona aos ministros se alguém tinha dúvida do resultado das eleições.

“Aí a gente vai ter que entrar com um recurso no Supremo Tribunal Federal… Vai pra p**a que o p**u, p***a. Ninguém quer virar a mesa, ninguém quer dar o golpe… Ninguém quer botar a tropa na rua, fechar isso, fechar aquilo… Nós estamos vendo o que está acontecendo. Vamos esperar o quê?”, questionou.

Em outro momento, o então presidente afirmou que era um erro o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter deixado que as Forças Armadas participem da Comissão de Transparência Eleitoral, mas que a medida havia sido excelente para o governo dele. “Esqueceram que eu sou o chefe supremo das Forças Armadas?”, disse.

O então presidente também pediu para que os ministros articulassem com a Polícia Federal, Controladoria-Geral da União (CGU) e outros órgãos como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), para convencê-los de que não era possível atingir condições para garantir a veracidade da votação de 2022.

Ataques ao STF

Como já havia feito em outras situações, Bolsonaro também fez críticas aos ministros do Supremo Tribunal Federal. “Alguém aqui acredita em Fachin, Barroso, Alexandre de Moraes? Se acreditar, levanta o braço. Acredita que são pessoas isentas, estão preocupadas em fazer Justiça, seguir a Constituição?”, perguntou.

De acordo com ele, o Supremo é um poder a parte que decide tudo do país, e muitas vezes joga fora das quatro linhas. Além disso, também afirmiu que estar na presidência era algo incomum. “Essa cadeira aqui é uma cagada, estar comigo é uma cagada […] . Como é que eu ganho uma eleição? Um fud***, um fud*** como eu, deputado baixo clero, escrotizado dentro da Câmara, sacaneado, gozado. Uma p***a de um deputado, uma p***a de um deputado, de 513. Não consigo entender como alguns não entendem o que está acontecendo”.

Abin

Na reunião, o então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Augusto Heleno afirmou que queria infiltrar agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) nas campanhas de Jair Bolsonaro (à reeleição) e de seu principal adversário, o hoje presidente Lula.

“Dois pontos para tocar aqui, presidente. Primeiro, o problema da inteligência. Eu já conversei ontem com o Victor [Felismino Carneiro], novo diretor da Abin, nós vamos montar um esquema para acompanhar o que os dois lados vão fazer”, declarou.

Bolsonaro chegou a interromper a fala do então ministro, alegando que o assunto deveria ser tratado em reunião privada, longe de outros ministros. “General, eu peço que o senhor não fale por favor […] . Se a gente começar a falar ‘não vazar’, esquece. Pode vazar. Então a gente conversa particular na nossa sala sobre esse assunto”, disse.

Gravação

O vídeo da reunião foi encontrado no computador de Mauro Cid. De acordo com o blog de Andréia Sadi, da Globo News, os assessores de Bolsonaro desconheciam a gravação e que a hipótese era que teria sido uma trapalhada de Cid.

Já para os ministros do STF, a gravação poderia ser uma estratégia de “documentação histórica”, registrando parte do plano que eles acreditavam ser “momentos decisivos de páginas heroicas”. Alguns investigadores acreditam ainda que o vídeo mostrava a certeza de impunidade.

Operação

A PF organizou na manhã desta quinta-feira (08) uma operação contra uma suposta organização criminosa que teria tramado um golpe para manter Jair Bolsonaro na Presidência da República. A ação envolveu diversos alvos, incluindo o próprio ex-presidente, e resultou em mandados de busca e apreensão, prisões preventivas e medidas cautelares.

No Espírito Santo, a PF cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do major do Exército, Angelo Martins Denicoli, que reside em Colatina. O militar, que está na reserva, é um dos alvos da Operação Tempus Veritatis, de combate a uma organização criminosa que atuou na tentativa de aplicar um golpe de estado para manter o então presidente Jair Bolsonaro no poder.


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