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Dia a dia

Morto no banco: o que já se sabe sobre o caso ‘Tio Paulo’

Mulher levou um idoso a uma agência bancária na tentativa de um empréstimo de R$ 17 mil no nome dele, entretanto o homem já havia morrido

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Caso do cadáver aconteceu numa agência do Itaú em Bangu. Foto: Reprodução

Caso do cadáver aconteceu numa agência do Itaú em Bangu. Foto: Reprodução

A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga o caso de uma mulher identificada como Erika de Souza Vieira Nunes, que levou o cadáver de Paulo Roberto Braga, de 68 anos, supostamente tio dela, para uma agência bancária do Itaú na tentativa de pegar um empréstimo. O vídeo, gravado pelos funcionários do banco após desconfiarem da situação, viralizou na internet.

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Nas imagens, o homem aparece numa cadeira de rodas com a cabeça sendo apoiada por Erika. Por várias vezes ela tentava mostrar para os funcionários que o tio estava bem, e pedia que ele assinasse um documento. A intenção era pegar um empréstimo de R$ 17 mil no nome dele.

As imagens

A Polícia constatou que os dois chegaram no shopping, que ficava próximo ao banco, por meio de um carro de aplicativo. O motorista, que foi chamado para depoimento, chegou a ajudar Erika a colocar Paulo numa cadeira de rodas. Outras imagens ainda mostram ela circulando com ele no local.

De acordo com as imagens da câmera de segurança da agência, por volta das 13h, Erika chegou com o idoso na cadeira de rodas já com a cabeça tombada para o lado.  Na agência, ela foi filmada pelos funcionários e um dos atendentes ainda diz “Acho que ele não está bem não, olha a corzinha”.

O motorista

O responsável por levar a dupla até o shopping foi um motorista de aplicativo que foi chamado para depoimento. Ele contou que foi chamado por volta das 12h26 e quando chegou no local, o idoso já não andava. “Um homem segurava um braço, e Erika, outro”, disse.

O motorista ainda afirmou que Paulo chegou a segurar a porta do carro e, por isso, ele ainda estaria vivo quando entrou no carro. O episódio aconteceu na hora do desembarque do veículo, quando Erika o colocou na cadeira de rodas. Ainda de acordo com ele, os dois não foram deixados na frente da agência bancária porque o acesso de veículos é proibido.

Quem ajudou

O rapaz que ajudou Erika a colocar Paulo dentro do veículo também foi chamado para depoimento. Ele trabalha como mototaxista e conhecia os dois. No depoimento, ele também afirmou que o homem estava vivo quando colocado no carro.

“Quando entrei na casa, Paulo estava deitado na cama. Peguei Paulo pelos braços com a ajuda de Erika, e o levei até dentro do carro. Consegui perceber que ele ainda respirava e tinha forças nas mãos”, contou.

Laudo da perícia

A polícia não soube informar se Paulo já chegou morto na agência bancária. O delegado Fábio Souza apontou que havia a presença de livor cadavérico na região da nuca, o que seria uma indicação de que ele morreu deitado, concluindo que ele já havia chegado morto.

Porém, o laudo do IML não conseguiu chegar nessa conclusão. O documento aponta que o homem morreu entre 11h30 e 14h de terça-feira (16), podendo ter sido antes ou depois de entrar na agência. O laudo também não afirma se ele morreu quando estava deitado ou sentado.

Consequências

Após a situação, Erika foi presa em flagrante e contou aos policiais que seu tio passou mal dentro de casa e ficou internado por cinco dias. A polícia agora a acusa de tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio de cadáver. No total, ela pode chegar a 11 anos de reclusão.

Vilipêndio é um crime que vai contra o direito de respeito ao morto, previso no Código Penal brasileiro, com pena de 1 a 3 anos de prisão além de multa. Além disso, caso a polícia entenda que a agência bancária também foi vítima, o crime passa a ser considerado um estelionato.


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