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Dia a dia

Moradores temem turismo predatório no Parque da Prainha 

Obra foi embargada pelo Iphan na última semana, mas prefeitura alega que não foi notificada

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A prefeitura diz que não foi notificada sobre o embargo do Iphan e as obras continuam. Foto: Divulgação (PMVV)

As obras de revitalização no Parque da Prainha, em Vila Velha, continuam causando polêmica. Depois do embargo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), agora são os moradores que estão com medo do espaço se tornar um local de turismo predatório.

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Maíra Cristina Sassi, presidente da Associação de Moradores do Centro de Vila Velha, que abrange a Prainha, afirmou que a prefeitura não procurou os moradores em nenhum momento para discutir o projeto. A prefeitura alega ter apresentado o projeto durante as festividades de Natal e da Festa da Penha. “A apresentação só foi feita com o projeto finalizado e com a obra licitada”, pontuou a presidente da associação.

A comunidade não é contra a revitalização, mas teme as possíveis consequências de se transformar o local em um espaço para shows e apresentações de grande porte. Segundo Maíra, os moradores alegam que não receberam informações sobre os preparativos para esses eventos, além de questionarem os projetos de segurança, acesso às vias do bairro, transporte aquaviário e possíveis transtornos sonoros para os moradores.

“O receio é que o local vire um turismo predatório. As pessoas vem, curtem o show e depois voltam arrebentando tudo, virando lixeira. Existe um projeto da Ufes que foi discutido do local ser uma área conservando o bucolismo, os encontros familiares e ruas compartilhadas, além do comércio voltado para a comunidade em si”, pontuou.

Em nota, a prefeitura informou que o projeto foi apresentado publicamente duas vezes. “O Parque da Prainha é datado de 1970 e nunca teve um projeto factível executado. Nessa gestão, porém, um projeto foi elaborado, apresentado, licitado, e está em execução para reforçar o conceito família que demos ao local”, diz o comunicado que estima que até o fim do ano as obras estejam concluídas.

EMBARGO

Na última semana, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) embargou a obra da Prefeitura de Vila Velha na área de entorno do Convento da Penha. A prefeitura, no entanto, nega que tenha recebido qualquer tipo de notificação nesse sentido.

“A Prefeitura não foi notificada sobre embargo em momento algum. Nesta segunda (29), no entanto, recebeu notificação do Iphan que as máquinas podem trabalhar na área de obras do Parque da Prainha, o que de fato já está acontecendo”.

Segundo o Iphan, desde janeiro o Instituto vem alertando a Prefeitura de que precisa aprovar intervenções no local a fim de proteger esse importante monumento do Patrimônio Cultural do Espírito Santo, legado histórico e paisagístico de todos os brasileiros.  “Apenas na semana passada foi protocolado no Iphan o pedido de aprovação – no mesmo período em que as obras começaram, sem a licença do órgão”, informou por meio de nota.

Segundo o Executivo, as intervenções para a reforma e requalificação no Parque da Prainha continuam. Estão previstas, entre as melhorias, o ordenamento do passeio público com espaço destinado à área de eventos. A primeira etapa da obra está autorizada em parecer técnico pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Superintendência do Espírito Santo.
Em parceria com o Governo do Estado, serão investidos R$ 8.458.802,72 na nova readequação da área de 42.592 metros quadrados. A empresa contratada, Destak Construtora e Incorporadora, terá prazo de 300 dias para conclusão das intervenções e já instalou o canteiro de obras.

O projeto prevê a construção de espaço para apresentações culturais, pista de caminhada e corrida, parquinho das crianças, área gastronômica, academia, ampla área gramada para piquenique e circulação.

A orla será totalmente reformulada para ser uma área de estar com mais segurança e iluminação. Pontos de ônibus, de compartilhamento de bicicleta, com área de embarque e desembarque estarão inseridos próximo ao aquaviário, para auxiliar o fluxo de pessoas que diariamente necessitam deslocar-se nesta região.

A expectativa é de que as obras sejam concluídas até dezembro, para sediar a tradicional Vila Natalina.


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