Dia a dia
Médico capixaba salva passageiro em voo e é aplaudido
O socorro foi prestado durante um voo internacional que saiu de Nova Iorque com destino a São Paulo. O capixaba era o único médico no avião
Um jovem médico capixaba viveu um momento inesquecível no último domingo (21). José Anthero Bragatto Filho, de 26 anos, se formou em medicina há cerca de seis meses. Neste período, já atendeu vários pacientes e presenciou diversas situações durante os plantões. Mas foi em período de folga, durante um voo de Nova Iorque para São Paulo, que ele viveu algo emocionante: salvou a vida de um homem de 55 anos.
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José Anthero contou que estava na metade do trajeto quando ouviu uma pessoa pedindo socorro. “Eu ouvi uma mulher gritando muito alto, desesperada, gritando em português. Ela falava: socorro, socorro, tem algum médico, algum médico no avião, meu marido está passando mal”, lembrou.
O jovem prontamente disse que era médico e se prontificou a ajudar. Ao chegar perto, percebeu que o homem estava gelado e sem pulso. Para prestar atendimento, ele chamou uma comissária de bordo e solicitou um DEA.
“DEA é um desfibrilador portátil que tem em aviões. Então eu sabia que teria lá. O diálogo teve que ser em inglês. Enquanto ela foi buscar o DEA, eu já peguei, deitei ele, afastei todo mundo, deitei ele e levantei a perna dele. Levantei o máximo que eu consegui, porque a esposa já foi me contando também, eu já imaginei que seria uma hipotensão. Porque isso acontece muito com pacientes diabéticos. Ela me falou que ele tinha infartado também uma vez, então já fui trabalhando com essa hipótese diagnóstica, que seria realmente uma hipotensão”, explicou.
José Anthero lembrou que foi chamando o paciente pelo nome, até que ele respondeu. Mas o pulso ainda estava muito fraco, e ele seguiu com o socorro.
O paciente estava com a pressão muito baixa e o médico foi realizando o socorro com o que tinha naquele momento. “Peguei um sal, coloquei na boca dele e ele foi recuperando aos poucos. Fiz um soro caseiro, eles tinham até um soro lá, mas estava demorando para trazer, então eu já misturei um pouco ali na água, dei um pouco para ele beber, fui hidratando”, detalhou.
José Anthero era o único médico a bordo e ficou monitorando a pressão do paciente. “Eu fiquei ali 5 horas em pé com ele toda hora, levantando a perna, pegando a pressão dele a cada 10 minutos, porque ele oscilava bastante, até que faltando mais ou menos uma hora para a gente pousar, começou uma turbulência muito forte, e ele já estava estável nessa hora, então eu consegui conversar com a esposa dele, eu deixei o equipamento já esquematizado ali no braço dele, e era automático, então eu falei, você só aperta esse botão a cada 10 minutos”.
Quando o avião pousou no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, a equipe de emergência os aguardava. “Todo mundo ficou sentado, veio a equipe de emergência aferir ele e levar para o hospital. Mas ele já estava bem, eu consegui estabilizar bem o quadro ali, graças a Deus”.
O ato heróico do médico capixaba comoveu a todos que estavam no voo. “Quando a gente pousou, foi emocionante demais, todo mundo aplaudindo, eu recebi um e-mail do vice-presidente da Delta Airlines, me agradecendo”.
A história teve um final feliz. E apesar de ter acontecido no início da trajetória profissional do José Anthero, para sempre ficará na memória dele.
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