Março Roxo: campanha foca na humanização a portadores de epilepsia

O deputado Bruno Rezende com a embaixadora ABE-ES Jacque Barros em apoio ao Março Roxo. Foto: Divulgação

No Brasil, o Ministério da Saúde identifica que cerca de 2% da população é acometida pela epilepsia, representando aproximadamente 2 milhões de brasileiros. Como forma de conscientização sobre o problema, Março é considerado o mês roxo, no qual as pessoas do mundo inteiro acompanham informações e movimentações a fim de promover e estimular a luta pelos direitos à inclusão social, profissional e econômica das pessoas diagnosticadas com a doença.

No que diz respeito ao Espírito Santo, a capixaba Jacque Barros é a embaixadora da Associação Brasileira de Epilepsia (ABE) e é quem está à frente da campanha não só durante o mês de março, como também durante todo o ano. Ela explica que já há uma programação agendada com várias atividades a serem realizadas no decorrer do mês de março para conscientizar a população. “Propomos a iluminação de fachadas de instituições que apoiam a causa, teremos também a segunda edição do Seminário Multidisciplinar da Epilepsia e a nossa tradicional caminhada”, diz a embaixadora.

Jacque destaca que nos últimos dois anos, o Estado avançou na luta por direitos e dignidade para pessoas com epilepsia com a sanção dos Projetos de Lei Municipais em Vitória e Vila Velha, que instituem e incluem no calendário oficial de eventos dos municípios o Dia Municipal de Conscientização sobre a Epilepsia, a ser celebrado no dia 26 de março, e a Campanha Março Roxo. No entanto, há ainda um novo benefício a ser conquistado.

“Agora acompanhamos o processo de aprovação do PL que regulariza a criação da Carteirinha Estadual de Identificação e Primeiros Socorros da Pessoa com Epilepsia, que representa mais do que um documento: é um instrumento de segurança, autonomia e dignidade, garantindo que os portadores da doença tenham atendimento adequado em situações de emergência e mais reconhecimento em sua rotina diária. O deputado Bruno Rezende abraçou essa causa essencial e, junto à ABE, seguimos fortalecendo essa caminhada”, revela Jacque Barros.

Ao criar a carteirinha, o objetivo é, principalmente, identificar quem é portador da epilepsia, facilitando a comunicação em caso de emergência. Além disso, no documento haverá o passo a passo do Protocolo CALMA de primeiros socorros, garantindo que terceiros possam agir e auxiliar diante de uma crise, e o mapeamento da localização e das condições de atendimento em cada região, permitindo um realinhamento dos serviços de saúde no estado.

Entenda mais sobre a Epilepsia:

Como surge a epilepsia?

Não existe pré-condição ou uma origem determinada para desenvolver epilepsia. No entanto, pessoas que sofreram alguma lesão cerebral, como vítimas de Acidente Vascular Cerebral (AVC), ou algum trauma durante o parto estão mais suscetíveis a desenvolverem o distúrbio.

Como identificar?

Especialistas ressaltam que apesar da convulsão ser a manifestação mais conhecida e retratada de crises epiléticas, não é o único fator de alerta da doença. Há crises que apenas alteram a consciência e percepção, podendo ter alterações motoras e sensitivas também, a pessoa fica “fora do ar”. Pode vir a mexer a boca, movimentar involuntariamente os braços e na volta não se lembrar de nada.

O diagnóstico ocorre quando há repetição da crise. Nos casos em que a convulsão dura cinco minutos ou mais, há forte indício de que a doença já esteja em um estágio avançado. É fundamental procurar o neurologista em quaisquer que sejam os casos.

Tem tratamento?

O tratamento tem como base remédios que inibem descargas elétricas involuntárias no cérebro. O Sistema Único de Saúde (SUS), inclusive, disponibiliza todo o tratamento e acompanhamento médico necessário desde o diagnóstico da doença.

Uma das substâncias que está em constante estudo e já revelou eficientes resultados no controle das crises epiléticas é o Canabidiol (CBD), também chamada de Cannabis Medicinal.

Agenda de atividades do Março Roxo 2025 no ES:

15 a 31 de março – Iluminação de fachadas representativas em apoio à causa

26 de março – Segundo Seminário Multidisciplinar da Epilepsia

30 de março – Caminhada pela Epilepsia

Ações virtuais nas redes sociais:

Lives com especialistas, pacientes e apoiadores para ampliar a conscientização

Movimento on-line pelo Dia Mundial da Epilepsia, reunindo histórias, informações e engajamento social