Dia a dia
Cartel? Maioria dos postos cobra mesmo valor pela gasolina na GV
Dos trinta postos que nossa equipe consultou apenas quatro não estão praticando o valor de R$ 5,89 por litro da gasolina comum
O motorista da Grande Vitória já notou: a gasolina comum está mais cara nas bombas. E um detalhe vem chamando atenção, o preço está padronizado. Dos trinta postos que nossa equipe consultou apenas quatro não estão praticando o valor de R$ 5,89 por litro da gasolina comum.
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Em Vila Velha encontramos essa situação na Praia da Costa, Itapuã, Divino Espírito Santo, Coqueiral de Itaparica, Cristóvão Colombo, Glória, Jaburuna, Aribiri e Paul. “Eu sempre abasteço no mesmo posto, percebi esse aumento há mais ou menos um mês. Mas estou reparando que o valor se repete na cidade”, disse o motorista de aplicativo Joel Pinheiro.
Em Vitória, um ouvinte da rádio BandNews denunciou a situação na Praia do Suá. Mas ela se espalha para outros bairros. O valor de R$ 5,89 por litro da gasolina comum está exposto na Praia do Canto, Enseada do Suá, Bairro Consolação, São Cristóvão, Santa Luiza, Andorinhas, Parque Moscoso, Ilha do Principe, Jardim da Penha, Mata da Praia, Jardim Camburi e Jabour.
Na cidade da Serra, em bairros como Jardim Limoeiro e Carapina é difícil encontrar um valor diferente para encher o tanque. “Eu estava abastecendo por R$ 5,69 o litro. Há cerca de uns 45 dias teve esse acrécimo de 20 centavos. Não estou encontrando valor menor e não entendo o motivo deste aumento”, reclamou o técnico em mecânica Felipe Matos.
Cariacica não está diferente. O valor de R$ 5,89 está nos postos de Jardim América, Vila Capixaba, Bandeirantes, Campo Grande, Vila Palestina, Alto Laje e Itacibá. Tantos postos cobrando o mesmo preço, se assemelha a prática de cartel.
Cartel
Um cartel é uma forma de organização entre empresas que atuam no mesmo mercado, com o objetivo de coordenar suas ações para controlar preços, produção e outras variáveis em benefício mútuo. Geralmente, essas empresas concordam em limitar a concorrência entre si, o que muitas vezes resulta em preços mais altos para os consumidores e menor inovação no mercado.
Os cartéis podem operar em diversos setores da economia, como o petróleo, gás, alimentos, tecnologia e farmacêutico. Eles são geralmente compostos por empresas dominantes em seus respectivos mercados, que têm influência suficiente para impor suas vontades sobre os demais concorrentes.
Uma das práticas mais comuns em cartéis é a fixação de preços, onde as empresas envolvidas combinam entre si os valores de seus produtos ou serviços, eliminando assim a competição de preço. Além disso, os membros do cartel podem dividir mercados geograficamente, estabelecendo áreas de atuação específicas para cada empresa, o que limita ainda mais a competição e aumenta os lucros.
No entanto, os cartéis são frequentemente considerados ilegais em muitos países devido aos seus efeitos negativos sobre a concorrência e os consumidores. Muitos governos têm leis antitruste que proíbem atividades cartelizadas e impõem pesadas penalidades para aqueles que as violam.
Apesar das leis e regulamentações, os cartéis ainda existem em muitas partes do mundo, muitas vezes operando de forma clandestina para evitar detecção e punição. Combater o cartelismo requer uma vigilância constante por parte das autoridades reguladoras e uma aplicação rigorosa das leis antitruste para garantir a integridade e a eficiência dos mercados.
O que diz o SindipostosES
Entramos em contato com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado do Espírito Santo (SindipostosES) que enviou a seguinte nota: “Sobre a flutuação dos preços dos combustíveis, é sempre importante frisar dois pontos.
O primeiro é que o mercado é livre e cada revendedor ou distribuidora tem liberdade para definir seus preços de venda, conforme custos de aquisição e operacionais e estratégia concorrencial.
O segundo é que não se pode generalizar flutuações de preço pontuais, numa determinada região ou num posto específico, como se fosse uma mudança generalizada no mercado da Grande Vitória, por exemplo. E é comum essa percepção e generalização por parte do consumidor, embora não represente a realidade.
Por isso, recomendamos que o acompanhamento do Monitor de Preços dos Combustíveis da Secretaria de Estado da Fazenda, onde é possível fazer pesquisas por produto e por município/região de até 90 dias atrás, com informações sobre a flutuação dos preços médios, máximo e mínimo na distribuição e na revenda. E no monitor, pode-se fazer uma análise com mais variáveis como custo de aquisição pelos postos e o tempo decorrido na flutuação. Esses dados são fruto de todas as transações realizadas no Espírito Santo e representam a realidade do mercado.”
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