Dia a dia
Laudo revela o que causou a morte de Juliana Marins após queda
Exame aponta trauma como causa da morte e levanta dúvidas sobre horário do óbito divulgado pelas autoridades indonésias

Juliana Marins morreu após escorregar num vulcão na Indonésia. Foto: Reprodução
A autópsia feita no corpo da brasileira Juliana Marins confirma que ela morreu em consequência de “fraturas múltiplas e lesões internas”. O exame foi realizado no Hospital Bali Mandara, na Indonésia, e apresentado na sexta-feira (27). O laudo aponta que a jovem sobreviveu por cerca de 20 minutos após sofrer um trauma severo.
> Quer receber as principais notícias do ES360 no WhatsApp? Clique aqui e entre na nossa comunidade!
Segundo o médico-legista Ida Bagus Putu Alit, as fraturas afetaram o tórax, ombro, coluna e coxa. Essas lesões causaram danos em órgãos internos e hemorragia. A principal causa da morte, de acordo com ele, foi o sangramento intenso.
Apesar de trazer informações detalhadas sobre os danos físicos, o laudo não conseguiu determinar o momento exato da morte. Essa indefinição gera dúvidas sobre as versões oficiais divulgadas durante a semana.
Enquanto a agência de buscas e resgates da Indonésia (Basarnas) e a família declararam que Juliana foi encontrada morta na noite de terça-feira (24), Alit apontou que, com base nos sinais do corpo, o óbito ocorreu na quarta-feira (25), entre 1h e 13h do horário local. Ele também afirmou: “Estimamos que a morte ocorreu de 12 a 24 horas antes da chegada ao hospital”.
A diferença entre os relatos é incompatível. Segundo a linha do tempo oficial, o corpo chegou ao hospital na noite de quarta-feira, já sem vida. Mas, se a morte ocorreu apenas no dia 25, conforme o legista, Juliana ainda estaria viva após ter sido avistada imóvel na segunda-feira (23) por drones da equipe de resgate.
O laudo também não esclarece se houve mais de uma queda. Juliana foi vista em três profundidades diferentes no vulcão, o que sugere possíveis deslocamentos entre os dias do acidente e o resgate. A perícia confirma que a causa da morte foi um impacto severo, mas não determina em qual momento ele ocorreu.
Hipotermia
Alit destacou que não há sinais de que Juliana tenha sobrevivido por muito tempo após o acidente. “Não encontramos indícios de hipotermia”, explicou o médico. Segundo ele, não havia lesões nas pontas dos dedos, que são características desse tipo de morte.
Além disso, a ausência de sinais como hérnia cerebral e retração em órgãos internos sugere que a morte ocorreu rapidamente. Isso indica que o óbito foi causado pela gravidade do impacto, e não por exposição prolongada ao frio ou falta de alimento.
O legista também mencionou que fatores como temperatura e umidade podem influenciar a análise post-mortem. O corpo de Juliana foi transferido da ilha de Lombok até Bali em um freezer, durante uma longa viagem de ambulância.
Pressão por respostas segue nas redes sociais
Juliana caiu no sábado (21), e o corpo foi recuperado apenas na quarta-feira (25). Durante os dias seguintes, drones chegaram a localizá-la com vida, mas o resgate foi dificultado pelo mau tempo.
A lentidão no resgate gerou críticas de internautas brasileiros e da própria família. Nas redes, parentes alegaram negligência e informaram que pretendem entrar com ação judicial contra as autoridades locais.
