Dia a dia
IPA é tudo igual? Conheça mais sobre esse estilo de cerveja artesanal
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IPAs podem ser diferentes. Foto: Pixabay
As IPAs seguem há alguns anos como as estrelas da cerveja artesanal. Esse estilo, mais chamado pela sua sigla do que pelo seu nome original, India Pale Ale, está no topo da lista de preferência de muitos no Brasil. Originalmente inglês, o estilo passou por uma revolução nos Estados Unidos e seu amargor acabou caindo no gosto do mundo inteiro. Ao lado das tradicionais pilsen, elas sempre estão entre as mais pedidas nos bares, nas tap rooms ou deliveries.
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Mas então é só pedir uma IPA que vou conhecer como é esse tipo de cerveja? Não é tão simples assim. Em geral, as IPA (lê-se ai-pi-eis) são cervejas que usam mais lúpulo na sua produção e a maioria delas está associada ao amargor intenso, provocado justamente pela alta carga do ingrediente. Seu sucesso associado à criatividade dos cervejeiros levou ao surgimento de variados subestilos que apresentam sempre o lúpulo, seus aromas e sabores em evidência.
Para o cervejeiro e juiz de concursos credenciado pelo BJCP Victor DiGiorgio, as IPAs são o divisor de água no consumo das artesanais, pois é a hora que o paladar já está liberto a aceitar novos sabores, e finalmente experimentar o “amargo”, tão diferente do dulçor de uma vida de cervejas comerciais. “Quando essa barreira é ultrapassada, o caminho é sem volta”, diz.
Ele explica as principais diferenças entre os variados tipos de cerveja neste estilo. As mais conhecidas do público em geral são as Americans IPAs. “Elas trazem o amargor, envolto de vários sabores que fazem o “newbie” cervejeiro apreciador a descobrir e rememorar aromas e sabores que nunca imaginou em uma cerveja”, explica.
Segundo ele, as clássicas American IPAs, que andam sumidas do mercado, são mais amargas, resinosas, com aromas que lembram mais pinho (árvore), cascas de frutas cítricas. Já as mais modernas, menos amargas, mais sutis, são explosões de frutas tropicais, de Lima a mangas, passando por maracujás, pêssegos, lichias (frutas de caroço).
Existe um guia mundial de estilos de cerveja, chamado BJCP, que insere a IPA na categoria 21. A American IPA é 21a e a partir daí surgem vários subestilos. As demais, são consideradas Specialty Ipas, ou especiais.
Entre elas há a Belgian IPA, com características de leveduras belgas – fenólicos, frutados – derivados de levedura apresentando também os lúpulos em evidência. Já a Black IPA tem coloração escura, mas não tem características torradas como as stouts. Há também Brown IPAs, carameladas, maltadas, mas com lúpulos americanos em evidência. Já as Red IPAs são Red Ales com “super poderes”, na visão de Victor.
O cervejeiro detalha ainda as mais diferentes, como Rye IPA, com uso de centeio junto com os maltes e a White Ipa, que remete-se a uma witbier, mas com mais lúpulos americanos no aroma, mantendo as características de uma American IPA.
“Por fim, as queridinhas dos últimos anos, as New England IPAs. Também conhecidas como Juicy IPAs, são bem nevoadas e macias, por conta dos cereais não maltados, e cargas abissais de lúpulos frutados, resultando em sucos de lúpulos com aromas e sabores muito marcantes, com amargor baixo, e um facilidade de beber imensa. Elas são as queridinhas do público hoje em dia, junto das tradicionais American Ipas e suas versões “de verão”, as Session IPAs”, detalha.
Agora que você já conhece algumas das variações das IPAs, que tal experimentar para escolher a sua favorita?
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