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Dia a dia

Impasse ameaça atendimento em hospital de Vila Velha

Hospital Antônio Bezerra de Faria está com número de médico insuficiente para atender demanda de pacientes, afirma cooperativa médica

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Fachada do hospital Antonio Bezerra de Faria. foto: Secretaria da Saúde

Hospital Antônio Bezerra de Faria: rompimento de contrato ameaça atendimento a pacientes. Foto: Secretaria da Saúde

A falta de médicos ortopedistas está prejudicando o atendimento aos pacientes no Hospital Antônio Bezerra de Faria, em Vila Velha. É o que denuncia a Cooperativa dos Ortopedistas e Traumatologistas do Espírito Santo (Cootes). A cooperativa mantinha com a Fundação Estadual de Inovação em Saúde (iNOVA Capixaba) um contrato para a prestação de serviços no hospital.

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Uma série de discordâncias em relação às condições de trabalho e também quanto aos valores pagos aos médicos levou a um impasse entre a cooperativa e a iNOVA, fundação criada pelo governo do estado para administração de hospitais da rede pública. O impasse levou ao rompimento de contrato há cerca de 10 dias. Desde então, segundo a direção da cooperativa, o número de médicos colocados à disposição do Antônio Bezerra de Faria caiu. No ano passado, o hospital atendeu 25,5 mil pacientes, média de 70 por dia. A maior parte deles procura o setor de ortopedia do hospital, exatamente aquele com o atendimento mais prejudicado neste momento.

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Segundo a direção da cooperativa, antes do rompimento do contrato, 60 médicos cuidavam do atendimento na unidade, em um sistema de rodízio. Isso assegurava, em média, 10 profissionais por dia atuando no hospital. Eles eram responsáveis por atendimentos de urgência e pelas cirurgias. Após o rompimento do contrato, o número de médicos teria caído para dois. A Secretaria Estadual da Saúde admite a redução do número de ortopedistas, mas apresenta outros números (leia nota abaixo).

Falhas estruturais

“Há algum tempo, a gente vem mostrando pequenas falhas na estrutura do hospital, como as de informática, no centro cirúrgico, que vinham prejudicando o serviço. Isso vai cansando. A gente tenta dar o melhor, mas falta material ou o sistema cai e acaba represando as filas”, diz o médico Leandro Ferreira da Cunha Júnior, diretor financeiro da cooperativa, dando exemplo dos problemas estruturais enfrentados pelos profissionais.

A insatisfação com essas questões foi se somando a outro ponto importante: a remuneração. “A gente está sem reajuste há muito tempo. Em uma dessas negociações, a iNOVA entendeu que havia defasagem, que havia um desequilíbrio na cooperativa. Além das melhorias das condições de trabalho, também pedimos a melhoria salarial. Eles disseram que não conseguiriam sem uma nova licitação”, afirma Leandro Júnior.

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Houve uma tentativa de distrato, ou seja, de um acordo para a finalização dos serviços. Como ele não avançava, a cooperativa comunicou a suspensão dos trabalhos. A iNOVA teve de substituir os profissionais de forma apressada. Segundo informações da cooperativa, foram trazidos médicos de Minas Gerais, em número insuficiente.

NOTA DA SESA

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde afirma que a Fundação Estadual de Inovação em Saúde (iNOVA Capixaba), vinculada ao governo, precisou procurar uma nova prestadora no mercado após a “rescisão unilateral” por parte da cooperativa.

A secretaria ainda diz não ter havido impactos nos atendimentos de urgência e emergência da unidade até o momento e que, nesta quinta-feira (01), o hospital conta com sete ortopedistas no plantão atendendo aos usuários.

VISITA DO CRM

De acordo com o representante da Cootes, uma vistoria técnica foi realizada e irá emitir um relatório sobre a situação do atendimento no hospital. Segundo Leandro Júnior, o mesmo problema afeta outras cooperativas médicas. “Também ouvimos relatos de falta de médicos intensivistas em São Mateus, no Roberto Silvares”, relata o médico.

A cooperativa afirma ter acionado também o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) e o Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simes). A reportagem procurou as entidades e atualizará a matéria assim que a resposta for enviada.

NOVA PRESTADORA

A Fundação Estadual de Inovação em Saúde (iNOVA Capixaba) informa que, devido a rescisão unilateral, intencional e antecipada por parte da cooperativa prestadora dos serviços especializados de ortopedia e traumatologia no Hospital Antônio Bezerra de Faria (HABF), em Vila Velha, a gestão do hospital precisou procurar uma nova prestadora no mercado por meio de um procedimento público de contratação, para o restabelecimento dos serviços mencionados.

Desde o abandono do contrato pela prestadora, o HABF vem atuando para minimizar os impactos de transição, garantindo a qualidade e segurança da assistência aos pacientes, enquanto recebe os novos profissionais. A Fundação informa ainda que não houve impactos nos atendimentos de urgência e emergência da unidade. Necessidades de transferências para outras unidades são avaliadas de acordo com o quadro clínico do paciente.

Nesta quinta-feira (1º), o hospital conta com sete ortopedistas no plantão atendendo aos usuários. Portanto, não procede a informação de que há somente dois ortopedistas na unidade.

A Fundação registra, somente em janeiro, atendimento a 3.444 pacientes que buscaram assistência no Hospital Antônio Bezerra de Faria.

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