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Dia a dia

Idosos, veterinária e comércio sofrem com falta de luz em Vitória

A falta de energia ocorreu pouco antes de uma tempestade em uma sexta-feira, no dia 1º de março, após a explosão de transformadores

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Lâmpadas acesas que dão ideia de energia

Transformador explode e moradores ficam sem energia. Foto: Agência Brasil

Parte de Jardim Camburi, em Vitória, registrou um apagão nos primeiros dias de março. A falta de energia ocorreu pouco antes de uma tempestade em uma sexta-feira, no dia 1º de março, após a explosão de transformadores, e foi restabelecida aos poucos entre o sábado (2) e o domingo (3).

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Para driblar a falta de energia e conseguir ligar os aparelhos do marido, que está acamado, uma idosa de 71 anos usou uma extensão elétrica para aproveitar a energia da casa da vizinha, localizada na rua de trás do seu prédio. Laucemar Santos, de 71 anos, mora com o marido de 91 anos. Após sofrer um AVC isquêmico há 1 ano e 8 meses, Afrânio ficou com sequelas e vive sob os cuidados da esposa. Em casa, ele possui um home care e necessita do uso de um nebulizador – que só funciona com energia elétrica – e também de um aspirador utilizado para socorrê-lo em caso de engasgo. A energia da residência em que moram, localizada na rua Paschoal Delmaestro, em Jardim Camburi, caiu por volta das 16h30 do dia 1º de março.

“Ele é praticamente um paciente de UTI, fica acamado. Eu estava sozinha, a enfermeira que me ajuda já tinha ido embora. Assim que a energia acabou, eu entrei em desespero. Entrei em contato com a EDP por telefone, mas era uma mensagem gravada, informando que havia ocorrido problemas na região. Tentei então contato via WhatsApp, mas só recebi respostas automáticas. Fiquei com medo, porque estava muito abafado, e depois veio a tempestade, então não pude fechar as janelas com medo de que ele não conseguisse respirar”, relatou a idosa.

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Há anos, Leucimar fez amizade com uma vizinha que mora na rua de trás e com quem consegue se comunicar através das janelas. Comovida com a situação da colega, a vizinha prontamente ofereceu ajuda. O marido dela foi até a igreja e conseguiu uma extensão elétrica, que foi jogada até a varanda da idosa, permitindo assim que eles ligassem o ventilador e o nebulizador de Afrânio.

PREJUÍZOS

A médica veterinária Ana Carla Garcia é moradora do mesmo prédio que Laucemar e Afrânio. Em casa, ela guardava unidades de vacina para pets em um frigobar com controle de temperatura. Infelizmente, devido à falta de energia, Ana Carla acabou perdendo essas unidades.

“Os transformadores estouraram na sexta-feira, antes do temporal. No sábado, equipes da EDP vieram aqui e tentaram restabelecer a energia. Até conseguiram, mas houve picos. A energia só voltou mesmo no domingo. Em nosso prédio, há muitos idosos, e a falta de energia compromete a locomoção deles, devido aos elevadores, além de deixar o edifício vulnerável, já que as portas são abertas manualmente”, comenta a moradora de Jardim Camburi.

A Churrascaria Espeto Gaúcho, em Jardim Camburi, mesmo com gerador, não conseguiu manter o pleno funcionamento do estabelecimento. Com os aparelhos de ar condicionado desligados, muitos clientes optaram por deixar o local e outros que chegavam não permaneciam. As vendas caíram consideravelmente no final de semana sem energia.

O QUE DIZ A EDP?

Em contrapartida, a EDP informou que, no dia 1° de março, foi registrada uma interrupção de energia em parte de uma rua do Jardim Camburi. No mesmo dia, uma equipe da concessionária foi até o local e realizou as manutenções necessárias para normalização do fornecimento de energia.

QUAIS OS DIREITOS?

A advogada Suellen Mendes explica que todos que ficaram sem energia podem acionar seus direitos, garantidos pela Resolução 1000/2021 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Em todos os casos de prejuízos, o consumidor pode pedir o ressarcimento direto na distribuidora, começando pela queixa nos canais oficiais. Além disso, é possível registrar uma reclamação na Aneel e no Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon).

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) determina que, na falta do fornecimento, as empresas devem abater automaticamente da conta valor proporcional ao tempo em que o serviço ficou interrompido. Caso não haja esse desconto na próxima fatura, o consumidor deve acionar a companhia para solicitar o abatimento.

Comércios que não puderam funcionar devido à queima de equipamentos essenciais para seu funcionamento ou situações similares também podem ter direito a uma indenização específica pelo que deixaram de receber, além do prejuízo efetivamente incorrido, como medicamentos que necessitam de refrigeração ou alimentos perdidos por restaurantes, por exemplo.

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Caso a situação não seja resolvida, o consumidor deve procurar o Poder Judiciário. “Os consumidores devem ser ressarcidos de seus prejuízos materiais, em razão da falta de energia elétrica que é serviço público essencial”, pontua.


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