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Homem morre após hospital de Vila Velha negar atendimento

Parentes afirmam que Nilson de Almeida Gogge, 54 anos, teve atendimento negado no Hospital Evangélico e morreu após ser levado ao PA da Glória

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Nilson de Almeida Gogge, 54 anos, morreu após familiares denunciarem negativa de atendimento no Hospital Evangélico de Vila Velha

Nilson de Almeida Gogge, 54 anos, morreu após familiares denunciarem negativa de atendimento no Hospital Evangélico de Vila Velha. Arquivo Pessoal

Nilson de Almeida Gogge, 54 anos, morreu na noite desta quinta-feira (14) após, segundo familiares, ter o atendimento negado no Hospital Evangélico de Vila Velha (HEVV). Ele foi levado ao Pronto Atendimento (PA) da Glória, onde passou por tentativas de reanimação, mas não resistiu.

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De acordo com a família, Nilson tinha problemas cardíacos, fazia acompanhamento com cardiologista no próprio hospital e também sofria de depressão e era alcoolista. Ao passar mal, parentes o levaram ao HEVV, mas afirmam ter recebido de duas enfermeiras a resposta de que “aqui não é o SUS. É um hospital particular. Procure um posto de saúde”.

Guarda Municipal tentou ajudar

A sobrinha, Mara Rúbia de Almeida, disse que insistiu no atendimento, argumentando que havia orientação médica para levar o tio ao hospital. No entanto, a recusa teria sido mantida mesmo com a presença de uma equipe da Guarda Municipal, que passava pelo local e foi acionada pela família.

Segundo Mara Rúbia, a Guarda abriu caminho até o PA da Glória, mas Nilson chegou em estado crítico. “Quando deu entrada, já não deu tempo”, disse. No local, equipes tentaram reanimá-lo, sem sucesso.

De acordo com nota da corporação, a equipe realizava patrulhamento nas proximidades do hospital quando foi abordada por uma mulher pedindo socorro para o tio. Após o relato da recusa de atendimento, os agentes prestaram auxílio e transportaram o paciente até a unidade municipal, onde o óbito foi confirmado.

Depoimentos e investigação

As duas enfermeiras, de 22 e 36 anos, foram levadas para prestar esclarecimentos na Delegacia Regional de Vila Velha. Segundo a Polícia Civil, ambas assinaram um Termo Circunstanciado (TC) por omissão de socorro e foram liberadas após assumirem o compromisso de comparecer em juízo.

Imagens registraram as profissionais deixando o Departamento Médico Legal (DML) de Vitória com capuzes e óculos escuros para evitar serem identificadas. A Guarda Municipal, que testemunhou parte da situação, também foi ouvida pela polícia.

O que diz a lei

O artigo 135 do Código Penal define omissão de socorro como crime, prevendo pena de detenção de um a seis meses, ou multa, para quem deixar de prestar assistência a pessoa inválida ou ferida em grave e iminente perigo, sem risco pessoal, ou não acionar a autoridade pública.

Advogado do hospital e das enfermeiras afirmou que as profissionais seguiram protocolo e que isso será explicado às autoridades.

Posição do hospital

Em nota, o Hospital Evangélico de Vila Velha informou que o caso está sendo apurado, lamentou o desfecho e manifestou solidariedade à família. No site oficial, a instituição afirma ter como propósito “assegurar compromisso com a vida” e como missão “cuidar da saúde das pessoas com carinho de forma sustentável e inovadora”.

Assista a reportagem:

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