Dia a dia
Há mais de 70 anos em Israel, brasileiro vivencia 4º conflito com palestinos
Aron Kilinsky destaca a solidariedade e união demonstradas pela população em prol dos soldados que estão na linha de frente
A tensão entre Israel e Palestina mistura política e religião, se estende há mais de 70 anos e já deixou milhares de mortos dos dois lados. Para o brasileiro Aron Kilinsky, de 94 anos, atualmente residente em Harish, uma cidade localizada no centro/norte do país, esse conflito não é novidade, visto que ele vive em Israel há mais de sete décadas. No entanto, ele destaca a solidariedade e união demonstradas pela população, algo que tem chamado sua atenção.
“Ao longo desses 70 anos, já vivenciei quatro guerras e isso não me surpreende mais. Tomamos precauções. Na minha cidade, há pouco movimento e nada aconteceu; está bastante tranquilo. Acredito que seja porque existem muitas aldeias árabes. O que realmente tem me impressionado desta vez é a união das pessoas. Há um grande esforço para fornecer doações aos soldados que estão em guerra, lutando incansavelmente, 24 horas por dia, dia e noite, tentando capturar os terroristas”, relata Aron.
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Mesmo aos 94 anos, Aron não mede esforços para ajudar da forma que pode. Até o momento, já enviou duas sacolas de roupas e alimentos para os soldados. Esta é a maneira que encontrou para apoiar o país que o acolheu há tanto tempo. Longe das ameaças de mísseis e bombas, o brasileiro anseia pelo fim do conflito e pela captura dos militantes do Hamas que se infiltraram no território israelense.
“Temos muita confiança no exército. Esperamos que o exército possa, de uma vez por todas, pôr fim ao Jihad e ao Hamas. Exterminar definitivamente esses terroristas. Israel possui um exército humanitário, que evita atacar hospitais, escolas e igrejas. Os terroristas se aproveitam disso para se esconderem nesses locais. Por outro lado, eles enviam mísseis para esses lugares. Ao olhar para as cidades atacadas, parece que houve um terremoto de magnitude 7. Está tudo destruído”, pontua Aron.
Em Harish, a cidade onde o aposentado reside, as ruas estão desertas. Supermercados, farmácias e serviços essenciais continuam funcionando. Segundo Aron, as pessoas permanecem em suas casas e quase não se vê automóveis circulando. Para a segurança da população, a maioria das edificações do país conta com abrigos ou quartos de defesa.
BRASILEIRO EM ISRAEL
Há mais de 70 anos, Aron Kilinsky deixou o Rio de Janeiro para se mudar para Israel. Durante 23 anos, o brasileiro viveu em um kibutz, uma forma de comunidade coletiva israelense. Desde então, ele já residiu em diversas cidades e, atualmente, encontra-se em Harish.
Aron Kilinsky é viúvo e tem três filhos: um nos Estados Unidos, outro na Argentina e o terceiro em uma região muito próxima de Tel Aviv.
CONFLITO EM ISRAEL
O grupo islâmico Hamas, considerado terrorista pelos Estados Unidos e a União Europeia, bombardeou, no sábado (7), Israel, em um ataque surpresa, deixando centenas de mortos.
O ataque foi considerado um dos maiores dos últimos anos. Ao assumir a ofensiva, o Hamas afirmou que seria para o início de uma ação para a tomada de território.
Desde então, mais de 1,8 mil pessoas morreram, conforme os levantamentos mais atualizados. Entre as vítimas estão dois brasileiros mortos em ataques do Hamas:
– Bruna Valeanu, 24 anos, morava em Israel há oito anos e estudava Comunicação e Marketing;
– Ranani Glazer, 23 anos, vivia em Tel Aviv há sete anos e prestou o serviço militar em Israel.
Foram disparados milhares de foguetes de Gaza em direção a Israel. Militantes armados derrubaram as barreiras israelenses de alta tecnologia que cercavam a faixa, iniciando ataques por terra com reféns. Combatentes também entraram em Israel pelo mar.
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Jovens que estavam em um festival de música eletrônica foram atacados. Ao menos 260 corpos foram encontrados no local. O brasileiro Ranani Glazer, que estava desaparecido desde sábado, teve a morte confirmada pela família na segunda-feira (9).
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou guerra e afirmou que os palestinianos pagariam um preço alto pelo ataque e que a resposta de Israel a Gaza “mudará o oriente médio”.
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