Dia a dia
Gripe já matou 58 no Espírito Santo; 84% não vacinaram
Letalidade da gripe dobrou no ES em 2025 e maioria dos mortos são idosos ou pessoas com comorbidades sem vacinação

Mais de 84% dos mortos por síndrome respiratória grave no Espírito Santo neste ano não tomaram a vacina contra gripe. Foto: FreePik
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A chegada do inverno no Espírito Santo acende um alerta: os casos graves de gripe estão mais letais e atingem, principalmente, quem não se vacina. Levantamento da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) revela que 84,48% das mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causada pela Influenza, em 2025, foram de pessoas não vacinadas.
Os números chamam atenção. Até o último dia 17 de junho, foram 58 mortes por SRAG no estado, sendo que 49 ocorreram em pessoas que não receberam a dose contra gripe. Entre os 249 casos registrados da doença, 213 eram de pessoas não vacinadas.
O cenário também escancara outro problema: a baixa adesão dos grupos prioritários. Segundo a Sesa, 61% dos mortos tinham 60 anos ou mais — faixa que tem direito à vacina desde o início da campanha, mas ainda apresenta cobertura abaixo do ideal. A meta preconizada pelo Ministério da Saúde é de 90%, mas o Espírito Santo não passa de 47,8%.
Idosos e pessoas com comorbidades são os mais afetados
Os dados mostram que, além dos idosos, as pessoas com doenças crônicas também estão entre as principais vítimas da gripe. Das 19 mortes registradas na faixa de 18 a 59 anos, 73,6% ocorreram em indivíduos com comorbidades, como cardiopatias, diabetes, doenças respiratórias, hepáticas, renais, além de histórico de tabagismo e obesidade.
Apesar de fazerem parte dos grupos prioritários, muitas dessas pessoas não buscaram a imunização. A referência técnica do Programa Estadual de Imunizações, Danielle Grillo, alerta que “a baixa procura reflete diretamente no aumento de casos graves e de mortes”.
Letalidade da gripe dobrou em 2025 no Espírito Santo
Outro dado que acende o sinal de alerta é o avanço da letalidade da SRAG por Influenza. A taxa saltou de 10,07%, registrada no mesmo período do ano passado, para 23,29% em 2025 — mais que o dobro.
O total de casos caiu em relação a 2024, mas o número de mortes subiu, o que evidencia que os casos atuais são mais graves. “Estamos vendo uma predominância de SRAG por Influenza e vírus sincicial respiratório, principalmente em idosos, que são mais vulneráveis às complicações”, destaca Mariana Ribeiro Macedo, médica da Vigilância da Influenza na Sesa.
Vacina está disponível para toda a população
Apesar dos dados preocupantes, a vacina contra a gripe está disponível gratuitamente para qualquer pessoa a partir dos seis meses de idade nos postos de saúde. A imunização é fundamental, já que o vírus da Influenza sofre mutações constantes e exige reforço anual.
Além da vacinação, especialistas reforçam a importância de medidas de prevenção, como lavar as mãos frequentemente, evitar ambientes fechados e aglomerações, utilizar máscara em caso de sintomas e manter os ambientes bem ventilados.
A orientação é clara: se proteger é urgente, e a vacina continua sendo a principal aliada na redução dos casos graves e mortes causadas pela gripe.
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