Golfinhos são encontrados mortos em praia de Serra

Um dos golfinhos que foi encontrado no litoral da Serra. Foto: Arquivo Pessoal/ Instituto Orca

Dois golfinhos da espécie Sotalia guianensis, conhecida como boto-cinza, foram encontrados mortos na última segunda-feira (13) em diferentes praias do município de Serra, no Espírito Santo. A primeira carcaça foi localizada na Praia de Jacaraípe, enquanto a segunda apareceu na Praia de Bicanga.

De acordo com Catharina Valadares, representante do Instituto Orca, ambos os golfinhos eram machos. Um deles, com 1,88 metro de comprimento, estava em boas condições físicas, mas apresentava marcas de interação com aparatos de pesca. O outro animal, encontrado em estado avançado de decomposição, dificultou a identificação da causa da morte. “A necropsia será fundamental para confirmar a causa, mas frequentemente encontramos sinais de emaranhamento em redes de pesca”, explicou Valadares.

Os corpos dos golfinhos foram recolhidos pelo Instituto Orca, responsável pelo Programa de Monitoramento de Praias (PMP), e passarão por avaliações necroscópicas.

Um dos golfinhos que foi encontrado no litoral da Serra. Foto: IBRAFF Meio Ambiente

Impacto ambiental e causas prováveis da morte dos golfinhos

A morte dos golfinhos levanta preocupações sobre os impactos da atividade humana nos ecossistemas marinhos da região. Especialistas apontam que a ingestão de lixo e o emaranhamento em redes de pesca são as causas mais comuns de mortalidade de golfinhos. A necropsia ajudará a determinar se esses fatores estão envolvidos nas mortes.

Claudiney Rocha, técnico de meio ambiente e representante do Instituto Brasileiro de Fauna e Flora (IBRAFF), relatou que a organização foi acionada por banhistas que encontraram os animais. “Nossa equipe confirmou as ocorrências e acionou o PMP. O IBRAFF atua de forma voluntária na preservação da fauna brasileira”, afirmou Rocha.

Proteção da vida marinha

Os incidentes ressaltam a importância da conscientização sobre a proteção da vida marinha. Claudiney Rocha destacou a necessidade de educar a comunidade local sobre o descarte adequado de resíduos e a redução do uso de materiais descartáveis. “Recomendamos que os visitantes levem seu lixo de volta e diminuam o uso de plásticos. A preservação da fauna é responsabilidade de todos”, reforçou.

O representante também enfatizou a importância de ações educativas em escolas e comunidades para evitar incidentes como esses. “Somente com a conscientização da população poderemos evitar tragédias e proteger nossa fauna”, completou.

Este triste episódio destaca a urgência de medidas efetivas para proteger os ecossistemas marinhos e garantir a conservação das espécies que habitam as águas do Espírito Santo.

 

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Instituições se unem em prol dos golfinhos e da biodiversidade

Há uma colaboração entre diversas entidades para proteger os ecossistemas locais. “Todos têm o dever de preservar a biodiversidade. Trabalhamos com outras organizações para garantir a sobrevivência de espécies marinhas”, afirmou Rocha.

O Instituto Orca e o Ibraff também mobilizam campanhas nas redes sociais após ocorrências como essas. Essas iniciativas visam chamar a atenção das autoridades e estimular a participação cidadã em projetos ambientais.

A ausência de fiscalização rigorosa também contribui para situações como essas. Claudiney Rocha reforçou que são necessárias medidas governamentais mais eficazes. “Precisamos de uma fiscalização mais severa para proteger nossas praias e fauna”, concluiu.

Enquanto os exames necroscópicos seguem em andamento, o caso destaca o impacto do lixo e das redes de pesca na fauna marinha, exigindo ações rápidas e efetivas. A luta para preservar os golfinhos e outras espécies é uma responsabilidade coletiva que demanda engajamento de todos.

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