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Esteira desenvolvida no ES quer tirar idosos do sedentarismo

Tecnologia da Ufes usa realidade virtual e gamificação para estimular idosos a se movimentarem de forma divertida e eficaz

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Esteira inteligente da Ufes, que combina caminhada e jogos interativos para estimular o exercício físico em idosos

Esteira inteligente da Ufes, que combina caminhada e jogos interativos para estimular o exercício físico em idosos. Foto: Divulgação/Labtel

Atividade física e diversão nem sempre caminham juntas — mas um projeto da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) quer mudar essa história, especialmente para quem já passou dos 60 anos. A SmartTreadmill, esteira inteligente desenvolvida no campus da Ufes, une realidade virtual, jogos em 3D e sensores de movimento para estimular idosos sedentários a se exercitarem com mais motivação.

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A inovação é fruto da parceria entre o Laboratório de Telecomunicações (Labtel) e o Human Centered System Lab (HCS), coordenado pelo professor Anselmo Frizera, do Departamento de Engenharia Elétrica. O equipamento oferece uma experiência imersiva e interativa: enquanto caminham, os usuários entram em um ambiente virtual onde precisam interagir com objetos lançados por um personagem, usando os braços para pegá-los ou rebatê-los.

Caminhada que treina corpo e mente

A movimentação dos usuários é captada por sensores que enviam sinais para o jogo, em tempo real. Tudo é exibido em um telão diante da esteira, criando a sensação de estar dentro da cena. Com isso, a SmartTreadmill trabalha não só a parte física, mas também a coordenação motora e a capacidade cognitiva, com acompanhamento de profissionais de saúde.

A mestranda Meilen Juliana Salamanca, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica (PPGEE), explica que a tecnologia se apoia na chamada gamificação, técnica que usa dinâmicas de jogos para tornar o processo mais envolvente e eficiente. “A ideia é trazer elementos típicos dos videogames para o ambiente de reabilitação ou treinamento funcional”, diz.

O programa dura três meses, com mudanças nos cenários — como a troca de estações do ano e variações climáticas — e desafios de memória, como lembrar objetos recolhidos anteriormente.

Testes com voluntários vão começar

A próxima etapa do projeto será a validação com idosos sedentários, para medir os impactos físicos e cognitivos da metodologia. O laboratório já busca voluntários para os testes, que devem entrar em contato pelo Instagram do HCS Lab.

A pós-doutoranda Carla Zimerer, também do PPGEE, reforça que o sedentarismo associado ao envelhecimento tem efeitos sérios: “Leva à perda da capacidade funcional, piora da saúde e da qualidade de vida”. Segundo ela, a falta de motivação é um dos grandes desafios enfrentados por profissionais da saúde na hora de incentivar os idosos a se movimentarem.

Incentivo à ciência capixaba

O projeto conta com financiamento do CNPq, Capes e da Fapes, reforçando o papel da pesquisa pública em soluções inovadoras para saúde e qualidade de vida.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda ao menos 150 minutos semanais de atividade física moderada — e a esteira inteligente pode ser o passo que faltava para muitos idosos saírem do sedentarismo com mais leveza, diversão e tecnologia.

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