Dia a dia
Estações vão monitorar terremotos em duas cidades do ES
Novas estações foram instaladas em Aracruz e Itaúnas para mapear riscos geológicos e fortalecer ações de prevenção no estado

Pesquisadores instalaram os equipamentos em para acompanhar movimentações que podem indicar terremotos em duas cidades capixabas. Foto: Divulgação (Ufes)
O Espírito Santo passou a contar com duas novas estações sismográficas instaladas em seu território, reforçando o monitoramento de abalo sísmico e de riscos geológicos em áreas sensíveis do estado. A iniciativa atende a uma preocupação crescente da comunidade científica diante de tremores registrados nos últimos anos.
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Entre 2019 e 2024, o estado contabilizou três episódios de tremores de terra. Em um deles, ocorrido em Pancas, em 2021, moradores relataram sustos, embora não tenha havido feridos ou danos estruturais, segundo a Defesa Civil.
As estações fazem parte do projeto RSBR-Mar, coordenado pelo Observatório Nacional, e foram instaladas com apoio do Laboratório de Neotectônica e Sismológico (Lanesi), da Ufes. Uma das unidades, identificada como ARA01, está localizada na Base Oceanográfica da Ufes, em Aracruz. A outra, ITA01, foi implantada no Parque Estadual de Itaúnas, em Conceição da Barra, com suporte do Iema.
Riscos geológicos e atenção ao norte capixaba
Segundo a professora Luiza Bricalli, do Departamento de Geografia da Ufes e integrante do Lanesi, o Espírito Santo precisa ampliar sua atenção a riscos naturais como deslizamentos, enchentes e o possível afundamento do solo no norte do estado, associado à extração de sal-gema.
Ela ressalta que os dados coletados pelas novas estações serão fundamentais para a formulação de políticas públicas e estratégias de prevenção e mitigação de danos.
“É urgente democratizar o conhecimento sobre esses fenômenos, que impactam especialmente áreas urbanizadas ou ocupadas de forma inadequada”, afirma.
Espírito Santo participa de rede inédita de monitoramento
As estações capixabas fazem parte da expansão da Rede Sismográfica Brasileira, que agora inclui a chamada Amazônia Azul — área marítima estratégica do Brasil. O objetivo é criar uma estrutura inédita de detecção de atividades sísmicas em terra e no mar.
Além dos pontos em Aracruz e Itaúnas, outras estações temporárias serão instaladas no Rio de Janeiro e em São Paulo, em locais continentais e insulares. O projeto prevê também a instalação de sismógrafos subaquáticos e hidrofones flutuantes para captar movimentações tectônicas em alto-mar.
Com o avanço desse sistema e acesso a dados em tempo real, a expectativa é fortalecer o planejamento territorial, reduzir vulnerabilidades e promover um desenvolvimento equilibrado entre segurança ambiental e crescimento econômico.
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