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Donos de quiosques temem prejuízo após ação da SPU em Vitória

A SPU mandou retirar cordas, deques e estrutura dos quiosques da Praia da Camburi e Curva da Jurema

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O El Gitano está entre os quiosques que foram alvos da SPU. As cordas já foram retiradas do local. Foto: Divulgação (El Gitano)

Donos de quiosques da orla de Camburi e da Curva da Jurema estão preocupados com o atendimento aos clientes após serem notificados pela Superintendência de Patrimônio da União (SPU) para remover cordas, tendas, deques e até muros de madeira das areias da praia. Eles alegam que essas estruturas proporcionam mais conforto e qualidade no serviço.

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Com a remoção dos equipamentos, a qualidade do atendimento pode ser comprometida. Pelo menos essa é a avaliação do proprietário do El Gitano, Fabrício Coradello. Segundo a SPU, o estabelecimento possui mobiliários fixos, cobertura, muro de madeira, plantas e outros equipamentos que dificultam o acesso dos banhistas à praia.

Segundo ele, a decisão não leva em conta as particularidades da Curva da Jurema, que é uma região de praia urbana e atende não só os banhistas, mas também a população em geral.

“Não se sabe qual foi o gatilho para essa fiscalização. A gente nunca colocou nada fora da área delimitada”, disse. Ele afirmou ainda que já retirou as cordas e os troncos de madeira, mas entrou com um pedido na prefeitura para manter a estrutura da tenda.

“Eu respeito totalmente o direito de ir e vir das pessoas, mas isso nunca foi vetado. Mesmo com as cordas, as pessoas transitavam normalmente. É difícil oferecer um atendimento de qualidade sem essa barreira, que limita o meu cliente a procurar a recepção.”

Coradello lembrou que, no passado, a Curva da Jurema era uma área abandonada e que os quiosques ajudaram a movimentar o turismo e a aumentar a sensação de segurança para o público.

“Hoje as pessoas apontam o dedo como se o empreendedor fosse o grande vilão, mas ninguém fala da segurança que trouxemos para cá. A Curva hoje é um lugar seguro, onde as famílias podem frequentar. Mas a gente precisa de estrutura para atender turistas e moradores de Vitória. Sem os meus limitadores e a tenda, eu não consigo oferecer o melhor atendimento”, lamentou.

A preocupação se estende a outros quiosqueiros da região. “A Curva da Jurema se tornou o cartão-postal dessa cidade. Hoje, o Espírito Santo conquistou visibilidade, é uma terra que gera divisas e se consolidou no cenário nacional. Então, o sentimento é: por que isso agora?”, questionou Coradello.

A reportagem do portal ES360 tentou contato com outros donos de quiosques, mas eles não quiseram se pronunciar sobre o assunto.

Entenda o caso dos quiosques

A Secretaria de Patrimônio da União no Espírito Santo (SPU-ES) determinou a remoção de estruturas irregulares instaladas na faixa de areia por quiosques localizados na orla de Camburi e na Curva da Jurema, em Vitória. Os estabelecimentos deverão retirar mesas, cadeiras, cordas, deques, ofurôs e demais equipamentos que dificultam o acesso dos banhistas.

A Companhia de Desenvolvimento, Turismo e Inovação (CDTIV), responsável pela gestão dos quiosques, informou que cumpre as orientações da SPU e já notificou os proprietários dos estabelecimentos.

O relatório da SPU ressalta que a permanência dessas estruturas na faixa de areia caracteriza intervenções que modificam de forma permanente as áreas da praia, o que é irregular.

Os quiosques terão que se adequar às normas estabelecidas para evitar penalidades e garantir o livre acesso dos frequentadores às praias.

As concessionárias Ecos e Conexx, responsáveis pelos quiosques de Camburi e da Curva da Jurema, informaram que enviaram ofícios aos proprietários e que vão acompanhar de perto as ações que serão tomadas.