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Dia a dia

Dez trabalhadores são resgatados em condições análogas à escravidão

Trabalhadores estavam sendo submetidos a condições degradantes de trabalho e ainda pagavam pela comida, transporte e instrumentos de trabalho

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Alojamento de trabalhadores em fazenda de Vila Pavão. Foto: Divulgação/MTE

Alojamento de trabalhadores em fazenda de Vila Pavão. Foto: Divulgação/MTE

Dez trabalhadores dos estados de Sergipe e Alagoas que estavam sendo submetidos a condições de trabalho semelhantes à escravidão em uma propriedade rural de café localizada em Vila Pavão, no Espírito Santo, foram resgatados durante uma operação de auditores fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A ação aconteceu no dia 3 de maio e foi divulgada nesta terça-feira (9).

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De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, um grupo de 28 trabalhadores foi levado pelo empregador para a região com a promessa de trabalho na colheita de café, sendo oferecido salário vantajoso, bom alojamento, alimentação farta e passagens de ida e volta. Ao chegarem ao local de trabalho, se depararam com uma situação completamente diferente. Todos foram alojados em duas casas, sem direito a cama – somente colchões – sem armários para a guarda de roupas e objetos pessoais ou mesmo mesas e cadeiras para realizarem refeições.

Uma das casas em que os trabalhadores estavam alojados apresentava condições precárias, como a falta de forro e um piso de madeira com vãos que permitiam a entrada de insetos e outros animais. Além disso, havia apenas dois banheiros pequenos disponíveis, sendo que em um deles o piso era de cimento rústico e o outro possuía apenas um pequeno buraco na parede como janela. A falta de chuveiros também era uma realidade, com a água do banho sendo fornecida por canos.

Os auditores também verificaram que o pagamento estava longe de atingir um salário mínimo mensal. Cada trabalhador recebia R$ 16 por cada saca de 60 kg de café colhido, porém, o trabalho era feito de forma manual sem qualquer ferramenta que facilitasse a retirada dos grãos dos galhos dos pés de café. Ainda teriam descontados os R$ 350,00 pelo valor da passagem de ida em parcelas de R$ 50,00, a alimentação e os equipamentos de proteção individual indispensáveis para a execução segura da colheita.

Os trabalhadores só perceberam que haviam sido enganados ao chegaram ao local, já endividados por descontos indevidos referentes a transporte, ferramentas de trabalho e equipamentos de proteção, sem dinheiro nem para voltar para casa. Apenas 10, dos 28 trabalhadores foram encontrados no local e resgatados pelos auditores. Os outros, sem suportar as condições de trabalho, conseguiram dinheiro com os familiares e deixaram a fazenda antes do início da ação de fiscalização.

O empregador foi autuado e teve que arcar com o pagamento das verbas salariais e rescisórias devidas aos trabalhadores totalizando cerca de R$ 26 mil, assim como as passagens de volta para a cidade de origem de cada um deles na última sexta-feira (5), data em que todos retornaram para suas cidades de origem.


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