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Dia a dia

Desvio de R$ 9 milhões motivou morte de empresário na Praia da Costa

Auditoria indicou fraude milionária na Globalsys; cinco suspeitos foram identificados e quatro estão presos

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Empresário Wallace Borges Lovato, de 42 anos, foi assassinado a tiros na tarde desta segunda-feira (9), em Vila Velha

Empresário Wallace Borges Lovato, de 42 anos, foi assassinado a tiros no dia 9 de junho. Foto: Arquivo Pessoal

Um desvio de até R$ 9 milhões na Globalsys motivou o assassinato do empresário Wallace Borges Lovato, morto a tiros no dia 9 de junho, na Praia da Costa, em Vila Velha. A conclusão é da Polícia Civil, que finalizou o inquérito e apontou o diretor financeiro da empresa, Bruno Valadares de Almeida, como mandante do crime.

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Segundo a investigação, Valadares temia ser descoberto após a contratação de uma auditoria externa pela vítima. Também foram indiciados Bruno Nunes da Silva, foragido, como intermediário; Arthur Laudevino Candeias Luppi, motorista; Arthur Neves de Barros, executor; e Eferson Ferreira Alves, responsável por parte da logística.

Veículo clonado levou à identificação

O crime foi cometido com um Fiat Pulse cinza clonado, encontrado abandonado próximo à alça da Terceira Ponte, em Vitória. Imagens do cerco eletrônico mostraram que o carro chegou ao Espírito Santo em 30 de maio, vindo de Minas Gerais, com outra placa. A perícia identificou impressões digitais que ajudaram a localizar Arthur Laudevino, preso em 17 de junho.

Durante o interrogatório, ele confessou ter dirigido o veículo no dia do crime e indicou os demais envolvidos. Eferson Alves se apresentou à polícia no dia 23 de junho e também admitiu participação.

Luxo e ostentação com dinheiro desviado

Joias, carros de luxo e documentos foram apreendidos na casa de Bruno Valadares de Almeida, acusado de mandar matar Wallace Lovato

Joias, carros de luxo e documentos foram apreendidos na casa de Bruno Valadares de Almeida, acusado de mandar matar Wallace Lovato. Foto: Divulgação/PCES

A apuração revelou que Bruno Valadares desviou valores expressivos da Globalsys usando contas da empresa às quais tinha acesso exclusivo. Ele teria gasto R$ 430 mil em joias, R$ 370 mil na troca de veículos, adquirido terrenos de R$ 220 mil cada, investido em um projeto de casa avaliado em R$ 3 milhões e pago mais de R$ 200 mil em terraplanagem para plantio de café.

Segundo a polícia, Valadares chegou a viajar com a família para Orlando (EUA) poucos dias antes do crime, retornando um dia antes da execução.

Execução planejada

O plano inicial previa que o crime ocorresse enquanto o mandante estivesse fora do país. Com mudanças na agenda da vítima, os executores aguardaram o retorno de Wallace. No dia 9 de junho, Arthur Laudevino estacionou o veículo próximo à empresa, enquanto Arthur Neves, no banco traseiro, aguardava. Ao ver o empresário sair, o atirador disparou.

Após o crime, o carro foi abandonado e os suspeitos fugiram em outro veículo, seguindo para o Norte do estado e depois para a Bahia.

Pagamentos aos envolvidos

Bruno Nunes da Silva, apontado como intermediário do assassinato de Wallace Lovato, segue foragido

Bruno Nunes da Silva, apontado como intermediário do assassinato de Wallace Lovato, segue foragido. Foto: Divulgação/PCES

A polícia apurou que o executor recebeu R$ 50 mil; Arthur Laudevino e Eferson, R$ 20 mil cada. O valor pago a Bruno Nunes não foi confirmado, mas ele recebia cerca de R$ 10 mil mensais de Valadares.

Próximos passos

Com a motivação financeira confirmada, a investigação segue para o bloqueio dos bens dos envolvidos e a recuperação dos valores desviados. Bruno Nunes permanece foragido, e informações podem ser repassadas anonimamente pelo Disque-Denúncia 181.

Réus no processo:

Bruno Valadares de Almeida – apontado como mandante (preso)

Bruno Nunes da Silva – intermediário e organizador logístico (foragido)

Arthur Laudevino Candeias Luppi – motorista (preso)

Arthur Neves de Barros – executor (preso)

Eferson Ferreira Alves – intermediador (preso)

Bruno Valadares de Almeida (mandante), Eferson Ferreira Alves (logística), Arthur Neves de Barros (atirador) e Arthur Laudevino Candeias Luppi (motorista) estão presos

Bruno Valadares de Almeida (mandante), Eferson Ferreira Alves (logística), Arthur Neves de Barros (atirador) e Arthur Laudevino Candeias Luppi (motorista) estão presos. Foto: Divulgação/PCES